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A verdade e a ficção. Afinal, como foi a relação entre Thatcher e Isabel II?

"The Crown" provocou polémica pela forma como retratou a relação entre Carlos e Diana. Mas o que dizer da relação entre primeira-ministra e Rainha? Dois biógrafos distinguem História de cultura pop.

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(Este artigo foi inicialmente publicado em 2021. É atualizado agora após a morte de Isabel II esta quinta-feira, 8 de setembro de 2022)

[Este artigo contém spoilers sobre a mais recente temporada da série “The Crown”]

A primeira cena entre as duas é inesquecível. As portas do Palácio de Buckingham abrem-se para deixar entrar o carro que transporta a recém-eleita primeira-ministra do Reino Unido — a primeira vez que uma mulher ocupara o cargo, em 1979. Na sala onde recebe os líderes de governo, Isabel II aguarda, ajeitando os objetos em cima da mesa da sala e caminhando de um lado para o outro. Thatcher entra no palácio, num dos seus famosos fatos azuis e de lenço ao pescoço. A Rainha toca na campainha que a autoriza a entrar. A primeira-ministra chega e é recebida com um sorriso e a simples frase: “Mrs. Thatcher”. Margaret responde “Your Majesty”, enquanto faz uma vénia profunda, tocando quase com o joelho direito no chão.

Foi assim que os criadores de “The Crown”, série produzida pela Netflix, decidiram retratar o início do primeiro encontro entre a Rainha e a marcante antiga primeira-ministra britânica. Até aqui, quase que podemos garantir que tudo se terá passado mais ou menos assim. Mas e daí em diante? A última temporada da popular série que aborda a monarquia tem estado debaixo de fogo, por causa da veracidade do retrato que pinta, nomeadamente sobre o casamento dos príncipes de Gales, Carlos e Diana. Mas o retrato de Thatcher — apesar dos elogios à performance da atriz Gillian Anderson — também não passou incólume a críticas.

Nos jornais britânicos, sucedem-se as críticas em artigos de opinião, vindos da esquerda ou da direita. Na revista Spectator, James Delingpole classificou o retrato de Thatcher em “The Crown” como “grotesco” e claramente criado por “esquerdalhos”. No The Guardian, Zoe Williams optou por falar numa imitação “enervante”, não por não ser verosímil, mas por ser como “ver o cadáver de um vilão ressuscitado, muito depois de o filme ter acabado”.

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Emoções e posições políticas à parte, nada como falar com os especialistas para perceber em que pontos “The Crown” acertou em cheio e em quais falhou relativamente ao relato histórico. Não só em relação à figura de Thatcher, mas também à sua relação com a Rainha (representada por Olivia Colman), desenhada na série como algo conflituosa, como comprovam os episódios “The Balmoral Teste”, “Favourites”, “Fagan”, “48:1” e “War”. Terá sido mesmo assim?

A “humilhação” em Balmoral

“Creio que este é um retrato preciso num aspeto importante: capta bem o facto de que Thatcher veio de um meio humilde e entrou num mundo do qual conhecia pouco e que era dominado por homens”, começa por dizer ao Observador Charles Moore, biógrafo oficial de Margaret Thatcher, cuja obra foi publicada apenas após a sua morte em três volumes (Not For Turning, Everything She Wants e Herself Alone). “Acho que não está tão bem noutros aspetos: Thatcher foi primeira-ministra durante 11 anos e na série ficamos com a ideia que ela tinha exatamente a mesma personalidade em 1979 e em 1990. A personagem dela não tem qualquer evolução.”

Também Penny Junor, biógrafa real e autora de obras como The Firm: The Troubled Life of the House of Windsor, considera que “The Crown” não faz o retrato mais fidedigno da relação de Thatcher com a monarca: “As duas mulheres davam-se razoavelmente bem e não creio que isso transpareça na série. Elas tinham algumas coisas em comum e a relação não era tão hostil como ali é retratado. Acho altamente improvável que elas tenham discutido daquela forma”, diz ao Observador, a partir de Londres.

“Em Balmoral, Thatcher e o marido recebem a agenda, mas não sabem se devem vestir-se já para o jantar de gala ou apenas para tomar um copo. E depois decidem ir de gala e entram numa sala onde a Família Real está toda vestida com as suas roupas de caça e a comportarem-se como um bando de hienas. Isto é tão, mas tão impossível!”
Penny Junor, biógrafa real

Um dos aspetos que “The Crown” se apressa a sublinhar está precisamente nas origens humildes de Thatcher, por contraste com a aristocracia da monarquia. “A filha do merceeiro…”, comenta a certa altura a personagem do Príncipe Filipe (representado por Tobias Menzies), ao ver as imagens de Thatcher a chegar a Downing Street pela primeira vez. Esse contraste é ainda mais sublinhado em “The Balmoral Test”, quando Thatcher e o marido são convidados para o castelo da família real em Balmoral e não conseguem enquadrar-se nem nas conversas, nem sequer no vestuário.

Para Penny Junor, todo esse episódio lhe parece altamente improvável. “Em Balmoral, Thatcher e o marido recebem a agenda, mas não sabem se devem vestir-se já para o jantar de gala ou apenas para tomar um copo. E depois decidem ir de gala e entram numa sala onde a família real está toda vestida com as suas roupas de caça e a comportarem-se como um bando de hienas. Isto é tão, mas tão impossível!”, assegura.

“A Rainha é a mulher mais bem-educada e com maneiras que alguma vez se pode conhecer. E passou a vida inteira a tentar deixar os que estão à sua volta confortáveis”, acrescenta. “Por isso, imaginar que ela deixaria alguém desconfortável e que até a humilharia é impensável. Na cena seguinte, quando elas vão caçar e Thatcher está de fato, saltos altos e mala na mão… Isso nunca aconteceria. Antes sequer de ela sair do Palácio, alguém sugeriria de imediato: ‘Talvez seja melhor levar antes este casaco e estas botas’”.

A invasão ao Palácio aconteceu, mas não por causa do Thatcherismo — foram os “cogumelos mágicos”

Na vida real, o protocolo impediria muitos dos faux-pas protagonizados em “The Crown”, portanto. Mas o que dizer do espírito das opiniões da Rainha, que parecem transparecer como críticas da política económica da primeira-ministra? Para Charles Moore, tudo não passa de “uma caricatura de esquerda” e passa a exemplificar com o episódio “Fagan”. Em “The Crown”, o homem que invadiu o quarto da Rainha na vida real é retratado como um recém-desempregado, impedido de ver as filhas e deprimido, que aproveita o momento com a monarca para lhe dar a conhecer “o que se passa no país” e para se queixar sobre as políticas de Thatcher.

A equipa de “The Crown” usou este episódio para retratar a convulsão social que o Reino Unido atravessava na década de 80, com uma inflação galopante como cenário, um aumento do desemprego e um governo e sindicatos em braço de ferro, com Thatcher a colocar o ênfase no equilíbrio das contas públicas. Mas, na realidade, Fagan não invadiu o Palácio de Buckingham para se queixar disso à Rainha. Quem o contou foi o próprio, numa entrevista dada ao Independent em 2012. “Não sei porque o fiz, foi uma coisa que se meteu na minha cabeça”, começou por dizer, acrescentando que tudo pode ter sido fruto de uma dose exagerada de cogumelos mágicos na sopa. “Esqueci-me que só se deve tomar uma dose pequenina, que caiba numa mão. Acho que dois anos depois ainda estava a recuperar. Fiquei mocado com os cogumelos durante muito, muito tempo”, confessou.

Se dúvidas houvesse, parece que “Fagan” em “The Crown” tem uma boa dose de ficção, portanto. Mas também é verdade que a governação de Thatcher foi tudo menos calma, com uma verdadeira transformação a operar-se na sociedade. O Wall Street Journal resumiu a polémica assim: “Para os seus apoiantes, ela transformou o Reino Unido de ‘homem doente da Europa’ numa economia dinâmica, liderada pela iniciativa privada. Para os seus detratores, ela foi a política mais responsável pelo aumento das divisões sociais que o Reino Unido ainda enfrenta hoje. Elogio ou insulto, isto é o ‘Thatcherismo’”.

A acusação de insensibilidade social é feita diretamente pela Rainha à primeira-ministra em “The Crown”. Na vida real, Penny Junor acredita que Isabel II poderia de facto estar descontente — mas dificilmente o colocaria de forma tão direta a um primeiro-ministro. “Ela estava preocupada. O Reino Unido estava a atravessar grande agitação industrial, motins raciais, uma recessão… Não foi uma boa altura e a senhora Thatcher tinha uma visão muito firme de como resolver estes problemas. Por isso acho possível que estas duas mulheres discordassem sobre isso, mas não acho que entrariam nas discussões que são retratadas em ‘The Crown’.”

O apartheid e a Commonwealth: o pico da tensão entre Rainha e primeira-ministra

O maior momento de tensão protagonizado pela primeira-ministra e pela Rainha foi, provavelmente, as diferenças de opinião relativamente à política de sanções apoiadas pelos restantes membros da Commonwealth (com a única exceção do Reino Unido) para ser aplicada à África do Sul, em pleno apartheid. “The Crown” dedica um episódio inteiro ao tema e explicita como ambas as líderes discordavam.

Penny Junor relembra essa diferença de postura como sendo “absolutamente verdadeira”: “A Rainha sempre se manteve do lado da restante Commonwealth, que ela sempre sentiu como sendo uma parte muito importante do seu trabalho, algo que deve ser protegido. E é verdade que provavelmente a senhora Thatcher considerava a Commonwealth uma espécie de empecilho”.

“Por um lado, a senhora Thatcher tinha muito respeito pela Rainha. Por outro, a própria Rainha não gosta de confrontos. Ela diz o que pensa e ouve, mas nunca soube de momentos em que ela tenha ficado irada com alguma coisa, ou teimado e até discutido. Acho que ela tem uma personalidade muito passiva. E sabe muito bem qual é o seu papel — e não é atacar a primeira-ministra.”
Penny Junor, biógrafa real

A parte onde a realidade e a ficção se separam está no que diz respeito ao artigo publicado pelo The Times em julho de 1986, onde uma fonte do Palácio de Buckingham afirmava que a Rainha exigia “um compromisso entre Thatcher e os restantes líderes da Commonwealth” e considerava que a postura da primeira-ministra era por vezes “indiferente, confrontacional e divisiva”. A série deixa claro que o artigo teria sido publicado pela própria vontade da Rainha e que, perante o escândalo que se seguiu, Buckingham ter-se-ia limitado a atirar as culpas para o secretário de imprensa Michael Shea. A verdade é um pouco mais complicada.

“É verdade que um dos secretários do palácio falou com o Times e disse que a Rainha não gostava lá muito da senhora Thatcher”, concede o biógrafo Charles Moore. “Mas o porta-voz tinha ido muito além do que era suposto, pode ter interpretado mal a Rainha e falou sem autorização e de uma forma muito contrária à forma habitual de funcionar de Isabel II”. Michael Shea acabou por sair de Buckingham, mas apenas um ano depois do sucedido e não há provas de que tal tenha estado ligado a este incidente. Mas Moore não tem dúvidas de que a ação do secretário de imprensa foi “um desastre total”. “Foi um desastre tal que, quando o Palácio soube que a notícia ia sair, a Rainha fez questão de telefonar pessoalmente à senhora Thatcher, que estava na residência de férias em Chequers, e pedir desculpa”, conta. “Essa teria sido uma cena muito interessante de retratar em ‘The Crown’, se tivessem escolhido fazê-lo. Em vez disso, sugeriram que foi a própria Rainha, numa ação muito contrária ao seu caráter, a promover o artigo.”

Uma Thatcher formalista e uma Rainha não-confrontacional. Seriam as reuniões assim tão acesas?

Regressemos então à cena inicial, em que Thatcher e Isabel II se conhecem pela primeira vez. Charles Moore destaca como a vénia aparentemente exagerada de Thatcher é, na verdade, algo recriado ao pormenor. “Ela sempre fez vénias muito marcadas à Rainha. Isso era até algo que provocava risos no Palácio, as pessoas achavam que ela exagerava”, revela o biógrafo.

De seguida, na ficção, Isabel II aproveita para revelar que gosta de fazer apostas, inclusivamente sobre a composição dos governos. “I’m assuming no women” (“Presumo que não terá mulheres”), começa por dizer à primeira-ministra, que o confirma. Penny Junor considera que tal declaração seria demasiado ousada para a Rainha: “É verdade que ela é mulher, mas, enquanto mulher, quando alguém entra no seu escritório, ela não pensa automaticamente na pessoa como sendo mulher ou homem. É alguém que gosta de olhar para os outros pelas suas ações. Posso estar errada, mas a Rainha não é alguém que se preocupe particularmente com o género ou a cor da pele das pessoas com quem convive.”

Já no que diz respeito às previsões feitas na ficção para os membros de governo — “Ela acertou em todos!”, confessa mais tarde ao marido uma Thatcher surpreendida — Junor acha mais “provável”. “Ela interessa-se muito por política. Recebe briefings todos os dias e presta atenção a toda a documentação relacionada com o governo. E ela tem uma grande pontaria — não é certamente uma Rainha que só serve para assinar”, afirma.

ZMB: Queen Elizabeth II and Margaret Thatcher visit Zambia

Margaret Thatcher e Isabel II em 1979, numa visita à Zâmbia

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“Talvez noutros países, em que a monarquia é vista como um sistema arcaico e não-democrático (que o é), não haja esta noção, mas a monarquia britânica é muito profissional”, realça a biógrafa real. “Ao longo dos últimos 50 anos, o Palácio de Buckingham sofreu uma grande transformação. Os conselheiros da Rainha deixaram de ser os militares ou os aristocratas com quem ela gostava de conviver; agora o Palácio contrata os melhores dos melhores nas suas funções.”

Se há algo que marca todas as reuniões entre primeira-ministra e Rainha ao longo da série, contudo, é alguma tensão. E Penny Junor sublinha como tal lhe parece improvável: “Por um lado, a senhora Thatcher tinha muito respeito pela Rainha. Por outro, a própria Rainha não gosta de confrontos. Ela diz o que pensa e ouve, mas nunca soube de momentos em que ela tenha ficado irada com alguma coisa, ou teimado e até discutido. Acho que ela tem uma personalidade muito passiva. E sabe muito bem qual é o seu papel — e não é atacar a primeira-ministra.”

A biógrafa aproveita ainda a conversa com o Observador para fazer um aparte. “Sei que estamos a falar de Thatcher e da Rainha, mas… Queria dizer outra coisa sobre ‘The Crown’”, pede. “É muito fácil de acreditar que aquilo que vemos no ecrã aconteceu mesmo na vida real e nem sempre é assim. O meu receio em relação a esta série é que tudo seja interpretado como verdade e isso crie uma visão muito negativa de Carlos e Camila como nossos futuros Rei e Rainha”, avisa. Elencando uma série de detalhes omitidos da série (como o facto de o casal não se ter encontrado durante os primeiros cinco anos do casamento de Carlos com Diana), Junor sublinha que aquilo que aconteceu àquelas três pessoas foi “uma tragédia”. “Não houve vencedores, todos perderam.”

“A Rainha não era mal educada para a senhora Thatcher, nem o contrário. Se havia um problema, era mais o oposto: Thatcher era tão educada e formal com a Rainha, que andava às voltas e não abordava os problemas de frente. Elas discordaram por vezes, mas nunca se enfrentaram assim”.
Charles Moore, biógrafo oficial de Margaret Thatcher

De regresso à “Dama de Ferro”, Charles Moore destaca outro ponto onde crê que “The Crown” falha em toda a linha: a cena do episódio final em que, depois de ter sido traída e afastada pelos membros do seu próprio partido, Margaret Thatcher pede à Rainha para dissolver o Parlamento. “Não só isso é totalmente contrário ao caráter de Thatcher como não sei como isso a poderia ajudar”, relembra, já que se tratava de um afastamento da primeira-ministra como líder do Partido Conservador, algo que não poderia ser corrigido com novas eleições.

Para o biógrafo oficial de Thatcher (e ex-diretor do Daily Telegraph), o problema principal está no tom que envolve a relação das duas personagens na série. “A Rainha não era mal educada para a senhora Thatcher, nem o contrário. Se havia um problema, era mais o oposto: Thatcher era tão educada e formal com a Rainha, que andava às voltas e não abordava os problemas de frente”, afirma. “Elas discordaram por vezes, mas nunca se enfrentaram assim.”

Uma exceção, contudo, é a cena final, em que a Rainha concede à primeira-ministra a Ordem de Mérito: “É claro que a Rainha nunca lhe colocaria pessoalmente a medalha, mas o espírito da reunião está bem traduzido, porque foi nesse último encontro que a Rainha lhe disse que iria conceder-lha. E Thatcher ficou muito emocionada”.

No seu livro de memórias, a antiga primeira-ministra falou dos rumores da sua suposta má relação com a Rainha como “uma tentação” a que “a imprensa não conseguiu resistir”, em parte por estarmos perante “duas mulheres com poder” — uma referência rara de Thatcher ao seu género. “A atitude da Rainha para com o trabalho do governo foi sempre absolutamente correta”, escreveu.

Da boca de Isabel II não sabemos nada, como é habitual. Mas, para Charles Moore, a Rainha teve algumas atitudes que mostram mais consideração por Thatcher do que “The Crown” dá a entender: “Não só ela foi ao 70.º e ao 80.º aniversário de Margaret Thatcher como, mais importante ainda, foi ao seu funeral. A Rainha já lidou com 15 primeiros-ministros — e os únicos a cujos funerais foi foram o de Winston Churchill e o de Margaret Thatcher.” Dizem que uma ação vale mais do que mil palavras. Valerá mais do que a ficção?

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