O Comité Central do Syriza não irá, afinal, fazer uma votação interna neste domingo, como tinha proposto Alexis Tsipras na manhã de quinta-feira. Deverá acontecer, contudo, o congresso extraordinário de setembro. Os planos foram definidos na quinta-feira, após uma reunião tensa dos principais membros do Syriza em que Alexis Tsipras garantiu que as cedências à troika são um “recuo tático”. Pelos seus opositores internos, Tsipras foi acusado de ter uma conduta “surreal e infantil” e de estar a desrespeitar todas as promessas eleitorais.

Quase todos os 200 membros do Comité Central do Syriza – Yanis Varoufakis não participou – estiveram reunidos na tarde de quinta-feira para avaliar as suas opções para resolver a disputa interna que se intensificou depois de Alexis Tsipras assinar o acordo com os outros países da cimeira do euro, às primeiras horas de 13 de julho. Estava em cima da mesa uma proposta para que houvesse uma votação interna no domingo e um congresso alargado do partido em setembro. A primeira hipótese caiu, mas a segunda foi confirmada.

Alexis Tsipras foi duramente criticado por vários colegas do partido e viu 17 membros do Syriza demitirem-se, acusando-o de assinar um acordo “humilhante”. O ex-ministro da Energia e líder da oposição interna, Panayiotis Lafazanis fez um discurso vigoroso em defesa do regresso ao dracma, e a presidente do Parlamento, Zoe Constantopoulou criticou a “ditadura do euro”. A presidente do Parlamento disse que era “inconcebível” que Alexis Tsipras esteja a querer aplicar “o oposto exato das promessas eleitoral“.

Mas o primeiro-ministro defendeu-se dizendo que estas medidas associadas ao terceiro resgate são um “recuo tático”. Já na véspera Tsipras tinha dito que o terceiro resgate era “a receita errada” e prometido que ia “lutar” contra os efeitos recessivos das medidas. Ontem, quinta-feira, Tsipras voltou a lançar um repto: “Quem pensar que outro governo ou outro primeiro-ministro fariam melhor, deve dar um passo em frente”.

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