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A primeira dama ucraniana confessou, numa entrevista ao The Telegraph, que a invasão russa à Ucrânia a “empurrou para perto do esgotamento psicológico”, tendo por isso recorrido a mecanismos para manter “equilíbrio mental”. Entre eles, “fazer exercer físico”.

Em conversa no gabinete do Presidente ucraniano, em Kiev, Olena Zelenska explicou que quando sente estar perto de um esgotamento psicológico percebe que precisa de descansar: “Procuro aproveitar o momento de forma eficaz, porque às vezes quando pensamos que temos descanso, não temos”.

“Algumas vezes permiti-me chorar quando estava insuportavelmente triste, mas foi algo que fiz conscientemente, porque sei que tenho de mergulhar fundo para encontrar a força para me erguer e poder nadar novamente. Temos de nos dar a oportunidade de chorar tudo”, acrescentou.

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Desde o início da invasão russa que a mulher de Volodymyr Zelensky vive com os dois filhos, num local não revelado, separada do marido. Sozinha durante a noite, confessou ao The Telegraph que muitas vezes acorda com a sensação de que está com dificuldades em lidar com tudo o que ela e o seu país têm vivido desde 2022. O único alívio, revela, é o facto de os filhos não a verem nesse estado. “Esses foram os momentos mais horríveis e ainda bem que aconteceram à noite, porque nenhum dos meus filhos viu, porque eu tenho de ser sempre uma fonte de confiança para eles”, afirmou. “As crianças olham sempre para os pais e precisam de saber que tudo vai correr bem”.

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Para evitar estes episódios e manter um “equilíbrio mental”, Zelenska encontrou ferramentas que a ajudam: “Acho que quando estou assustada preciso de, fisicamente, fazer alguma coisa, posso compilar uma lista de coisas que me acalmam e vou fazer essas coisas”. Entre os mecanismos estão tentar não ler as notícias no telemóvel antes de ir dormir, não navegar pelos canais do Telegram que avançam detalhes sobre a invasão, como vídeos e imagens, ou fazer limpezas.

“Esta é a receita de muitas mulheres que conheço no mundo para se acalmarem: se não sabem o que fazer, vão lavar o cabelo”, disse. “Enquanto se está a fazer alguma coisa, não se fica sentado sem fazer nada e com medo, faz-se algo útil nesse momento.”

“Eu tento não pensar no medo, claro, todos nós, de certa forma, sobrevivemos aos nossos maiores medos durante o primeiro mês depois da invasão”, afirmou, acrescentando: “Espero viver até ao momento da vitória num estado de espírito são e que cheguemos lá não tão exaustos que não possamos desfrutar.”