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Afonso Pimentel e Margarida Vila-Nova, os atores que protagonizam esta "Matilha"
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Afonso Pimentel e Margarida Vila-Nova, os atores que protagonizam esta "Matilha"

Afonso Pimentel e Margarida Vila-Nova, os atores que protagonizam esta "Matilha"

Edgar Medina, criador de "Sul" e "Matilha": "Escrever uma série toma conta da vida, é preciso acabá-la antes que ela acabe connosco"

Edgar Medina é produtor, autor e argumentista. Em entrevista, fala sobre histórias de crime, o futuro da ficção nacional e "Matilha", spin-off da série "Sul" que se estreia esta segunda-feira na RTP1.

Um tipo vadio de Lisboa, do Beato, meio manhoso mas de bom coração, brinco, tatuagens, cabeça rapada, trabalha numa funerária. Confunde os caixões, estala o inferno no velório — lá vai o vadio para o olho da rua. A mulher, a braços com um tio demente que ainda acha que está nas trincheiras da guerra, precisa de 600 euros até ao dia seguinte para que o familiar não seja despejado. O vadio já se tinha livrado do pequeno crime na outra vida, mas, com os dotes de saltimbanco e físico invejável, bom filho à casa retornou. Vadio e a mulher destemida encontram-se no local de assalto, a Polícia Judiciária metida ao barulho, está o caldo outra vez entornado. O resto é a história de Matilha, spin-off da série Sul (disponível também na HBO Max) e primeiro projeto de ficção da RTP1 a ir para o ar em 2024 já na próxima segunda-feira (dia onde ficam também disponíveis os sete episódios no Prime Video da Amazon).

Os dois primeiros episódios mostram que o caminho das séries portuguesas é o de andar para a frente. Personagens bem definidas, ritmo acelerado, mas controlado, e um ajustamento das cenas de ação ao orçamento disponível que, parecendo ser maior do que outras do género, não resolve inventar dinâmicas hollywoodescas. É o mesmo que dizer: Matilha sabe dançar dentro do género do crime, ainda que com um ou outro elemento estereotipado — porque é que há sempre um vilão mal educado e grotesco ou uma jornalista sanguessuga nestas lides? — colocando o foco na montanha russa que é a relação entre as personagens principais, interpretadas por Margarida Vila Nova e Afonso Pimentel, o melhor de Sul.

Para perceber o raciocínio e o processo por detrás deste spin-off que explora as feridas deixadas pela troika e por uma crise na habitação, o Observador conversou com Edgar Medina, o showrunner — termo muito pouco utilizado em Portugal — produtor da Arquipélago Filmes e co-argumentista desta série com Rui Cardoso Martins, parceiro de escrita dos tempos de Causa Própria. Aos 46 anos, Edgar Medina já vai na terceira série de crime, depois de uma vida que passou pelo documentário e o cinema de autor, mesmo não se revelando propriamente fã do género, o que pode ser uma fórmula para, dentro desse embrulho estético, contar a história da forma mais humana possível. Mostrar as tripas por detrás do sangue ou do suspeito. “O que me interessa não é saber quem matou quem ou porquê, é colocar personagens em situações más. É isso que acaba por seduzir mais. Um morto é uma boa forma de começar uma história. Acredito que tenho de ser o mais generoso possível com os outros, mas como autor, criador, argumentista, sinto que devo ser o mais cruel possível com as minhas personagens”, conta.

[o trailer oficial de “Matilha”, que se estreia esta segunda-feira na RTP1:]

O “produtor relutante” — “só produzo porque escrevo”, diz-nos — nasceu no Porto e licenciou-se em Física pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e seguiu estudos em Londres. A escrita e a literatura, duas parceiras que habitam a sua mente nas horas que passa na Arquipélago Filmes no Bairro Alto, tornaram-se num prazer a partir do momento em que começou a trabalhar com o realizador Ivo M. Ferreira nas curtas-metragens e, logo a seguir, em Cartas da Guerra (2016). Só que esse prazer vem sempre acompanhado por sofrimento, o de quem vive obcecado com uma ideia, um pensamento, a construção de conflitos e de personagens. “Isto toma conta da vida toda. Não se pára de pensar no que se está a fazer. Às vezes não é saudável. Então em projetos grandes como este… estamos a falar de sete horas de ficção. É um trabalho desmedido. Não sei se é uma boa receita para sermos felizes”, diz.

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Edgar Medina consegue dizer que a sua produtora estará tranquila no resto de 2024. Ainda assim, nesta área, por mais ou menos apoio, por mais ou menos reconhecimento internacional, vai ser necessário estabilidade. E clareza. Do público. De quem manda. Dos autores. “O mercado é altamente competitivo mas também conservador na parte da aquisição de conteúdos. Não existe um interesse natural pelos projetos portugueses. Portanto, essa luta tem de ser feita se não, não há capacidade. Oscilamos entre um grande pessimismo e um otimismo desmesurado. A ideia de que o resto do mundo está à espera de ver o que nós vamos fazer é errada”, finaliza.

Edgar Medina, o criador de "Matilha", à conversa com o escritor e argumentista Rui Cardoso Martins, durante a rodagem de "Matilha"

Como é que acontece esta sua entrada no universo de crime?
As três séries são muito diferentes. Sul é uma série com um crime no ar, melancólico. Causa Própria tem as características de uma investigação primeiro, depois uma tragédia ou um drama, se quiser. Matilha é um thriller. Não sou particularmente fã de géneros criminais ou de investigações criminais. Há uma ligação literária que é ao Manuel Vázquez Montalbán e ao seu Pepe Carvalho. Mas o que me interessa não é saber quem matou quem ou porquê, é colocar personagens em situações más. É isso que acaba por seduzir mais. Um morto é uma boa forma de começar uma história. Enquanto pessoa, acredito que tenho de ser o mais generoso possível com os outros; como autor, criador, argumentista, sinto que devo ser o mais cruel possível com as minhas personagens. Devo colocá-las nos territórios mais difíceis. Mas o que me interessa em todas as séries que faço não tem nada a ver com crimes e mortos. O que interessa é como é que estes conflitos se relacionam com os dramas humanos. Por exemplo, em Causa Própria, é uma mentira que vai gerando mais mentiras. O tal princípio dramático que vem dos gregos. Em Sul, falamos de reabilitação pessoal através do inspetor Humberto. Já nesta última, tem a ver com confiança entre um casal. Ou seja, isto para dizer, que não sou nada uma pessoa do género do crime. Tenho projetos muito longe desse género.

Como é que se faz para que cada série destas tenha um corpo próprio dentro do mesmo género? Há quem diga que está a vida inteira a fazer o mesmo filme.
Não acho que esteja a fazer as mesmas séries a vida toda. Há temas que atravessam esses projetos. Co-criei a Sul com o Guilherme Mendonça, a Causa Própria com o Rui Cardoso Martins, tal como agora a Matilha. Há um conjunto de autorias diversas que estão envolvidas na produção. Desta vez, recorri ao realizador João Maia (“Variações”, 2019), mas também já trabalhei com o João Nuno Pinto. Não sinto repetição, mas há preocupações que permanecem, como a do texto, com o qual somos obcecados. Com as personagens. Com a história. Não é característica única nossa. E, depois, preocupo-me com as tripas da história, a relação com os grandes sentimentos humanos, como o amor, a traição, a responsabilidade coletiva e individual. Existe ainda uma terceira dimensão que é a de termos histórias portuguesas num tempo e lugar próprio. Sul é uma carta de amor a Lisboa durante a troika. Causa Própria vai para o interior do país sem ser uma caricatura, recorrendo aos casos de tribunais nacionais relatado pelo Rui Cardoso Martins em Deixem Passar o Réu, um retrato de uma certa realidade portuguesa no início do século XX. Claro que também existe sentido de humor. Encontrar a alegria nas personagens mais desesperadas. Há alguma vontade de viver.

"Depois de uma noite mal dormida, percebi que estava a gostar das personagens centrais de Matilha e surgiu a ideia de fazer um spin-off. Matilha é um vadio, um pequeno criminoso com bom coração, quer evoluir na vida. Decidi ampliar a história."

Falou da coautoria entre projetos. Em Portugal é mais habitual vermos o realizador a pegar nessa autoria.
Para trabalhar nesta série, nestes episódios, tinha de chamar uma equipa e criar um writers’ room para que funcionasse. Não me interessava trabalhar sozinho. Não trabalho de forma muito diferente de outros sítios lá fora. Torna-se uma extensão do próprio trabalho. Claro que assumo um pouco, mas partilho com outros autores a conceção, a evolução dos arcos dramáticos. Só que escolher escrever bem dez episódios é muito duro, logo, são necessários outros guionistas. Dentro da autoria há muitas autorias. Também trabalhei em co-autoria em cinema de autor, por exemplo, quando escrevi o Cartas da Guerra com o Ivo Ferreira. Existia a tradição, que vem dos anos 50 do Cahiers du Cinéma, de ter o realizador como pináculo de toda a atividade criativa à volta do filme. O que existe agora é uma transferência de papéis entre projetos. Claro que tenho de gerir estes diálogos criativos mas respeitando o espaço de cada um. Quando se tem bom senso, faz-se bem. Não me passou pela cabeça ir até ao set de rodagem e dizer ao João Maia onde é que ele devia colocar a câmara. Se fosse preciso conversar, chamava à parte. Participo na discussão com os atores, vou a um ou outro ensaio. As pessoas têm de ter liberdade para dar os seus inputs. Sou guionista e showrunner participante que deixa que os outros façam a sua interpretação. Para que façam à sua maneira. É como a ideia do passarinho na mão: se o agarrar demasiado, morre, se abrir demasiado a mão, foge.

Diz que não é o maior discípulo do “crime”, mas o género ajusta-se à sua pretensão de falar das grandes questões da humanidade?
Há projetos que nos aparecem sem serem anunciados. Tinha vontade de fazer um policial noir em Lisboa e fi-lo em Sul. Achava que a capital nunca tinha sido filmada dessa forma. Quanto a Causa Própria, tinha vontade de explorar o livro do Rui, só que aí tínhamos pequenos episódios. Achei que o conflito entre uma juíza e um filho que comete um crime era bom. Tenho reparado que já várias pessoas se lembraram, mais ou menos, do mesmo pressuposto dramático. Depois de uma noite mal dormida, percebi que estava a gostar das personagens centrais de Matilha e surgiu a ideia de fazer um spin-off. Matilha é um vadio, um pequeno criminoso com bom coração, quer evoluir na vida. Decidi ampliar a história.

Essa ideia de spin-off é muito rara em Portugal.  Como chegou a essa decisão?
A arquitetura da história foi até rápida, uma noite mal dormida e já estava. Só que a primeira pessoa a quem disse que tinha vontade de arrancar foi ao Sandro Aguilar. Foi quando estava na sala de montagem da Sul. Foi vontade de fazer e, no fundo, fazer.

Edgar Medina: "Este projeto exigia um estilo completamente diferente. Mais rápido, mais acelerado, mais peripécias"

Não estava condicionado pelo sucesso da série anterior?
Tenho a sorte de ter conseguido sempre fazer o que quero fazer. Apresentei o projeto ao José Fragoso, diretor de Programas da RTP1, que achou boa ideia. Fomos à procura de financiamento em sítios como o ICA e, depois, a certa altura, tinha mesmo de fazer.

Foi difícil manter a originalidade entre as duas séries? Ou seja, mesmo que existam duas personagens comuns, há uma história nova para contar?
Este projeto exigia um estilo completamente diferente. Mais rápido, mais acelerado, mais peripécias. As tais tripas de que falava há pouco, que é o que me interessa mais.

E o Matilha, surge de onde?
A ideia até veio do Guilherme Mendonça, foi a primeira pessoa a falar nele. Estávamos também aqui na minha produtora, a Arquipélago Filmes. Por vezes, parece que estou sempre aqui fechado no mesmo sítio. Foi ele quem se lembrou de um delinquente com bom coração. E até foi ele que se lembrou do nome. Eu insisti que o Matilha vivesse mais no centro da cidade, ficámos por Marvila.

Sobre a escrita: quem o conhece diz que o Edgar é um homem da palavra. Passou também pelo documentário…
Comecei no argumento com o Ivo Ferreira numa curta-metragem, depois trabalhamos o Cartas da Guerra [2016], fui aperfeiçoando e foi-se tornando num ofício. Não é a única coisa que faço. Sou também produtor, aliás, produtor relutante. Sou produtor porque escrevo. Se não escrevesse, não era. Escrevo com grande prazer e também com grande sofrimento.

"Não existe um interesse natural pelos projetos portugueses. Portanto, essa luta tem de ser feita, se não, não há capacidade. Oscilamos entre um grande pessimismo e um otimismo desmesurado. A ideia de que o resto do mundo está à espera de ver o que vamos fazer é errada."

Porquê?
São muitas horas com muitas dúvidas. Isto toma conta da vida toda. Não se para de pensar no que se está a fazer. Às vezes não é saudável. Então em projetos grandes como este… estamos a falar de sete horas de ficção. É um trabalho desmedido. Não sei se é uma boa receita para sermos felizes.

Como diminui esse sofrimento? Com muita organização mental?
Tem que existir o mínimo, claro. Parte-se do conflito, de um esboço, de uma personagem e depois vai-se construindo. Desenvolvemos, constroem-se as personagens à volta, aprofunda-se, vende-se, garante-se um episódio piloto e chega-se à ideia central da série. Claro que temos os papelinhos na parede, que os mudamos de sítio. Toda essa parte é muito, muito dura. Logo partimos para o entendimento de cada cena. Eu e o Rui descrevemos as situações de forma muito detalhada para que depois fosse muito fácil escrever o próprio argumento. O trabalho vai-se adaptando a esta teoria. Quanto ao método, é um pouco como o Popper dizia sobre o método científico: uma pessoa que se apaixona por um problema, leva-o até ao fim. É levar até ao fim e acabar a coisa antes que a coisa acabe connosco.

O sucesso não atenua o sofrimento? Ou torna-se pior porque a responsabilidade é maior?
Não se atenua nada. O Rui enviou-me uma entrevista do criador d’Os Sopranos, parece que se queixa do mesmo. Uma pessoa pode tornar-se melhor, mas se se torna menos sofrível… ainda não cheguei a essa fase.

Matilha tem um produtor executivo islandês. Como vê a ficção nacional e o mercado internacional?
O caminho da ficção nacional tem de ter um ponto de vista internacional. O país é pequeno, muito dominado por telenovelas, financiamentos escassos, mesmo com o ICA e o Fundo do Turismo. Ou seja, os projetos têm de ter um apelo e uma distribuição internacional, caso contrário, não vejo como é que é possível garantir que isto seja uma atividade. Se sou otimista relativamente aos processos de internacionalização dos nossos conteúdos? Sim, é como a história do russo: o que é que é um pessimista? Um optimista bem informado. Internacionalizar uma obra de ficção não é o mesmo que fazê-lo para uma rolha de cortiça. O mercado é altamente competitivo mas também conservador na parte da aquisição de conteúdos. Não existe um interesse natural pelos projetos portugueses. Portanto, essa luta tem de ser feita, se não, não há capacidade. Oscilamos entre um grande pessimismo e um otimismo desmesurado. A ideia de que o resto do mundo está à espera de ver o que vamos fazer é errada.

Ricardo Pereira e Catarina Wallenstein também fazem parte do elenco da série com banda sonora de Tó Trips

O Fundo de Turismo de que fala terá um aumento em 2024, mas voltou a ser contestado em 2023 graças a duas fases com muitas candidaturas e muita confusão. As mudanças no governo deixam dúvidas sobre o futuro. Que expectativa tem?
O cash rebate foi originalmente muito bem lançado. Todas estas três séries tiveram esse apoio. Foi bem desenhado, com muita produção, houve um grande envolvimento até dos próprios produtores na sua divulgação e na atração de projetos para o país. Foi uma pena não se ter dado seguimento a todo este processo que acabou por encalhar. O fundo foi esgotado e não se garantiu renovação nas verbas a tempo e horas. Para o futuro, parece-me que é necessário existir uma dotação plurianual, é preciso saber que daqui a 5 ou 10 anos o fundo continuará. Depois, de certa forma, conseguir separar o tipo de produções com realidades muito diferentes. Microempresas, produções portuguesas que se internacionalizam ou grandes investimentos sólidos que não devem receber o apoio financeiro à cabeça. Precisam de outras medidas de atração de investimento económico, ou, aliás, de incentivo fiscal. Claro que é preciso que sejam cumpridas as regras e que as produtoras tenham respostas rápidas.

A partir de abril teremos outro governo.
Pois, não sei o que vem aí. Este tipo de trabalho ou é feito de forma estruturada durante vários anos ou então… chapéu. Estamos a falar de uma área muito difícil, que precisa de estabilidade. Não podemos colocar mais uma camada de incerteza vinda do Estado português sendo esta uma área pesada com um grau grande de incerteza. Se não, ninguém vai querer vir para cá.

Essa incerteza coloca em cheque o ano de 2024 para si?
Estamos tranquilos em relação ao futuro. Mas para outras produtoras portuguesas, com trabalhos difíceis, financiamentos baixos e que tentam fazer projetos ousados, era importante que houvesse estabilidade institucional. Para que a nossa cabeça pudesse estar centrada noutros departamentos.

Para algo completamente diferente: estudou Física na faculdade, mas onde ficou ela na sua vida?
Bom, deu-me uma grande capacidade de lidar com o sofrimento. A física era igualmente pesada, como este trabalho.

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