Cenário 1, em 2018: vitórias com Austrália e Peru, um empate com a Dinamarca que carimbou o primeiro lugar do grupo, triunfos consecutivos com Argentina, Uruguai e Bélgica até à final ganha frente à Croácia, Cenário 2, em 2020: uma vitória frente à Alemanha com um autogolo de Hummels, dois empates com Hungria e Portugal, a queda nos oitavos frente à Suíça no desempate por grandes penalidades. Um Mundial como o que aconteceu em 2018 há muito que não é apenas um Campeonato da Europa como em 2020 mais Brasil e Argentina mas as duas realidades mostram a dura realidade em que entronca o presente da França: mesmo com algumas baixas por lesão tem dos melhores plantéis mas é o seu o pior adversário.
Das más relações entre jogadores muitas vezes por questões de egos às guerras que envolveram até mesmo as famílias, passando pelos ânimos exaltados no balneário em situações limite aos tiques de autoridade de Kylian Mbappé a propósito dos direitos de imagem, a França teve na Liga das Nações um prolongamento do pior que viveu no Europeu, terminando a fase de grupos com apenas uma vitória em seis jogos e só não descendo à Liga B porque a Áustria também perdeu na última jornada. Se Didier Deschamps teve como principal missão em 2012 unir uma seleção em cacos, com episódios que chegaram ao ponto de haver a recusa dos jogadores em sair do autocarro para treinar pelas divergências com Raymond Domenech, agora o técnico tenta evitar uma situação limite desse género com influência desportiva.
Mesmo sem figuras chave como Kanté ou Paul Pogba (Kimpembe também reunia condições para ser titular num esquema com três defesas), a França conta com o atual Bola de Ouro (Benzema), um futuro potencial Bola de Ouro (Mbappé) e um quase Bola de Ouro que só não foi mais longe porque tinha à frente Ronaldo e Messi (Griezmann). Jogadores de qualidade não faltam, a dúvida entronca na capacidade de construir ou não um coletivo forte num grupo acessível onde tem como principal rival uma Dinamarca com quem perdeu no último jogo da Liga das Nações. Passando em primeiro, é das equipas com mais possibilidades de chegar à final a não ser que tenha como principal adversário não uma Suíça mas a própria França.
BI
- Ranking FIFA atual: 4.º
- Melhor ranking FIFA: 1.º (maio de 2001 a maio de 2002 e agosto a setembro de 2018)
- Alcunha: Les Bleus (Os Azuis)
- Presenças em fases finais: 16
- Última participação: 2018 (campeão com Croácia, 4-2)
- Melhor resultado: vencedor em 1998 (Brasil, 3-0) e 2018 (Croácia, 4-2)
- Qualificação: 1.º lugar do grupo D da Europa (18 pontos em 8 jogos com Ucrânia, Finlândia, Bósnia e Cazaquistão)
- O que seria um bom resultado? Chegar à final
Jogos em 2022
- Jogo de preparação, 25/3: Costa do Marfim (casa), 2-1 (V)
- Jogo de preparação, 29/3: África do Sul (casa), 5-0 (V)
- Grupos Liga das Nações, 3/6: Dinamarca (casa), 2-1 (D)
- Grupos Liga das Nações, 6/6: Croácia (fora), 1-1 (E)
- Grupos Liga das Nações, 10/6: Áustria (fora), 1-1 (E)
- Grupos Liga das Nações, 13/6: Croácia (casa), 1-0 (D)
- Grupos Liga das Nações, 22/9: Áustria (casa), 2-0 (V)
- Grupos Liga das Nações, 25/9: Dinamarca (fora), 2-0 (D)
O onze
- 3x4x1x2: Hugo Lloris; Koundé, Varane, Kimpembe; Pavard, Tchouameni, Rabiot, Theo Hernández; Griezmann; Kylian Mbappé e Benzema
O treinador
- Didier Deschamps (francês, 54 anos, desde julho de 2012)
- Outros clubes: Mónaco, Juventus e Marselha
O craque
- Karim Benzema (34 anos, avançado do Real Madrid)
- Outros clubes: Lyon
A revelação
- Aurélien Tchouameni (21 anos, médio do Real Madrid)
- Outros clubes: Bordéus e Mónaco
O mais internacional e o maior goleador
- Lilian Thuram (142 internacionalizações) e Thierry Henry (51 golos)
Os 26 convocados
- Guarda-redes (3): Hugo Lloris (Tottenham), Alphonso Aréola (West Ham) e Steve Mandanda (Marselha)
- Defesas (9): William Saliba (Arsenal), Dayot Upamecano (Bayern), Raphael Varane (Manchester United), Ibrahima Konaté (Liverpool), Benjamin Pavard (Bayern), Lucas Hernández (Bayern), Jules Koundé (Barcelona), Theo Hernández (Milan) e Axel Disasi (Mónaco)
- Médios (6): Youssouf Fofana (Mónaco), Matteo Guendouzi (Marselha), Adrien Rabiot (Juventus), Aurélien Tchouaméni (Real Madrid), Eduardo Camavinga (Real Madrid) e Jordan Veretout (Marselha)
- Avançados (7): Kylian Mbappé (PSG), Karim Benzema (Real Madrid), Ousmane Dembélé (Barcelona), Olivier Giroud (AC Milan), Antoine Griezmann (Atl. Madrid), Kingsley Coman (Bayern), Christopher Nkunku (RB Leipzig) e Marcus Thuram (B. Mönchengladbach)
O local do estágio
- Al Messila – A Luxury Collection Resort & Spa, em Doha (treinos: Al Sadd SC Stadium)
A antevisão
A ligação a Portugal
- Haverá sempre uma ligação direta entre Portugal e a França criada em 2016, mais concretamente a 10 de julho, quando Éder marcou no prolongamento o golo que deu a vitória à Seleção no Campeonato da Europa em Paris. No entanto, também dentro do conjunto comandado por Didier Deschamps há uma ligação próxima a Portugal: Antoine Griezmann, avançado de 31 anos que é companheiro de João Félix no Atl. Madrid, é neto de um português, Amaro da Cavada Lopes, um defesa que jogou há muitos anos (década de 50) no P. Ferreira, e sobrinho de outro português, José Lopes.