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A NATO admitiu esta quarta-feira, 378.º dia de guerra, que a cidade de Bakhmut poderá cair nos próximos dias nas mãos dos russos, mas que isso não representa um “ponto de viragem” no conflito. O dia também ficou marcado pela chegada do secretário-geral da ONU à capital ucraniana, onde se reuniu com o Presidente Volodymyr Zelensky para “procurar soluções” que permitam alcançar uma paz justa.

Estes são os principais acontecimentos das últimas horas:

O que aconteceu durante a noite?

  • O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, definiu a defesa da cidade de Bakhmut, um dos epicentros dos combates nos últimos meses, e de toda a região do Donbass como uma “prioridade”.
  • A vice-presidente húngara, Csada Hende, afirmou que a maioria dos membros da Assembleia Nacional da Hungria apoiam a adesão da Finlândia à NATO, mas que é necessário mais tempo para garantir a ratificação.
  • A mãe do fundador do grupo paramilitar Wagner — envolvido nas operações russas na Ucrânia — ganhou um primeiro processo judicial para anular as sanções que lhe foram impostas pela União Europeia em fevereiro do ano passado. Yevgeny Prigozhin já reagiu e, questionado sobre as sanções que recaem sobre si, recorreu à ironia: “Não vou desafiá-las e acredito que neste momento são bastantes razoáveis”.
  • A comissária europeia do Interior, Ylva Johansson, alertou que os soldados russos têm realizado sistematicamente violações desde o início da guerra e que o número de mulheres violadas na Ucrânia tem crescido de forma exponencial.
  • A Polónia apelou ao treino de militares ucranianos no uso de caças F-16. É “importante” e “necessário”, afirmou o Presidente Andrzej Duda.
  • Os Estados Unidos não esperam que a Rússia consiga obter ganhos territoriais significativos este ano, revelou Avril Haines, diretora dos serviços secretos dos EUA, durante uma audição no senado.
  • A ministra da Defesa anunciou um acordo político entre os Estados-membros para a aquisição de munições de grande calibre para a Ucrânia. O acordo é apenas político, e depente da aprovação na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União, em 20 de março, e da ratificação no Conselho Europeu de 25 e 26 de março.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O alto-representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros alertou que não se deve tirar conclusões precipitadas sobre os novos relatos difundidos nos média sobre a sabotagem aos gasodutos Nord Stream 1 e 2. “Não tenho medo da verdade. Mas estamos a falar sobre especulações”, disse Josep Borrell.
  • Um total de 11.000 militares das Forças Armadas da Ucrânia conclui o treino no âmbito da Missão de Apoio Militar da União Europeia (UE) até ao final do mês de março, anunciou a ministra da Defesa Nacional.
  • O presidente republicano da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, recusou visitar a capital ucraniana, após um convite endereçado pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. “Eu não tenho de ir à Ucrânia para entender onde é que há um cheque em branco ou não.”
  • O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse ser “crítico” que o acordo de exportações de cereais através do Mar Negro seja renovado. O atual acordo entre Moscovo e Kiev termina já no próximo 18 de março, mas, “não obstante os obstáculos”, os dois países devem reafirmar o compromisso.
  • A ONU considera que o vídeo que mostra um soldado ucraniano executado às mãos das forças russas parece ser autêntico. No vídeo, que dura 12 segundos, é possível ver um militar desarmado a fumar um cigarro e dizer “Glória à Ucrânia” antes de ser morto a tiro.

O que aconteceu durante a manhã?

  • A Comissão Europeia recebeu e-mail com a ameaça de “ataques terroristas em massa no território” da União Europeia por causa da “política agressiva” de Bruxelas. A capital belga está em alerta esta quarta-feira.
  • O alto-representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros rejeitou o pedido da Estónia de um pacote de quatro mil milhões de euros para aquisição de munições para a Ucrânia e pediu pragmatismo aos Estados-membros. “O dinheiro não cai do céu”, sublinhou.
  • O governo ucraniano voltou a negar o envolvimento no ato de sabotagem do NordStream 2. “Até seria um elogio para os nossos serviços especiais, mas quando a investigação for concluída, veremos que a Ucrânia não teve nada a ver com isso”, assegurou Oleksiy Reznikov. O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, rejeitou pronunciar-se sobre o ataque aos gasodutos.
  • A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, adiantou que os três tanques portugueses Leopard-2 que serão enviados para a Ucrânia “já estão na Alemanha” e “em boas condições operacionais”. A governante voltou a garantir que os carros de combate chegarão a território ucraniano no final de março.
  • Seul deu luz verde à Polónia para que Varsóvia envie obuses com peças fabricadas na Coreia do Sul, avançou a Reuters. É a primeira vez que o país envia armas para a Ucrânia, ainda que de forma indireta.
  • O grupo paramilitar Wagner disse que a Rússia já controla a parte oriental da cidade de Bakhmut. “As unidades da companhia privada militar Wagner já controlam totalmente a parte oriental de Bakhmut”, alegou o líder da milícia, Yevgeny Prigozhin.
  • A presidente da Comissão Europeia avisou que a Europa nunca aceitará que a Rússia ameace a segurança do continente, num discurso, perante o Parlamento do Canadá. Von der Leyen deixou também uma comparação entre as ambições territoriais de Putin às da Alemanha nazi durante a II Guerra Mundial.

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