A GNR anunciou, esta quinta-feira, a participação na operação internacional “Midas” para desmantelamento de uma rede organizada de evasão e fraude ao IVA que terá obtido por via ilegal pelo menos 195 milhões de euros.

Numa nota divulgada esta quinta-feira, a Guarda Nacional Republicana (GNR) adianta que, através da Unidade de Ação Fiscal (UAF) e sob direção da Procuradoria Europeia (European Public Prosecutor’s Office — EPPO), deu na quarta-feira cumprimento a sete mandados de busca em vários escritórios em Portugal, dos quais resultou a apreensão de diversa documentação, em papel e em suporte digital, no âmbito da operação que envolve vários países europeus.

A operação “Midas”, como foi denominada, teve por objetivo “colocar termo à atividade de uma rede organizada internacional que se dedica à obtenção de vantagens patrimoniais ilegítimas, através de um esquema fraudulento baseado em circuitos de faturação fictícios e simulação de negócio, e que tinha por finalidade concretizar a evasão e fraude ao IVA na comercialização de smartphones, pequenos equipamentos eletrónicos e máscaras de proteção facial“.

A GNR refere que, no decorrer das diligências realizadas no âmbito da investigação internacional, a EPPO apurou que a organização criminosa terá obtido com este esquema ilícito “uma vantagem patrimonial ilegítima de pelo menos 195 milhões de euros“.

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Entretanto, fonte da Unidade de Ação Fiscal da GNR adiantou à agência Lusa que as buscas em Portugal envolveram escritórios de gabinetes de contabilidades, advogados e gestores de insolvência e que a operação foi liderada pelos gabinetes alemães de Colónia e de Munique, para desmantelar este esquema internacional de “triangulação de faturação para iludir o IVA (Imposto sob o Valor Acrescentado)”.

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Na sequência da operação internacional foram realizadas diligências em 17 países europeus (Albânia, Áustria, Chipre, Croácia, República Checa, Estónia, Alemanha, Hungria, Itália, Malta, Holanda, Polónia, Portugal, Eslováquia, Eslovénia, Suécia e Reino Unido), sendo que em Portugal, foi dado cumprimento a sete mandados de busca em vários escritórios de empresas, que permitiram a apreensão de diversa documentação, em papel e em suporte digital.

Na operação foram empenhados 38 militares da UAF e dois militares da Repartição de Perícias Digitais Forenses da Direção de Investigação Criminal da GNR, contando ainda com a participação de elementos da EPPO, assim como de quatro elementos das autoridades policiais alemãs.