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Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 47.º dia do conflito

Este artigo tem mais de 2 anos

Continuam os bombardeamentos em Mariupol e noutras cidades do Donbass, no dia em que Putin se reuniu com o chanceler austríaco e o batalhão Azov acusou a Rússia de usar armas químicas na Ucrânia.

Russian attacks on Ukraine
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Vladimir Putin vai encontrou-se esta segunda-feira com o chanceler austríaco. Foi o primeiro encontro do presidente russo com um líder europeu, desde o início da invasão da Ucrânia

Anadolu Agency via Getty Images

Vladimir Putin vai encontrou-se esta segunda-feira com o chanceler austríaco. Foi o primeiro encontro do presidente russo com um líder europeu, desde o início da invasão da Ucrânia

Anadolu Agency via Getty Images

Ao 47.º dia de guerra, a Ucrânia mantém-se em controlo dos territórios a norte de Kiev, incluindo das cidades de Chernihiv e Sumy, de onde as forças russas retiraram, mas no leste o cenário é de primazia do invasor — Mariupol permanece cercada, com a Rússia a ganhar terreno nas últimas horas, em direção ao centro da cidade e junto ao porto, e continua a ofensiva rumo aos municípios de Lugansk e Donetsk, no Donbass.

Kharkiv, no norte de Lugansk, continua a ser bombardeada. De acordo com os analistas do britânico Instituto para o Estudo da Guerra, o objetivo das tropas russas será posteriormente avançar de Izyum (para onde se dirige um comboio de centenas de veículos militares russos) para Slovyansk e assim cercar as forças ucranianas a leste.

Eis um ponto de situação, para ficar a par do que de mais importante aconteceu nas últimas horas no conflito. Também pode acompanhar toda a cobertura do Observador, ao minuto, no nosso liveblog:

Finlândia e Suécia podem fazer pedido de adesão à NATO já este verão

O que aconteceu durante a noite

Men emerge to procure supplies in their still burning

Mariupol

  • O batalhão Azov acusou a Rússia de ter utilizado armas químicas em Mariupol. Segundo esta organização militar, o exército russo terá espalhado uma substância venenosa sobre a cidade através de um drone. Três pessoas apresentarão sintomas “claros” de envenenamento, mas sem “consequências desastrosas” para a sua saúde, disse o líder do batalhão num vídeo publicado na rede social Telegram.
  • A informação não foi, até ao momento, confirmada oficialmente. O governo do Reino Unido disse estar a trabalhar no sentido de “verificar os detalhes” da informação; e o Pentágono que não é possível “neste momento” confirmar a veracidade dos dados divulgados pelos Azov, garantindo que vai continuar a monitorizar “de perto a situação”.
  • Volodymyr Zelensky, que divulgou pelas 22h (hora de Lisboa) uma nova mensagem, não fez qualquer referência ao alegado ataque, comentando apenas que a Rússia pode vir a usar armas químicas contra a população ucraniana.
  • Na mesma mensagem, o Presidente ucraniano lamentou que a Ucrânia seja “atualmente um dos sítios mais contaminados por minas do mundo”, afirmando que os russos deixaram minas “em todo o lado” para “matar ou mutilar” o máximo de ucranianos possível.
  • Lyudmyla Denisova, responsável por investigar violações dos direitos humanos na Ucrânia, disse ao The New York Times ter conhecimento de vários casos de violência sexual perpetrados por soldados russos contra mulheres ucranianas em Bucha e outros locais. Um desses casos envolve um grupo de mulheres e jovens que foram mantidas numa cave durante 25 dias.
  • Três pessoas morreram e oito ficaram feridas em bombardeamentos na região de Donetsk, afirmou o governador regional, Pavlo Kyrylenko, no Telegram. Segundo Kyrylenko, foi ainda possível confirmar mais sete vítimas mortais em Mariupol.
  • Mais de quatro mil pessoas foram retiradas hoje de cidades ucranianas através de nove corredores humanitários, informou a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuck. Destes, mais de 550 saíram de Mariupol.

O que aconteceu durante a tarde

KRAMATORSK, UKRAINE - APRIL 8: A toy covered in blood at the sc

Kramatorsk

  • França expulsou seis diplomatas russos envolvidos numa “operação clandestina conduzida pelos serviços de inteligência russos” no país. A “operação” foi desmantelada pela Direção-Geral da Segurança Interna (DGSI) depois de uma “muito longa operação”, informou o Ministério da Europa e dos Negócios Estrangeiros francês.
  • O chancelar austríaco, que esteve reunido com Vladimir Putin em Moscovo, disse não ter saído otimista da reunião. Em conferência de imprensa, Karl Nehammer alertou para uma “ofensiva” de “escala massiva” na zona de Donbass e pediu o fim do conflito.
  • A Rússia acusou a Ucrânia de trabalhar com o Reino Unido e Estados Unidos da América na preparação de evidências “encenadas” de crimes cometidos pelo exército russo contra a população ucraniana, noticiou a Reuters.
  • Os separatistas pró-russos de Donetsk afirmaram que controlam totalmente a zona portuária de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, cercada há mais de um mês.
  • Mais de dez mil civis terão morrido em Mariupol desde o início da invasão russa, disse o autarca da cidade à Associated Press, alertando para o facto de o número real poder ser muito maior, ultrapassando os 20 mil.
  • Sima Bahous, diretora executiva da ONU Mulheres, apelou hoje à abertura de uma investigação aos relatos de abusos sexuais de mulheres por soldados russos. “Cada vez ouvimos mais relatos de violações e de violência sexual. Estas alegações têm de ser investigadas independentemente para assegurar justiça e apuramento de responsabilidades”, afirmou, durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU.
  • Cerca de 1,7 milhões de crianças ucranianas podem estar em risco de fome, anunciou o diretor dos Programas de Emergência da UNICEF. Manuel Fontaine, que participou na reunião do Conselho de Segurança da ONU, em Nova Iorque, alertou para os efeitos do conflito junto da população civil, sobretudo nas crianças, que vão piorando à medida que este avança.
  • A ONU confirmou a morte de 1.842 civis desde o início da invasão da Ucrânia. Destes, 142 são crianças.
  • O ministro português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, anunciou que Portugal vai retomar a atividade diplomática na Ucrânia.

O que aconteceu ao longo da manhã e início da tarde

Lviv Remains Haven And Staging Ground As Russia Focuses Assault On Eastern Ukraine

Lviv

  • A Rússia avisou esta segunda-feira que a eventual adesão da Finlândia e da Suécia à NATO não contribuirá para a segurança na Europa, depois de o jornal The Times ter noticiado a possível integração dos dois países no verão.
  • A Ucrânia alerta que esta segunda-feira poderá ser a “última batalha” em Mariupol porque as munições estão a acabar.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, diz que a “operação militar” não vai parar para as próximas rondas de negociações com a Ucrânia.

Ação militar da Rússia na Ucrânia não vai parar para negociações de paz, garante Lavrov

  • Mais de 20% dos soldados russos mortos durante a guerra na Ucrânia são oficiais do exército, mais precisamente 10 coronéis, 20 tenentes-coronéis, 31 majores e 155 tenentes e sargentos, segundo a BBC.
  • Ucrânia atualiza contagem de baixas russas: já terão morrido 19.500 militares desde o início da ofensiva. Os números surgem dias depois de Dmitry Peskov ter admitido, pela primeira vez, um número “significativo” de baixas russas durante a invasão da Ucrânia.
  • Entre os ucranianos, 11 civis morreram, incluindo uma criança, em novos ataques à região de Kharkiv, que foi bombardeada 66 vezes nas últimas 24 horas.

Onze civis mortos, incluindo uma criança, em novos ataques à região de Kharkiv

  • O relatório do Ministério da Defesa do Reino Unido defende, no seu relatório diário, que as forças de Putin irão avançar para o leste do país a partir da fronteira com a Rússia. No mesmo documento estão ainda previstos movimentos da Crimeia em direção a Melitopol, Berdyansk e Kherson.
  • As tropas russas estão a obrigar crianças a voltar às escolas na cidade ucraniana de Volnovakha, um local que está nas mãos da Rússia, de acordo com o jornal Kyiv Independent. A ideia, segundo a comissária de Direitos Humanos do Parlamento ucraniano, Lyudmyla Denisova, será usar as crianças como escudos humanos
  • Pelo menos 183 crianças morreram e 342 ficaram feridas na Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, segundo os dados atualizados hoje pela responsável dos Direitos Humanos do Parlamento ucraniano, Liudmyla Denisova.

Pelo menos 183 crianças já morreram na guerra, dizem autoridades ucranianas

  • Uma equipa de especialistas franceses está na Ucrânia para ajudar nas investigações de alegados crimes de guerra cometidos pelas tropas russas na região de Kiev.
  • Já a ministra alemã dos Negócios Estrangeiros afirmou que há “fortes indícios” de crimes de guerra a acontecer na Ucrânia e que é “fundamental garantir a existência de todas as provas”.
  • “Não caiam nisso”, avisou o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros. Através do Twitter, Dmitro Kuleba avisa que a “fábrica de trolls” ao serviço da Rússia está a preparar “campanha de desinformação massiva”.
  • Zelensky diz que morreram “dezenas de milhares” em Mariupol e que há mais de 900 escolas e 300 hospitais destruídos. O Presidente ucraniano falou, esta manhã, no parlamento da Coreia do Sul e revelou que haverá dezenas de milhares de mortos devido a estes ataques. “Mariupol foi destruída, há dezenas de milhares de mortos, mas, mesmo assim, os russos não estão a parar a ofensiva”, disse Zelensky.
  • A Rússia revela que destruiu os sistemas de defesa antiaérea S-300 que foram fornecidos por países europeus. A informação, citada pela Sky News, foi avançada pelo próprio Ministério da Defesa da Rússia. Estariam escondidos nos arredores de Dnipro, a quarta maior cidade ucraniana, localizada no sudeste do país.
  • A Nova Zelândia anunciou esta segunda-feira o envio para a Europa de um avião Hércules C-130, 50 soldados e oito militares especializados na área da logística para trabalharem no envio e distribuição de ajuda à Ucrânia.
  • Os chefes de diplomacia da União Europeia vão certamente discutir esta segunda-feira “passos adicionais” a nível de sanções para punir a Rússia pela agressão brutal contra a Ucrânia, disse no Luxemburgo o Alto Representante Josep Borrell.

O que aconteceu durante a madrugada

Russian attacks on Ukraine

Hostomel

  • Ao início da madrugada foi ouvida uma grande explosão em Mykolaiv. Segundo o governador Vitaly Kim, só uma pessoa, um guarda, ficou ferida;
  • Cerca de 11 mil munições deixadas para trás pelas forças russas foram neutralizadas na região de Kiev ao longo da semana que passou, anunciou Oleksandr Pavliuk, chefe da Administração Militar Regional de Kiev. De acordo com o responsável, as forças de Putin deixaram muitas “surpresas”, incluindo armadilhas e minas, pelo que o acesso das populações às suas casas ainda não pode ser garantido;
  • Foram 4.503.954 as pessoas que fugiram da Ucrânia desde o início da ofensiva russa, a 24 de fevereiro, atualizou esta madrugada a ONU. A Polónia recebeu mais de 2,6 milhões de refugiados; a Roménia mais de 686 mil e a Hungria acima de 419 mil;
  • De acordo com o The Times, a Finlândia e a Suécia podem aderir à NATO já este verão;
  • O ministro da Defesa britânico avisou que, tal como já aconteceu antes, na região de Donetsk, o exército russo poderá recorrer a armas de fósforo branco em Mariupol, à medida que se intensifica a luta pelo controlo da cidade sitiada. Este tipo de armas incendiárias, que não são químicas, são restringidas pela Convenção sobre Armas Químicas: não só não podem ser usadas contra populações civis como também estão proibidas contra alvos militares sempre que existam populações civis nas imediações — o caso de Mariupol;
  • Ramzan Kadyrov, o Presidente da república russa da Chechénia, publicou um vídeo no Telegram a dizer que Mariupol vai ser atacada, como várias outras dos municípios de Lugansk e Donetsk, e que depois disso as forças russas vão tomar Kiev;
  • Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia discutem esta segunda-feira um sexto pacote de sanções à Rússia. Possíveis embargos às importações de petróleo e gás dividem os 27;
  • Na sua habitual comunicação noturna ao país, Volodymyr Zelensky disse este domingo que a semana que agora começa não vai ser nem mais nem menos importante do que as demais. “A Rússia vai ter ainda mais medo. Medo de perder. Medo de que a verdade tenha de ser reconhecida”, disse Zelensky, que acusou o Kremlin de tentar fugir às responsabilidades ao não reconhecer os crimes de guerra cometidos ao longo da ofensiva.

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