Um grupo de homens armados atacou esta segunda-feira a Rádio Capital, na Guiné-Bissau, onde na semana passada houve uma tentativa de golpe de Estado, disse à Lusa o diretor, Lassana Cassamá.
Segundo a mesma fonte, a rádio foi atacada “por um grupo de homens armados”, precisando que houve disparos e que tem informações de que o ataque terá provocado cinco feridos.
Os feridos são três jornalistas, um técnico de apoio à emissão e um administrador da Leste FM, sucursal da Capital FM, em Gabú, no leste da Guiné-Bissau.
Segundo fontes da rádio Capital FM, os ferimentos resultaram da tentativa daqueles elementos em fugir do local na altura em que homens armados encapuzados entraram nas instalações e começaram a destruir os equipamentos a tiro.
O diretor da rádio encontra-se em Lisboa e está a tentar obter mais informações a partir de Bissau.
“Destruíram a rádio de novo”, disse o diretor, referindo que este é o segundo ataque às instalações daquele meio de comunicação social depois de um outro, em 26 de julho de 2020, quando foi destruído praticamente todo o material.
Na altura, a Liga Guineense dos Direitos Humanos denunciou o ataque à rádio, considerada crítica do regime na Guiné-Bissau, como “um ataque à liberdade de imprensa”, levado a cabo por pessoas que “querem instalar a prepotência e o caos na Guiné-Bissau”.
Ataque à rádio é “ato isolado”, garante o Ministério do Interior
O ataque à Rádio Capital, em Bissau, é um “ato isolado” e não está relacionado com a tentativa de golpe de Estado da semana passada, disse o comissário-adjunto da Polícia de Ordem Pública, Salvador Soares.
Na verdade, o que aconteceu foi um assalto à Rádio Capital, como todos nós sabemos. Há um grupo de pessoas que foram para a rádio, dispararam alguns tiros e danificaram alguns materiais da rádio e fugiram”, afirmou o coronel Salvador Soares.
Segundo o comissário-adjunto da Polícia de Ordem Pública, foi um “ato isolado”.
“Aconteceu, nós fomos para lá, mas antes da chegada das forças de ordem, já tinham abandonado a rádio”, disse.
O comissário-adjunto disse também que as forças de segurança estão no local e que uma equipa da Polícia Judiciária está na rádio a fazer um “levantamento”.
Nas declarações aos jornalistas, o coronel apelou à população para que, se vir alguma situação anormal, comunique imediatamente à polícia para que esta possa atuar, sublinhando que as forças de ordem estão a realizar patrulhamentos de 24 horas na cidade.
Recorde-se que, no dia 1 de fevereiro, homens armados atacaram o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
5 respostas sobre a tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau
O ataque causou pelo menos oito mortos, segundo o último balanço do Governo, que reviu em baixa o número de vítimas mortais.
O Presidente considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado que poderá também estar ligada a “gente relacionada com o tráfico de droga”.