Dois aviões usados durante a Segunda Guerra Mundial colidiram este sábado, em pleno voo, durante uma demonstração aérea no Wings Over Dallas Airshow, nos Estados Unidos. Só este domingo é que as autoridades partilharam um número final sobre as vítimas mortais, com um balanço final de seis mortos.

“Há um total de seis vítimas mortais resultantes da colisão durante o Wings over Dallas”, partilhou no Twitter Clay Jenkins, responsável pelo condado de Dallas. “As autoridades vão continuar a trabalhar hoje na investigação e identificação dos mortos.”

As autoridades fizeram uma conferência de imprensa ainda no sábado, mas não partilharam informaçoes oficiais sobre o número de ocupantes dos dois aviões ou sobre vítimas mortais. Ainda assim, já este domingo, a BBC avançou que haveria pelo menos dois mortos. Foi citada a Allied Pilots Association, que representa pilotos norte-americanos, que avançou que Terry Barker e Len Root, dois antigos membros, terão morrido na colisão.

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Outros meios de comunicação apontaram que o número de vítimas mortais poderia ser efetivamente maior — como ficou mais tarde confirmado — dada a capacidade do equipamento de maiores dimensões nesta colisão.

O momento da colisão foi registado em vídeo por elementos do público que assistiam à demonstração. Uma porta-voz do evento, Leah Block, disse à ABC News que o B-17 — o maior dos aparelhos envolvido no acidente — poderia estar a ser operado por uma equipa com seis elementos a bordo e que o P-63 deveria ter apenas um elemento (o piloto) a bordo no momento do acidente, mas as informações não foram confirmadas oficialmente.

De acordo com vários meios de comunicação norte-americanos, que citam a Administração Federal de Aviação norte-americana, o acidente ocorreu entre dois modelos de meados do século 20, usados na Segunda Guerra Mundial — um Boeing B-17 Flying Fortress e um Bell P-63 Kingcobra —, cerca das 13h20 (19h30 na hora de Lisboa). O evento decorria no âmbito das comemorações do Dia dos Veteranos, no Aeroporto Executivo de Dallas, no estado do Texas, sul dos Estados Unidos.

Logo após o embate entre as duas aeronaves, que provocou uma bola de fogo sobre o aeroporto de Dallas, os aparelhos despenham-se, dando origem a uma nuvem de fumo negra. Em algumas das imagens do acidente é possível perceber que muito próximo do local onde se deu o embate se encontravam vários outros aviões, que participavam na demonstração. Mas apenas os dois aviões foram envolvidos no acidente.

O acidente não fez feridos entre o público, num dia em que estariam entre 4 a 6 mil pessoas a assistir ao espetáculo.

Eric Johnson, o mayor de Dallas, descreveu o acidente como “uma tragédia terrível”. “Os vídeos são de partir o coração. Por favor, orem pelas almas que subiram ao céu para entreter e educar as nossas famílias.”

Ainda no Twitter, este governante relatou que os destroços dos aviões chegaram à autoestrada 67, a um centro comercial nas proximidades e ao aeroporto Dallas Executive Airport. A autoestrada e os respetivos acessos continuaram fechados para os trabalhos de remoção de resíduos. Também o Executive Airport vai permanecer encerrado enquanto decorre a investigação.

A segurança destes espetáculos com aeronaves mais antigas tem levantado preocupações ao longo dos últimos anos, relata a CBS. Em 2011, morreram 11 pessoas em Reno, no estado do Nevada, quando um P-51 Mustang, um caça usado pelos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, se despenhou no público que assistia a um espetáculo. Em 2019, uma situação semelhante causou sete mortos.

A NTBS, a agência norte-americana responsável pela segurança dos transportes, já investigou desde 1982 um total de 21 acidentes que envolvem aeronaves da Segunda Guerra Mundial, resultando em 23 mortes.

(atualizada com mais informação)