A ativista, escritora e poetisa afro-americana Maya Angelou tornou-se a primeira mulher negra a ser representada numa moeda nos Estados Unidos da América.

Nascida em 1928 com o nome Marguerite Johnson, morreu em 2014. Ficou conhecida em 1969 pelo livro “I knowWhytheCagedBirdSings” (“Eu Sei Porque é que o Pássaro Enjaulado Canta”), no qual aborda a discriminação racial que vivenciou ao crescer. Ativista pelos direitos dos afro-americanos, Maya Angelou escreveu 36 livros durante a sua vida.

[Maya Angelou] foi uma das maiores luzes do nosso tempo — uma escritora brilhante, uma amiga leal e uma mulher verdadeiramente fenomenal”, afirmou Barack Obama na altura da sua morte, segundo o New York Times.

Em 1993, a escritora foi convidada para ler o seu poema “On the Pulse of the Morning” (“No Pulsar da Manhã”), na tomada de posse do então Presidente norte-americano Bill Clinton. Em 2010, Barack Obama, na altura líder dos Estados Unidos da América, concedeu à poetisa a Medalha Presidencial da Liberdade.

Segundo a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, citada pelo The Guardian, a escolha de representar Maya Angelou numa moeda de um quarto de dólar (quarter coin) simboliza “aquilo que valorizamos, e o modo como temos progredido enquanto sociedade“.

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De cada vemos que redesenhamos a nossa moeda, temos a hipótese de dizer algo sobre o nosso país. (…) Estou orgulhosa por estas moedas celebrarem a contribuição de algumas das mulheres mais marcantes dos EUA, incluindo Maya Angelou”, explicou a secretária do Tesouro.

Além da ativista, serão representadas em moedas de um quarto, ao abrigo do programa “American Women Quarters”, a física e primeira mulher astronauta Sally Ride, Wilma Mankiller, a primeira mulher líder da Nação Cherokee — um povo nativo do território dos Estados Unidos da América, Nina Otero-Warren, líder do movimento sufragista no Novo México e Anna May Wong, a primeira estrela de cinema norte-americana de origem chinesa.

Os cidadãos norte-americanos poderão anda sugerir nomes de mulheres importantes na história do país que gostariam de ver representados na moeda de um quarto dos EUA, fruto de uma proposta apresentada pela membro do congresso, a democrata Barbara Lee. Durante quatro anos, serão emitidas cinco moedas de um quarto por ano em honra de mulheres com percursos distintos em áreas como a Arte, a Ciência, as Humanidades e os Direitos Civis.

Vou para sempre guardar com carinho os momentos a sós que tive o privilégio de partilhar com a Maya, desde falar na sua sala de estar enquanto irmãs até aos seus valiosos conselhos relativamente aos desafios que atravessei enquanto uma mulher negra eleita”, assumiu a democrata.

No passado, os Estados Unidos da América tinham já representado as mulheres afro-americanas nas suas moedas, embora com uma figura simbólica. Em 2017, foi criada uma edição especial de moedas com a Senhora Liberdade (representada na Estátua da Liberdade) como uma mulher afro-americana. As ativistas pelos Direitos Civis dos afro-americanos, Rosa Parks e Dorothy Height, têm já o seu rosto representado em moedas de bronze lançadas em edições especiais.

A sufragista Susan B. Anthony foi a primeira mulher a ser representada numa moeda americana, em 1979.