Morreu Johnson Semedo, o fundador da Academia do Johnson, um projeto de responsabilidade social que trabalha com crianças e jovens da Amadora. A notícia da morte do ativista pela inclusão João Semedo, de 50 anos, mais conhecido como Johnson Semedo, foi partilhada na página de Facebook da Academia.

“Hoje perdemos o nosso pilar, o nosso ajudante, o nosso orgulho, o nosso pai, o nosso eterno Johnson”, é possível ler na publicação. “Com muita dor e muitas lágrimas venho por este meio informar a todos vós que faleceu o João Semedo (Johnson)”, é possível ler.

Na mesma publicação, assinada pelos mentores da Academia do Johnson, fica o pedido para “confortarem os corações das crianças”, que “são muito sensíveis”.

O fundador da Academia do Johnson morreu às 6 horas desta quarta-feira, em casa, devido a problemas de saúde, disse fonte familiar à agência Lusa.

A Associação Academia do Johnson está instalada no Bairro do Zambujal. Johnson Semedo nasceu na Cova da Moura e teve um percurso marcado pelo consumo de drogas e descrito como adverso, que o levou a cumprir pena de prisão por roubo durante dez anos. Quando foi libertado, focou-se no apoio a crianças e jovens da região da Amadora. Em 2014, a Academia do Johnson ganhou o estatuto de associação, focada nos jovens dos mais variados bairros na zona da Amadora, Cova da Moura, Buraca e Boavista.

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“Graças ao desporto e à influência positiva que o Johnson tem sobre as equipas com quem trabalha, estes jovens têm conquistado o reconhecimento entre pares, mas também têm interiorizado valores de cidadania que lhes abrem novos horizontes e os podem levar mais longe como pessoas”, é possível ler no manifesto da Academia do Johnson, onde o fundador treinava várias equipas de crianças e jovens.

Em 2020, Marcelo Rebelo de Sousa visitou a Academia do Johnson e mostrou-se “maravilhado” com a obra excecional da associação. “Fico maravilhado porque é uma obra excecional, de uma pessoa que passou a vida que passou, que aprendeu com essa vida, e que pega em centenas de jovens, fá-los estudar, cria condições para fazerem desporto, cria um ambiente que é um ambiente excecional, de várias idades, portanto de várias gerações”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas durante a visita.

Presidente “maravilhado” com “obra excecional” da Academia do Johnson

Já este ano, a Academia do Johnson recebeu uma menção honrosa no prémio Manuel António da Mota. Este prémio reconhece anualmente organizações e personalidades que se destacam nos vários domínios de atividade.

Prémio Manuel António da Mota distingue associação que apoia famílias vulneráveis

Pode recordar aqui o episódio de “Conversas Imperdíveis” em que Johnson Semedo contou ao Observador o seu percurso e os trabalhos desenvolvidos na Academia que fundou.

“Nasci para servir, descobri isso depois da cadeia e das drogas”

(Atualizada às 12:27 com mais informação)