Muito mau nos Açores. E pouco melhor que isso no Continente e na Madeira. De forma fácil, é assim que se podem resumir as previsões meteorológicas para este fim de semana. Com muita chuva, trovoada e temperaturas mais baixas, numa montanha russa com que o tempo parece querer jogar com quem está de descanso nestes dias e ainda quer aproveitar o final do verão ao ar livre, com uma última ida à praia. Mas se era essa a intenção, ponha-a de parte.

Depois dos últimos três dias mais quentes, a chuva voltou na quinta-feira, intensifica-se esta sexta e sábado e fica até segunda, mesmo que de forma mais fraca. O sol, esse, só deve regressar a partir de terça, trazendo de novo o calor, mas já abaixo dos 30ºC. E por poucos dias, porque a partir de quinta deve voltar a chover.

Nove distritos do continente esta sexta-feira sob aviso amarelo devido à chuva. Sábado será o país todo

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Nesta sexta-feira, o IPMA colocou sob alerta amarelo, até às 21h00, nove distritos devido a chuva forte (Bragança, Viseu, Évora, Guarda, Faro, Vila Real, Beja, Castelo Branco e Coimbra). Alerta que se estende a todos os 18 distritos do continente no sábado. E que se mantém no domingo, para já, mas apenas devido ao vento forte, em seis distritos, no litoral acima de Lisboa (Leiria, Coimbra, Aveiro, Porto, Braga e Viana). Porquê? Porque a instabilidade deve aumentar ao longo desta madrugada, com aguaceiros intermitentes e trovoadas dispersas, e vai continuar nos dias seguintes, sobretudo no primeiro dia do fim de semana, quando se espera mesmo muita chuva e vento forte. Culpa? Uma depressão fria isolada, que se formou ao largo da costa ocidental da Península Ibérica, segundo o site de meteorologia Meteored, que usa os modelos meteorológico da ECMWF.

O nome pode soar muito técnico, mas para o tornar mais fácil de entender o melhor é lembrar a tempestade que inundou Madrid e Toledo há duas semanas, e deixou também cheias no norte de Portugal — uma depressão em altura, DANA, ou gota fria. Neste caso, uma depressão fria isolada tem reflexo à superfície, devido a um sistema de baixas pressões, e não em altitude, mas os efeitos são semelhantes ao da gota fria. Além de imprevisível (nunca se sabe realmente ao certo os locais onde pode ‘descarregar’), provoca igualmente chuvas fortes, trovoada, granizo, associadas a muito vento.

[Já saiu o último episódio da série em podcast “Um Espião no Kremlin”, a história escondida de como Putin montou uma teia de poder e guerra que pode escutar aqui. Pode ainda ouvir o primeiro episódio aqui, o segundo episódio aqui, o terceiro episódio aqui, o quarto episódio aqui e o quinto aqui ]

Tratando-se de um fenómeno meteorológico adverso que pode ter muitos efeitos inesperados, pode causar cheias rápidas, inundações repentinas e derrocadas. Foi por isso que a Proteção Civil já lançou um aviso à população.

Mau tempo. Proteção civil alerta população para chuva e vento forte nos próximos dias

As previsões apontam para que o mau tempo se comece a sentir primeiro no Minho e no Douro e depois se estenda a todo o país. Já quanto ao vento, soprará de sul ou sudoeste, com rajadas até 70/80 km.

Madeira sob aviso amarelo

O mau tempo também vai afetar a Madeira. A chuva forte prevista para a costa norte e sul e as regiões montanhosas da ilha já levaram o IPMA a emitir avisos amarelos válidos entre das 21h00 de sexta-feira às 6h00 de sábado.

Nos Açores, é a Margot que preocupa

Nas ilhas açorianas devido à passagem, ao largo do arquipélago, da agora depressão subtropical Margot (já foi um furacão de categoria 4), há avisos laranja e amarelo. Há previsões que apontam para que a Margot que aproxime mais dos Açores (o modelo europeu ECMWF), outros que vêem o seu percurso afastar-se — o americano). A referência, nestes casos, é sempre o americano, mas seja qual for o seu comportamento, o tempo vai ser afetado. Com chuva e vento.

Furacão Margot coloca sete ilhas dos Açores com aviso laranja esta quinta-feira devido a chuva e trovoada

A Margot coincide no Atlântico Norte com o Lee, um furacão de categoria 5 que se aproxima da costa dos EUA, e que assusta os especialistas. Foi aquele que em menos tempo passou de categoria 1 a 5, ganhando uma força gigantesca.

Lee pode ser o furacão mais forte no Atlântico desde que há registos. Golfo do México e costa leste do EUA podem ser atingidos

As previsões para vários distritos

Pode conferir aqui as previsões para vários distritos.