Fernando Medina defendeu a credibilidade do Governo de Luís Montenegro perante os parceiros europeus, ao mesmo tempo que o vinculou ao rigor orçamental. À saída da reunião do Ecofin, em Bruxelas, o ministro das finanças diz que teve oportunidade de “partilhar com o conselho aquilo que me parece o mais importante: que o futuro governo, que será liderado pela Aliança Democrática e Luís Montenegro, irá dar continuidade à trajetória de contas certas que o país tem tido.”

Medina lembra que as contas certas fazem parte de um “compromisso que [Montenegro] assumiu no seu programa eleitoral” e que é sua “convicção que irá prosseguir e continuar”. Por isso, reitera, “quis transmitir essa imagem de continuidade e confiança aos nossos parceiros europeus de que esse caminho irá ser perseguido. Fi-lo com essa convicção que isso será feito e também com aquilo que está mesmo inscrito nesse compromisso político”.

Medina lembrou que é normal da vida democrática os governos mudarem, daí que seja daqueles que já está “há mais tempo” no Ecofin. “Uns vão chegando, outros vão saindo; foram anos muito bons e Portugal viu reforçada a sua credibilidade junto dos seus parceiros europeus. Fomos sempre parceiros ativos na construção das soluções.”

O ministro das Finanças diz que fez questão de “reafirmar” o compromisso com as contas certas, que foi bem acolhido pelos parceiros. Desta forma, Medina também vincula Montenegro à disciplina orçamental. Mas acrescenta que compete depois ao Governo da Aliança Democrática “fazer prova disso”.

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Medina concorda com Santos Silva, mas é contra ideia de Bloco Central

Questionado sobre se há espaço para o PS viabilizar o Orçamento da OE, Medina defende que o país tem de ter “a funcionar em simultâneo um bloco que governe e um bloco que faça oposição. Que fiscalize, que vigie e que tenha capacidade para ser uma alternativa em permanência do país.”. O ministro das Finanças diz que o resultado das eleições ditou que “quem governará o país será a Aliança Democrática e devem ter as condições para assumir essa governação e executarem essa governação e os termos em que o devem fazer também foram feitos de forma clara.”

Apesar de falar nas condições para a AD executar a governação, Medina acrescenta que “não se pode pedir ao PS, a quem foi dado o mandato, para ficar na oposição. E é isso que deve fazer: ficar na oposição.” Para o ministro das finanças “não é bom para o sistema político que se confundam estes papéis, nem haver um Bloco Central seja ele informal e muito menos formal”. Até porque, avisa, “no dia em que isso acontecesse, a única força da oposição que o país teria era um partido de extrema-direita e a consequência direta era esse partido subir, ainda mais do que hoje tem.” Lembra, aliás, que esta foi a “orientação estratégica” de Pedro Nuno Santos na noite eleitoral.

Apesar de ser contra o Bloco Central, Fernando Medina diz que se revê nas palavras de Augusto Santos Silva sobre a necessidade de pactos de regime entre PS e PSD (como na justiça). Sobre um eventual retificativo do PSD para tomar algumas medidas do programa eleitoral, Medina é claro: “O orçamento está muito bem como está.”