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A Ordem dos Médicos destacou esta quinta-feira a capacidade de diálogo e trabalho da nova ministra da Saúde, Ana Paula Martins, características que considera “muito relevantes” para responder aos desafios como dar um médico de família a todos os portugueses.

Em declarações à agência Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Carlos Cortes, começou por dizer que, “mais do que as personalidades, o que é verdadeiramente importante” é saber “o programa do Governo e da forma como vai ser cumprido”.

“Mas em relação à pessoa, porque também é importante, há também outra questão sempre muito relevante que é a gestão das expectativas e, sobretudo, quando essas expectativas são altas”, disse, considerando que Ana Paula Martins, farmacêutica, tem características que a OM considera “serem muito positivas”.

Apontou como principal ser “muito conhecedora” da área da saúde, em que já desempenhou “altas responsabilidades”, entre as quais bastonária da Ordem dos Farmacêuticos.

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Outras características “muito relevantes” para Carlos Cortes e que, no seu entender, vão ser “muito requisitadas”, é sua capacidade de diálogo e de “juntar as pessoas”, dando-lhes algum palco e ouvindo os profissionais de saúde.

“Depois é uma pessoa com capacidade de trabalho” de que vai necessitar para responder a “desafios muito importantes”, começando pelo “programa da Aliança democrática [AD], que é extremamente ambicioso para a saúde“.

“É ambicioso na sua dimensão e ambicioso também pelos prazos muito curtos a que se compromete, nomeadamente, para dar um médico de família a todos os portugueses”, sustentou, lembrando que há mais de 1,6 milhões sem médico de família.

Para Carlos Cortes, o programa também é “muito ambicioso” na questão da resolução das listas de espera para consultas, cirurgia, bem como “na capacidade de reconciliar os profissionais de saúde com a tutela”.

“Tem havido um afastamento da tutela que virou as costas aos profissionais de saúde e não tem contado com eles para desenvolver o Serviço Nacional de Saúde”, declarou.

Por outro lado, há o desafio de “voltar a transmitir uma mensagem de confiança” no SNS, que se tem perdido junto dos doentes, mas também dos profissionais, e torná-lo “mais atrativo” para captar os profissionais de saúde.

Carlos Cortes realçou também como prioritário a resolução da questão das urgências e disse estar “muito curioso” sobre como vai ser desenvolvido o plano de emergência para a saúde proposto no programa da AD, que determina um período de dois meses para a sua definição.

“Estou curioso também de saber qual vai ser o papel da ministra da Saúde” em relação à Direção Executiva do SNS, sendo que no programa da AD já estava referido que “ia ser completamente reestruturada”.

O bastonário referiu ainda a reforma em marcha desde 1 de janeiro da criação das Unidades Locais de Saúde: “É muito evidente para quem trabalha no setor que está a atravessar imensas dificuldades (…). Portanto, vamos aguardar para saber como é que a ministra vai resolver estes vários problemas”.

Manifestou a disponibilidade da OM para dar “todo o apoio para que o SNS e a saúde na sua globalidade encontre um caminho adequado que possa dar a resposta que os portugueses necessitam”.

O primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, e os ministros do XXIV Governo Constitucional tomam posse na terça-feira e os secretários de Estado dois dias depois. O debate do programa de Governo está marcado para 11 e 12 de abril.