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Polónia, Estónia, Letónia e Lituânia juntaram-se esta segunda-feira à Ucrânia na oposição à reintegração dos desportistas russos e bielorrussos em competições desportivas internacionais, na véspera do Comité Olímpico Internacional (COI) se reunir para tomar uma decisão.

Em comunicado conjunto, publicado no site dos respetivos Ministérios dos Negócios Estrangeiros, os cinco países entendem que “não há uma única razão para acabar com o regime de exclusão para atletas russos e bielorrussos estabelecido pelo COI há mais de um ano”, depois da Rússia invadir a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

Entre terça e quinta-feira, a comissão executiva do COI vai deliberar em Lausana, Suíça, sobre as sanções à Rússia e Bielorrússia, o estatuto dos atletas de ambos os países e as medidas de solidariedade para com a Ucrânia.

O organismo recomendou, em 25 de janeiro, a readmissão dos desportistas de ambos os países nas competições internacionais, desde que “não tenham apoiado a guerra de forma ativa” e atuando sob bandeira neutra.

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Esta abertura do COI resultou em firme contestação por parte dos ucranianos, que ameaçam boicotar Paris2024, com o Presidente do país, Volodymyr Zelensky , a recordar que “os princípios olímpicos e os da guerra são opostos“.

A comunidade internacional, política e desportiva, está polarizada, com modalidades, como o atletismo, a decidir manter os russos e bielorrussos afastados, ou outras como a esgrima, a optar pela readmissão.

O COI entende que “nenhum atleta deve ser banido das competições apenas com base em seu passaporte“, mas os cinco países que assinam a missiva sublinham o seu desacordo.

Não é a nacionalidade dos atletas que determina o seu papel, mas sim o facto de serem patrocinados/apoiados pelos seus governos ou empresas apoiantes do regime russo, que continua a sua guerra de agressão contra a Ucrânia, ou mesmo pelo facto de integrarem o exército russo”, frisam.

As pressões diplomáticas têm-se agudizado numa altura em que vários desportos vão começar o apuramento para os Jogos Olímpicos Paris2024, enquanto outras já têm esse processo em curso.

A Federação Internacional de Esgrima foi, em 10 de março, a primeira modalidade olímpica a optar pela reincorporação, contudo, quinta-feira, a federação alemã desistiu da organização da etapa da Taça do Mundo de florete feminino agendada para o início de maio em Tauberbischofsheim, por entender que persistem “muitas questões em aberto” sobre a reintegração dos excluídos.

A federação ucraniana também anunciou que iria boicotar qualquer competição em que estivessem envolvidos russos e bielorrussos, uma ameaça que já paira sobre os Jogos Olímpicos de 2024 tanto da Ucrânia quanto da Polónia, Estónia, Letónia e Lituânia.

No fim de fevereiro, o COI assumiu que terá “em consideração” as ‘inquietudes’ demonstradas por 30 países, entre os quais Portugal, em relação à integração destes desportistas nos Jogos que vão decorrer na capital gaulesa entre 26 de julho e 11 de agosto de 2024.