André Ventura voltou esta quarta-feira a defender a realização de um referendo sobre imigração, acusando o Governo de ter enganado os portugueses durante a campanha eleitoral. “Já vimos que o Governo enganou as pessoas sobre matéria de imigração. Disse que não queria um país de portas escancaradas e não fez nada para isso até agora”, disse o líder do Chega durante uma entrevista à CNN Portugal.

A proposta de referendo sobre imigração — que inclui uma política de quotas — foi apresentada esta terça-feira e surge como moeda de troca para que o Chega vote a favor do Orçamento do Estado para 2025. A esta exigência, o partido de André Ventura juntou mais duas: reforço das verbas para controlar as fronteiras e a revisão dos subsídios atribuídos a imigrantes e refugiados.

Chega quer referendo à imigração no início de 2025. Ventura diz que é uma “proposta incontornável” no Orçamento, mas é “mais uma”

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“O PSD votou contra a extinção do SEF e não retomou o SEF enquanto polícia criminal. É preciso dar um sinal ao país que o controlo de fronteiras importa”, criticou André Ventura na mesma entrevista.

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Para o partido que conta com 50 deputados na Assembleia da República, “a Europa não pode tornar-se o refúgio de subsídios” e “a imigração não se pode tornar um chamariz de subsídios”.

Entre a atribuição de subsídios, o controlo de fronteiras e o referendo, André Ventura disse, aliás, que “não é o mesmo receber pessoas de Espanha e receber pessoas de Marrocos”. “Não aceito que me digam que é igual vir alguém do Paquistão e do Brasil”, acrescentou ainda.