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Milhares de iranianos participaram, esta quinta-feira, em Teerão no funeral de um comandante dos Guardas da Revolução morto num ataque israelita na Síria, gritando “morte a Israel e aos Estados Unidos”, noticiou a imprensa estatal iraniana.
O brigadeiro-general Razi Moussavi, um dos principais comandantes da Força Qods, o ramo de operações no estrangeiro e unidade de elite dos Guardas da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica, foi morto num ataque com mísseis na segunda-feira, a sul de Damasco.
Teerão acusou Israel, que não negou a alegação.
A morte de Moussavi ocorreu em plena guerra na Faixa de Gaza entre Israel, inimigo declarado de Teerão, e o Hamas, o movimento palestiniano apoiado pela “frente de resistência”, de que o Irão faz parte.
Esta quinta-feira de manhã, milhares de pessoas reuniram-se no centro de Teerão, na praça Imam Hussein, gritando “morte a Israel” e “morte aos Estados Unidos“.
EUA bombardeiam instalações da Guarda Revolucionária do Irão no leste da Síria
Alguns exibiam cartazes que mostravam Moussavi numa fotografia ao lado do general Qassem Soleimani, chefe da Força Qods e figura-chave da República Islâmica no Médio Oriente, por sua vez abatido num ataque norte-americano no Iraque no início de 2020.
O líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, reuniu-se, esta quinta-feira, com a família de Razi Moussavi, a quem apresentou condolências.
No funeral, o chefe dos Guardas da Revolução, Hossein Salami, considerou Moussavi “um dos mais experientes e eficazes comandantes dos Guardas na frente da resistência”.
Questionado sobre o ataque que matou Moussavi na Síria, Israel disse que “não comenta notícias de meios de comunicação estrangeiros”.
Por seu lado, Damasco escreveu às Nações Unidas e ao seu Conselho de Segurança pedindo-lhes que tomem medidas contra “ações agressivas de Israel” suscetíveis de “inflamar a região”, segundo a agência noticiosa oficial síria Sana.
A Síria denunciou “uma violação flagrante da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”, acrescentou a Sana.
Israel intensificou os ataques em território sírio desde o início da guerra em Gaza, a 7 de outubro, desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita.
Desde o início da guerra civil na Síria, em 2011, Israel levou a cabo centenas de ataques aéreos contra o país vizinho, visando sobretudo as forças apoiadas por Teerão, afirmando que pretende evitar que o Irão se instale junto às suas portas.
“A nossa resposta ao assassínio de Moussavi será uma combinação de ações diretas e outras levadas a cabo pela frente de resistência”, disse quarta-feira o porta-voz da Guarda Revolucionária, Ramazan Sharif, citado pela agência local Mehr.