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O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) informou, esta quinta-feira, que os especialistas da organização na central nuclear de Zaporijia, sul da Ucrânia, ainda estão sem acesso às coberturas da instalação para verificar a existências de explosivos.

Os membros da missão que a AIEA mantém há meses em Zaporijia, a maior central nuclear da Europa e na região onde se desenrolam combates desde a invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, e recentemente intensificados com a contraofensiva ucraniana, “ainda aguardam o acesso aos telhados dos edifícios dos reatores”, disse Rafael Grossi.

A nota da agência da ONU assinala que nas “inspeções e visitas complementares à central nuclear de Zaporijia”, controlada por tropas russas, os especialistas internacionais não constataram até ao momento a presença de “qualquer equipamento militar pesado, explosivos ou minas“.

Em 4 de julho, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, disse que “objetos semelhantes a explosivos” foram observados nos telhados dos reatores 3 e 4 da unidade, o que parecia confirmado posteriormente com imagens de satélite.

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Em resultado deste alerta, a AIEA intensificou as suas inspeções, mas Grossi insistiu que a sua equipa precisa de acesso ilimitado a todo o complexo para garantir a segurança da central nuclear.

Na nota desta quinta-feira, o diplomata argentino detalhou que, após as suas visitas às unidades 1 e 3 no início de julho, os inspetores verificaram em 17 de julho o edifício do reator da unidade 2 e o da unidade 4 no dia seguinte. “Em cada caso, a equipa verificou a sala de controlo principal, a sala do reator, a piscina de combustível irradiado, a sala de controlo de emergência, as salas onde estão localizados os gabinetes elétricos dos sistemas de segurança e a sala das turbinas”, acrescenta.

Grossi admitiu que a sua equipa viu camiões de transporte nas salas de turbinas das unidades 1, 2 e 4, mas “não havia sinais visíveis de explosivos ou minas”.

O líder da AIEA afirmou ainda que “a equipa ainda não obteve o acesso pedido aos tetos dos reatores e suas salas de turbinas, inclusive nas unidades 3 e 4, que são de especial interesse“, acrescentando que o organismo “continua a solicitar esse acesso”.

A AIEA — um órgão autónomo do sistema da ONU encarregado de garantir que a tecnologia atómica seja usada exclusivamente para fins pacíficos — pede que Zaporijia não seja usada para armazenar armas ou explosivos.

Os seis reatores da central encontram-se em paralisação técnica.