O líder supremo iraniano, Ayatollah Ali Khamenei, quebrou esta segunda-feira publicamente semanas de silêncio sobre os maiores protestos no Irão em anos, para condenar os “tumultos” e responsabilizar os Estados Unidos e Israel pela contestação e manifestações.

Khamenei descreveu a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, a 16 de setembro, sob custódia da chamada polícia da moralidade do Irão, o que desencadeou os protestos em todo o país, como “um triste incidente” que “deixou [todos os iranianos] com o coração partido”.

Mahsa Amini, originária do Curdistão (noroeste), foi detida pela polícia da moralidade a 13 de setembro em Teerão, por “vestir roupas inadequadas”, tendo morrido três dias depois num hospital quando ainda estava sob custódia policial.

O guia supremo iraniano afirmou que a morte de Amini foi aproveitada por terceiros para conspirar e desestabilizar o regime de Teerão, tal como já tinha afirmado, no domingo, o Presidente da República Islâmica, Ebrahim Raisi, que acusou os “inimigos” do Irão de “conspiração”, dizendo que falharam na tentativa de manipular os protestos contra o Governo.

Esses tumultos foram planeados. Digo claramente que esses tumultos e protestos que causaram insegurança foram planeados pelos Estados Unidos e pelo regime sionista e os seus funcionários [Israel]. Tais ações não são normais, não são naturais”, disse Khamenei a um grupo de estudantes da academia de polícia em Teerão.

As declarações de Khamenei foram feitas numa altura em que os protestos iniciados após a morte de Mahsa Amini se alastraram a todo o país, entrando assim na terceira semana, apesar dos esforços do governo para os reprimir.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR