Julian Bennett escreveu a estratégia antidrogas da Polícia Metropolitana de Londres para 2017-21, mas, alegadamente, fumava canábis com regularidade e o seu apartamento parecia-se com um “café em Amesterdão”. Há ainda rumores de que tenha consumido LSD e cogumelos mágicos quando estava de folga.

As afirmações contra o comandante sénior dessa força policial, que está suspenso desde 2021, foram feitas por Sheila Gomes. A enfermeira, que morou com Bennett de outubro até ao final de dezembro de 2019, disse esta terça-feira numa audiência relativa à suposta má conduta da força policial britânica no sul de Londres que o consumo começava “de manhã cedo, antes de sair para ir trabalhar”.

Segundo o jornal The Guardian, Sheila Gomes informou os presentes na audiência de que chegou a enviar uma mensagem a uma amiga na qual referia o uso de drogas por parte de Julian Bennett no apartamento que dividiam. Em dezembro de 2019 terá tirado fotografias à canábis, aos cigarros de papel, ao tabaco e aos isqueiros que estavam em cima da mesa de vidro da sala.

John Beggs KC, o representante de Julian Bennett na audiência que decorre esta semana — e em que é acusado, entre outras coisas, de má conduta grave por uso de drogas controladas —, acusou a enfermeira de ser uma “mentirosa” e uma “fantasista” que estava à procura de dinheiro. De acordo com a Sky News, foi Sheila Gomes que informou, em julho de 2020, a Polícia Metropolitana de Londres dos consumos do comandante.

A enfermeira explicou que apenas o denunciou meses após ter deixado de morar com ele porque, como nunca o vira de uniforme, não se tinha apercebido de que morava com um polícia. O teste de deteção do consumo de drogas foi autorizado pela Polícia Metropolitana de Londres apenas três dias após a chamada de Sheila Gomes, mas Julian Bennett recusou-se a fornecer uma amostra e disse que renunciaria ao cargo. Como justificação alegou que estava a tomar canabidiol, uma substância química para tratar a paralisia facial, e que, por isso, estava preocupado que o teste desse positivo.

O comandante sénior é acusado de má conduta grave por usar drogas controladas, recusar-se a fornecer uma amostra para um teste de controlo ao uso de drogas e mentir sobre o motivo pela qual não o fez. Declarou-se inocente de todas as acusações, numa audiência que continuará a decorrer ao longo desta semana.

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