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Milhares de pessoas manifestaram-se este domingo em Madrid contra a ocupação da Palestina, exigindo que o executivo espanhol “deixe de vender armas a Israel” e “rompa relações com o Governo de Benjamin Netanyahu”, noticiou a EFE.

Gritando “Israel assassina, a Europa patrocina” ou “Chega de armas para Israel”, os cerca de cinco mil manifestantes (segundo dados das autoridades madrilenas) deslocaram-se desde Atocha até à Praça de Espanha, num protesto convocado pela Rede de Solidariedade Contra a Ocupação da Palestina (RESCOP).

Hania Faydi, ativista palestiniana e membro da RESCOP, referiu que o Governo liderado por Pedro Sánchez, apesar de ter declarado que deixou de vender armas a Israel, continua a fornecê-las, de acordo com os relatórios do Centro de Estudos Delás, uma entidade independente de análise da paz, segurança, defesa e armamento.

“Apelamos também a uma rutura nas relações com o Estado de Israel e pedimos um embargo de armas”, acrescentou a ativista.

Hector Grad, também membro da RESCOP, pediu um “embargo efetivo”, esclarecendo que, embora “não haja novas vendas”, o Governo continua a “executar as vendas já feitas” e a facilitar tecnologia militar que permite a Israel desenvolver novas armas e testá-las em combate.

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“Os combates a que assistimos todos os dias nos media são hoje o genocídio da população palestiniana, porque são armas desenvolvidas para atacar a população civil”, criticou.

A manifestação contou também com a presença da secretária-geral do Podemos, Ione Belarra, para “exigir o fim do genocídio que está a ser cometido pelo Estado de Israel contra o povo palestiniano”.

Não vamos parar até que este genocídio termine, mas também tenho que dizer que esta semana o Podemos vai levar ao Congresso dos Deputados a votação sobre o embargo de armas, a compra, venda e transporte de armas, e também sobre a suspensão das relações diplomáticas em Israel”, anunciou a dirigente.

Belarra salientou ainda que “todas as forças políticas” devem ouvir “o clamor das ruas” e “colocar a Espanha do lado certo da História“.

A RESCOP convocou para este domingo uma jornada de mobilização a nível nacional, com manifestações em várias cidades espanholas.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 7 de outubro.

Nesse dia, cerca de 1.200 pessoas foram mortas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que mais de 100 permanecem na Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 29 mil pessoas, na maioria mulheres, crianças e adolescentes.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

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