A um dia da tomada de posse dos deputados para a nova legislatura, André Ventura revelou que o PSD irá aprovar os nomes que o Chega apresentar para os cargos na Assembleia da República e disse já ter dado indicações para a votação a favorável a José Pedro Aguiar-Branco.

Em conferência de imprensa, esta segunda-feira à tarde, o presidente do partido anunciou que “o PSD informou o Chega de que viabilizará a nomeação dos vários dirigentes do Chega para os cargos de vice-presidente, secretário e vice-secretário da Assembleia da República”. E, no mesmo sentido, referiu que o Chega  terá a mesma atitude e “viabilizará a proposta para a presidência do Parlamento” apresentada pela Aliança Democrática, José Pedro Aguiar-Branco.

Na visão de Ventura, este é um “momento importante” pelo facto de Chega e PSD conseguirem “arredar socialistas e extrema-esquerda dos lugares decisivos do Parlamento”. “Ao darem-se estes passos garantimos uma maioria absolutíssima que conseguirá não só eleger o presidente da Assembleia da República, [mas também] os vice-presidentes, incluindo o da Iniciativa Liberal, e o secretário e vice-secretário a que o Chega tem direito”, explicou o presidente do partido.

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“Este novo ambiente, que espero que vá crescendo e solidificando, deve inaugurar um período de estabilidade de que todos possamos beneficiar em termos políticos e de que o país possa beneficiar”, sublinhou o líder do PSD, que assumiu ainda que “o compromisso do Chega é permitir que a AD tenha condições para executar esses fundos europeus o mais rápido possível”.

E apelou ainda a que seja dado um “sinal ao país em termos de governo”, deixando um pedido a Luís Montenegro: “O Chega apela ao primeiro-ministro indigitado e à nova maioria para que deem o sinal que o país precisa na redução do número de ministros e apresentem um governo pequeno, curto e menos despesa — um governo com um máximo de 12 ministérios.”

“Temos a maioria para reduzir deputados, ministros e secretários de Estado”, insistiu o líder do Chega, frisando dar “margem ao governo”, mas destacando que, para cumprir esse objetivo, será preciso haver “aproximações entre [os ministérios] da Economia e Finanças, entre Coesão e Território, Agricultura e Ambiente e acabar com ministérios como o da Presidência, que pode ser uma secretária de Estado, ou dos Assuntos Parlamentares”.