A infeção com Covid-19 aumenta o risco de desenvolver problemas neurológicos futuros, um risco agravado pela severidade da doença e pelo número de vezes que as pessoas são infetadas. O estudo dinamarquês revelou também que o risco é equivalente ao de outras infeções respiratórias que atinjam o mesmo grau de severidade. Os resultados foram publicados, este sábado, na revista científica Nature Communications.

Fadiga, perda de memória, falta de ar e mais 200 sintomas. Covid longa pode durar meses ou anos (e ser a próxima “pandemia”)

As sequelas neurológicas e psiquiátricas causadas pela Covid-19 (ou por outras infeções virais) podem interferir com a vida diária do doente. Entre os sintomas mais comuns estão: stress pós-traumático, depressão, fadiga, falhas cognitivas e de memória, dificuldade de concentração, tonturas, “nevoeiro mental” (brain fog, em inglês), dores de cabeça, assim como perturbações no sono, olfato ou paladar.

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Para este estudo, a equipa do Hospital Universitário de Copenhaga (Dinamarca) usou a base de dados do registo nacional dinamarquês (com 5,8 milhões de habitantes) e identificou o surgimento dos sintomas neurológicos entre 1 de março de 2020 e 31 de dezembro de 2021.

Um outro artigo científico publicado no dia 12 de julho na revista Diagnostics confirma a presença e elevada frequência das sequelas neurológicas e psiquiátricas e avalia o potencial dos exames PET (com imagem tridimensional) ao cérebro para se avaliarem a extensão do impacto no órgão.