António Lacerda Sales voltou a afirmar esta quarta-feira que não marcou qualquer consulta no Serviço Nacional de Saúde para as gémeas luso-brasileiras e garante também que não teve conhecimento de qualquer pedido  que tenha partido do seu gabinete. “Não marquei nenhuma consulta no SNS e por isso estou perfeitamente tranquilo em relação a este assunto. Começaram por dizer que tinha sido eu a marcar uma consulta e já perceberam que não fui. Depois, haveria um e-mail, não há nenhum e-mail. Já pedi os documentos várias vezes”, afirmou o antigo secretário de Estado da Saúde à Antena 1.

Referenciação das gémeas foi a única exceção na marcação de consultas em Santa Maria

Esta quarta-feira, a presidente do hospital de Santa Maria revelou no Parlamento que a auditoria interna no Hospital de Santa Maria concluiu que a primeira consulta foi marcada através de um telefonema da Secretaria de Estado da Saúde, onde estava na altura Lacerda Sales, sem referência à pessoa em concreto que terá tomado essa iniciativa.

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Lacerda Sales referiu que este telefonema não é do seu conhecimento e acrescentou que “gostaria de ter documentos que o comprovassem”, já que, nas atuais circunstâncias, a informação disponível fica pelo “campo das suposições e das indefinições”. Questionado diretamente sobre se alguém do seu gabinete terá feito o contacto, negou ter conhecimento de tal facto.

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Marta Temido também não responde e diz que falará quando considerar “oportuna”

Em declarações aos jornalistas, a antiga ministra da Saúde, Marta Temido, disse que não vai falar, neste momento, sobre a auditoria. “Acha que alguém honesto pode comentar algo sobre isto?”, questionou a ex-governante, aludindo que o documento foi apresentado esta manhã.

“Temos de ter muito cuidado com o serviço que estamos a prestar à democracia. A cidadã Marta Temido está disponível para responder em todo o lado sobre aquilo que fez no exercício das suas funções como ministra da Saúde. Os senhores jornalistas, que têm várias fontes, sabem muito bem o que é de lei e o que não é de lei, mas não acho razoável esta situação, em que as pessoas entendem que não é momento para falar e haver esta impossibilidade de nós conseguirmos sequer circular [no parlamento] com tranquilidade”, protestou também.

“Não acho razoável. Não é o momento para falar”, insistiu Marta Temido, garantindo, porém, que está “disponível para dar respostas nos sítios próprios”. “Entendo que o sítio próprio não é à frente de um conjunto de senhores jornalistas”, disse. Marta Temido assegurou que “falará quando considerar que é oportuno”.