Os habitantes da outrora próspera aldeia piscatória de Grindavik, na Islândia, começam a encarar de frente a possibilidade de não voltar a casa definitivamente, dois meses depois de um número alarmante de sismos e suspeitas de magma por baixo da cidade culminarem na ordem de evacuação de toda a população. Quando abandonaram as residências, a 10 de novembro, as 3800 pessoas esperavam regressar a casa à medida que a frequência dos sismos diminuísse, mas, em meados de dezembro, começou uma forte erupção na série de crateras de Sundhnuks, que durou três dias.

O jornalista da BBC Hermann Gunnarsson, que assina uma reportagem sobre a localidade islandesa e o futuro de quem lá habitava, relata o dia em que o vulcão entrou em erupção e as semanas e meses seguintes em que a “comunidade resiliente de Grindavik sentiu as forças implacáveis da natureza, provando mais uma vez porque é que a Islândia é frequentemente chamada a ‘Terra do Fogo e do Gelo'”.

Fissuras vulcânicas abertas na Islândia deixaram de emitir lava

Três casas da cidade da península de Reiquiavique, no sudoeste da Islândia, foram destruídas em janeiro quando a lava derretida saiu de duas fissuras criadas pelo sistema vulcânico de Svartsengi. As erupções não causaram mortes confirmadas, mas um homem está desaparecido depois de ter caído numa das fendas enquanto trabalhava na contenção dos danos. Após uma breve busca, a operação pelo funcionário que foi interrompida devido aos perigos envolvidos.

Grindavik foi poupada — a erupção teve lugar a cerca de 3 km de distância — mas foram posteriormente descobertas outras fissuras na cidade, o que levou as autoridades a fechá-las e a começar a reparar as infra-estruturas danificadas, mas estas ações não garantem a segurança a quem pensa em regressar. Ao jornal britânico, uma das habitantes deslocadas confessou que preferia que a sua casa tivesse sido destruída pela lava em contrapartida à incerteza, que de dia para dia se torna mais certa, de saber se algum dia poderá voltar à cidade islandesa e à habitação que deixou para trás.

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