A Câmara de Portimão decretou esta segunda-feira um dia de luto municipal para o dia do funeral do poeta Nuno Júdice, natural do concelho, que morreu no domingo, em Lisboa, aos 74 anos.

“Por considerar que a morte de Nuno Júdice é uma perda irreparável para a cultura portuguesa, o município de Portimão decreta um dia de luto municipal, que deverá ser observado na data de realização das suas cerimónias fúnebres“, anunciou a câmara algarvia num comunicado, sem precisar o dia em que se celebra o funeral.

Morreu o poeta Nuno Júdice aos 74 anos

Manifestando o seu “sentido voto de pesar” pela morte de Nuno Júdice e apresentando as “mais sentidas condolências à família”, a câmara algarvia destacou o papel de “referência na literatura portuguesa” que teve o poeta e escritor, nascido em 1949, na Mexilhoeira Grande, concelho de Portimão, distrito de Faro.

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“A sua vasta obra poética, iniciada em 1972 com ‘A Noção de Poema’, inclui mais de 20 livros, distinguindo-se pela originalidade, rigor formal e reflexão sobre a condição humana. A sua poesia é marcada por uma linguagem rica e sensorial, explorando temas como a memória, o tempo, o amor, a morte e a viagem”, salientou a Câmara de Portimão.

A autarquia realçou o reconhecimento internacional do poeta, que, “em 2013, foi distinguido com o XXII Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana (Espanha)” e, “em 2014, com o Prémio de Poesia Poetas del Mundo Latino Víctor Sandoval (México)”.

A Câmara de Portimão destacou ainda que, “além da obra poética, Nuno Júdice dedicou-se à ficção, ao ensaio, à tradução, ao ensino superior”, tendo ainda desempenhado “funções de conselheiro cultural da Embaixada de Portugal em Paris, onde também dirigiu o Instituto Camões”.

O poeta também foi distinguido, em 1992, com o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, “elevado a Grande-Oficial da mesma ordem” em 2013, e recebeu a Medalha de Mérito Municipal – Grau Ouro, em 2001.