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Portugal veria “com muito bons olhos” que o Tribunal Internacional de Justiça decretasse um cessar-fogo, na sequência da queixa da África do Sul por alegado genocídio na atuação das forças israelitas em Gaza, disse o chefe da diplomacia.

Nós veríamos com muito bons olhos que houvesse da parte do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) uma decisão sobre a necessidade de cessar-fogo, porque corresponde àquilo que consideramos também politicamente fundamental”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros português, em declarações à Lusa por telefone, a partir de Doha, onde teve esta quinta-feira um encontro com o primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani.

Portugal, acrescentou, acompanha “com muito interesse todos os pormenores daquilo que está a ser discutido em Haia“, onde o principal órgão judicial das Nações Unidas começou esta quinta-feira a discutir um caso apresentado pela África do Sul, que argumenta que “Israel se envolveu, está a envolver-se e corre o risco de continuar a envolver-se em atos genocidas contra o povo palestiniano em Gaza”.

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Julgamento de Israel por genocídio em Gaza. Quais foram as acusações apresentadas pela África do Sul ao Tribunal Internacional de Justiça?

Gomes Cravinho recordou que Portugal foi um dos poucos países europeus, em dezembro de 2022, “muito antes de se ter reacendido este conflito”, a apoiar na Assembleia-Geral das Nações Unidas uma resolução que pedia ao TIJ que desse um parecer sobre a situação dos territórios palestinianos ocupados por Israel.

Nós considerámos que era importante que houvesse um novo parecer do Tribunal Internacional de Justiça sobre esta matéria, e isso é algo que também está a correr”, comentou.

“Olhamos para o trabalho do Tribunal Internacional de Justiça como um trabalho fundamental da ordem do Direito Internacional e nós acreditamos profundamente num sistema internacional em que o Direito Internacional é, deve ser, respeitado e apoiado”, salientou.

O TIJ iniciou, esta quinta-feira, dois dias de discussões legais num caso apresentado pela África do Sul, que acusa Israel de genocídio na guerra na Faixa de Gaza contra o movimento islamita Hamas.

A África do Sul pediu aos juízes, no início da audiência, que impusessem ordens preliminares vinculativas a Israel, incluindo a suspensão imediata da campanha militar israelita em Gaza.

Israel rejeita as acusações e diz estar a lutar contra o genocídio.