Dois ativistas do grupo de protesto Futuro Vegetal manifestaram-se este sábado contra as alterações climáticas no Museu do Prado, em Madrid. Na parede, entre as pinturas “Maja Nua” e “A Maja Vestida”, de Francisco de Goya, as jovens ambientalistas escreveram a mensagem “+1,5º” – número que alerta para o aumento da temperatura global. Para além do grafiti realizado, as ativistas colaram as mãos nas molduras das pinturas.

De acordo com o El País, a direção do Museu do Prado comunicou que, embora seja possível ver pequenos danos nas molduras, as pinturas não foram estragadas. Vídeos partilhados nas redes sociais mostram jovens a grafitar a parede e a colar as mãos nas molduras:

Os ativistas conseguiram entrar no edifício porque os materiais que usaram para o ato de manifestação – a cola que meteram nas molduras e o spray que usaram para pintar a parede – eram de plástico.

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Fontes governamentais confirmaram ao mesmo jornal espanhol que a polícia prendeu os dois ativistas. No site do Futuro Vegetal, a movimentação define-se como “um coletivo de desobediência civil e ação direta que luta contra a crise climática através de um sistema agroalimentar baseado em vegetais”.

O Museu do Prado e a Ministra da Cultura, Turismo e Desporto da Comunidade de Madrid condenaram o ataque através de comunicados na rede social Twitter.

Grupos ambientalistas têm escolhido como palco de protestos museus do Reino Unido, Alemanha, Itália, Países Baixos e, agora, Espanha. Devido aos vários atos de manifestação que têm vindo a ocorrer nos últimos meses, os museus começaram a apertar a vigilância.

Para os diretores de museus portugueses, estes atos de protesto são “preocupantes” para os espaços culturais, porque “colocam em risco um património que é de todos” e “deve ser protegido para as atuais e futuras gerações”.

No mês de outubro, dois ambientalistas atiraram polpa de tomate para o quadro “Girassóis”, do pintor holandês Vicent Van Gogh, exposto na National Gallery, em Londres. A pintura ficou ligeiramente danificada.

Também no Museu Barberini de Potsdam, em Berlim, ocorreu um protesto: a obra do pintor francês Claude Monet, da série “Les Meules”, foi alvo de puré de batata. Contudo, este quadro não ficou danificado, pois estava protegido por um vidro.

Museus apertam vigilância preocupados com ações de “terrorismo” ambientalista contra arte