A Interpol pediu ajuda para identificar 22 mulheres mortas na Alemanha, Bélgica e Países Baixos, ao longo de 46 anos. Através da campanha “Identify Me”, as autoridades revelam alguns detalhes sobre as investigações com o intuito de poder esclarecer casos que nunca foram verdadeiramente concluídos.

A organização disponibiliza reconstruções faciais das mulheres para facilitar o reconhecimento e a campanha de sensibilização é auxiliada por um vídeo onde várias mulheres oriundas dos três países apelam à identificação das mulheres. “Os familiares merecem respostas”, dizem.

O primeiro crime remonta a 1976 (sendo que o último é de 2019). Uma mulher, entre os 13 e os 22 anos de idade, foi encontrada sem vida nos Países Baixos perto de um antigo parque de estacionamento, o que levou que o caso fosse apelidado de “A rapariga no parque de estacionamento”.

A vítima terá morrido durante o verão e o seu caso foi atribuído a um desaparecimento que ocorreu nesse ano. Em 2006, as autoridades reconhecerem que não havia correlação entre ambos os incidentes. Segundo a análise isotópica, a mulher seria proveniente da Alemanha.

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Um outro caso reportado pela Interpol é sobre uma vítima violada, estrangulada e queimada numa floresta na Alemanha, localizada a 47 quilómetros de Dortmund, em 1997. O assassino terá removido um acessório de um dos dentes como parte do ato criminoso. “O corpo queimado na floresta”, planeado de forma meticulosa pelo infrator, não deixou vestígios de qualquer impressão digital.

Noutros casos, a Interpol identifica como acessórios uma tatuagem no braço da vítima, um cinto azul com fivela de ouro e roupas de homem. Carolien Opdecam, da polícia belga, refere que a identidade da vítima “é muitas vezes a chave para desvendar um caso”, segundo o Guardian.

Carina van Leeuwen e Martin de Wit, da polícia neerlandesa, não conseguiram identificar uma vítima encontrada num contentor no rio Gaasp, em Amesterdão, e deram início a esta campanha. “Grande parte das 22 vítimas morreu de forma violenta. Muitas foram abusadas e passaram fome”, referem.

Os investigadores revelam também que muitas das mulheres “eram de países diferentes daqueles onde foram encontradas. As suas identidades ainda não foram estabelecidas e é possível que os corpos tenham sido deixados em sítios diferentes para impedir investigações criminais”.

As autoridades dos Países Baixos forneceram pormenores sobre nove casos arquivados, seguindo-se as autoridades belgas (sete) e alemãs (com seis).