Na Austrália, o dono de uma propriedade e duas empresas estão acusados de mais de 250 crimes de crueldade animal devido às dezenas de mortes de coalas provocadas por uma operação de limpeza no ano passado. A organização Conservation Regulator precisa que foram encontrados 21 coalas mortos e dezenas ficaram feridos, em comunicado.

As autoridades acabaram por abater 49 dos coalas feridos e muitos deles acabaram por morrer de fome, desidratação e fraturas.

Esta situação ocorreu numa plantação de madeira em Cape Bridgewater, situada a 377 quilómetros de Melbourne, em fevereiro de 2020. Na altura, o grupo ambientalista Friends of the Earth Australia caraterizou o sucedido como um “massacre de coalas” e mostrou-se “preocupado que a destruição desenfreada e a morte generalizada continuem a atormentar a indústria de plantações do sudoeste de Victoria”, em comunicado.

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Foi Helen Oakley quem fez a denúncia, depois de encontrar esse cenário “horrível”. Está aliviada por finalmente estar a ser feita justiça e espera “que impeça outras pessoas de matar a vida selvagem”, disse ao The Age.

Todos os dias eu vou até Cape Bridgewater e sinto-me sempre muito emocionada. Eu vi tantos coalas feridos e cadáveres nas árvores e no chão”, conta.

Quando chegaram à propriedade, as autoridades realizaram análises forenses aos animais mortos “para ajudar a determinar quando e como morreram”, garantiu a chefe de conservação, Kate Gavens, ao mesmo jornal.

Agora, o proprietário e uma empresa de terraplanagem estão acusados ​​de causar “dor ou sofrimento irracional a dezenas de coalas”, cenário agravado pelo  animal ser uma espécie protegida na Austrália. Cada um deles enfrenta ao todo 126 acusações, incluindo 18 de crueldade agravada por alegadamente causar ferimentos mortais. Há ainda outra acusação contra uma empresa de adjudicação por perturbar a espécie. O comunicado da Conservation Regulator não identifica, contudo, nenhum dos culpados.

Na Austrália, a pena máxima para uma acusação de crueldade contra animais é quase 78 mil dólares (cerca de 69 mil euros) para uma empresa e mais de 32 mil dólares (aproximadamente 28 mil euros) ou 12 meses de prisão para uma pessoa.

Os coalas enfrentam atualmente várias ameaças para a sobrevivência. Em 2021, o governo australiano recomendou que o estatuto de conservação dos coalas fosse alterado para “em perigo” em Queensland, New South Wales e no Australian Capital Territory, como resultado do rápido declínio da população nessas áreas.