O Presidente russo, Vladimir Putin, disse esta quinta-feira estar convencido de que é possível um diálogo eficaz com os Estados Unidos, numa saudação de Ano Novo ao seu homólogo Joe Biden, horas antes de conversarem por telefone.

“Estou convencido (…) de que podemos avançar e forjar um diálogo russo-americano eficaz baseado no respeito mútuo e na consideração dos interesses nacionais uns dos outros”, escreveu Putin num telegrama divulgado pela presidência russa, segundo a agência de notícias France-Presse.

Numa declaração posterior, o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, reiterou que Moscovo quer resolver as tensões com o Ocidente através do diálogo.

Só o caminho das negociações pode resolver a abundância de problemas imediatos entre nós”, disse o porta-voz do Kremlin.

Peskov acrescentou que a conversa telefónica desta quinta-feira foi uma iniciativa de Putin.

Biden e Putin deverão realizar conversações por telefone esta quinta-fera, quando forem 15h30 em Washington e 23h30 em Moscovo (20:30 em Lisboa).

Trata-se do segundo encontro do género entre os dois dirigentes em menos de um mês.

Segundo a Casa Branca, Joe Biden pretende propor um “caminho diplomático” para pôr fim à crise entre a Rússia e o Ocidente sobre a Ucrânia.

No início de dezembro, Moscovo deu a conhecer as suas exigências, em particular um tratado que proíba qualquer futuro alargamento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) à Ucrânia e a outros países que estiveram sob a área de influência soviética.

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EUA dizem estar preparados para “responder” a uma invasão russa da Ucrânia

A Rússia exige também que a NATO retire os seus destacamentos militares na Europa Central e Oriental.

As propostas de Putin serão discutidas entre os dois países no dia 10 de janeiro, em Genebra.

Segue-se uma reunião do conselho NATO-Rússia (fórum de diálogo), em 12 de janeiro, e um encontro entre Moscovo e a Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE), previsto para o dia seguinte.

O Ocidente acusa Moscovo de se preparar para invadir a Ucrânia ao ter deslocado para a fronteira comum dezenas de milhares de tropas e grandes quantidades de equipamento e armas.

Moscovo, que já anunciou ter feito regressar os militares, nega qualquer intenção bélica e diz ter sido ameaçada por provocações da Ucrânia e da NATO.