Luís Montenegro votou este domingo em Espinho por antecipação para as europeias para “dar o exemplo” aos portugueses, visto que “este ano dá-se a circunstância de o dia das eleições ser na véspera de um feriado importante”. Na primeira vez que foi às urnas antecipadamente, o primeiro-ministro disse que a sua preocupação é que “haja um bom índice de participação” e sublinhou o empenho do Governo na “operação gigantesca” que vai permitir que os eleitores possam, no próximo domingo, votar em qualquer mesa de voto do país.

“Queria aproveitar esta ocasião para dizer aos portugueses e às portuguesas que no próximo domingo estejam onde estiverem, desde que estejam munidos do seu documento de identificação civil, o cartão de cidadão, podem-se dirigir a qualquer mesa de voto”, afirmou Luís Montenegro, sublinhando que esta opção permite “mais participação” nas eleições.

Depois de ter votado por antecipação na Escola Básica n.º 2 de Espinho, no distrito de Aveiro, Luís Montenegro disse que o Governo está “há muitas semanas” focado em tentar “minimizar” ou mesmo “eliminar” a possibilidade de problemas no voto em qualquer mesa do país. “É manifestamente a primeira vez que nós vamos ter a informatização total dos ficheiros e a necessidade de em cada mesa, não é só em cada concelho ou em cada freguesia, haver um ficheiro acessível para identificar qualquer eleitor de todo o país”, explicou.

Questionado acerca da campanha eleitoral dos partidos, o primeiro-ministro optou por não entrar numa “lógica de apreciação política”, mas disse ver “com bons olhos” que esteja “mais centrada nas questões que verdadeiramente estão em cima da mesa, que é a escolha dos representantes portugueses no Parlamento Europeu”. Quanto à questão colocada por Pedro Nuno Santos acerca da possibilidade de existir um “conflito de interesses” na contratação de uma consultora privada para ajudar a elaborar o Plano de Emergência da Saúde, Montenegro disse que “não tem pés nem cabeça”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Eu não vou, como disse, estar a fazer declarações políticas, mas isso não tem pés nem cabeça”, respondeu o chefe do Governo, acrescentando que o Executivo apresentou um plano cujo conteúdo “é não só de emergência como de transformação estrutural”. “Isso é que é importante.”

As declarações de Luís Montenegro surgem após Pedro Nuno Santos ter dito que se levantava uma questão de “conflito de interesses” se se confirmasse que tinha existido um recurso a uma empresa privada para a elaboração do plano. O líder do PS mostrou estranhar que uma firma que trabalha com grupos privados “esteja ao lado do Estado a ajudar na elaboração de um plano que tem um forte viés para a privatização e para o privado”. Por isso, o dirigente socialista quis saber se o Governo “viu ou não algum conflito de interesses” e questionou a informação sobre o SNS a que essa empresa teve acesso e a forma como terá sido contratada.

O sábado “popular” em que Pedro Nuno dançou, cantou e deixou um desafio ao Governo

Após as declarações de Pedro Nuno Santos, este sábado à noite, o Governo admitiu ter contratado uma consultora privada para “organizar e estruturar” o trabalho da task force responsável pelo Plano de Emergência da Saúde, sublinhando que a empresa tem trabalhado com o Ministério da Saúde “nos últimos anos”.

Numa nota enviada à Lusa, o gabinete da ministra da Saúde disse que o contrato “é público e tem o valor de €9.250 + IVA”, prometendo publicitar, no início da próxima semana, “todos os contratos e respetivos projetos e valores dos últimos 8 anos”: “A transparência é um valor fundamental à governação”, concluiu.