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O Presidente russo, Vladimir Putin, insistiu que a Ucrânia nunca existiu “na história da humanidade” até à sua “criação” pela União Soviética (1922), uma das razões para justificar a intervenção militar no país vizinho.

“As autoridades soviéticas criaram a Ucrânia soviética. Isso é uma coisa conhecida. E até essa altura não existia uma Ucrânia na história da humanidade”, defendeu Putin, durante um encontro com o presidente do Tribunal Constitucional da Rússia, Valeri Zorkin.

“Sabemos que estas terras eram parte de Rzeczpospolita [Polónia] e depois quiserem juntar-se ao Império de Moscovo. É apenas depois da Revolução de outubro, que alguns desenvolvimentos dos quasi-Estados começaram a emergir”, relatou o Chefe de Estado da Rússia.

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Putin fez o comentário enquanto olhava para o mapa do Império Russo desenhado na França no século XVII, oferecido por Zorkin, que recebeu um prémio no Kremlin esta terça-feira.

De acordo com os media russos, neste mapa, vários territórios foram marcados como entidades independentes, como a Polónia ou a Lituânia, mas não a Ucrânia. Durante a cerimónia realizada no Kremlin, Putin sublinhou que parte do povo russo foi separada do resto do Estado devido a uma “injustiça histórica”, aludindo à divisão da URSS em 15 países independentes em 1991.

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“Mas eles nunca deixaram de ser o nosso povo”, explicou Putin, usando o mesmo argumento que tem repetido há vários anos.

O atual líder russo acredita que Kiev deveria agradecer ao fundador da URSS, Vladimir Lenine, por permitir a criação da República Socialista Soviética da Ucrânia. A URSS nasceu em dezembro de 1922 como um estado federal, quando o ponto 26 do tratado contemplava o direito de cada república de sair livremente da união, deixando russos e ucranianos em pé de igualdade.

Esta opção foi aproveitada por várias repúblicas para romper com o controlo do Kremlin no final dos anos 80 do século passado, o que levou ao desaparecimento da URSS. Putin não hesitou em acusar Lenine de ter colocado “uma bomba atómica sob o prédio chamado Rússia”, que “explodiu mais tarde”, ao reconhecer o direito à autodeterminação dos povos.

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