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Mais de 80% dos portugueses concordam com um novo confinamento, apesar de no primeiro dia do lockdown 60% da população ter saído à rua. Quando o assunto é as escolas, se estas devem ou não fechar, as opiniões dividem-se mais equitativamente, ainda que a maior percentagem seja clara: os portugueses preferem ver as portas dos estabelecimento de ensino encerradas (são 57% versus 36%, enquanto 6% dos inquiridos optam por não responder). E se houvesse oportunidade para adiar as eleições presidenciais, marcadas para o próximo dia 24 de janeiro, 55% dos inquiridos ficariam satisfeitos. Estes são os principais resultados da sondagem Observador/TVI/Pitagórica, que teve por base uma amostra de 629 inquéritos e um universo composto por eleitores recenseados em Portugal.

Maioria dos portugueses é a favor do confinamento

A vasta maioria reconhece que um novo confinamento era necessário: 84% dos portugueses consultados nesta sondagem (528 pessoas de uma amostra de 629) são a favor do lockdown, enquanto 13% (82 inquiridos) responderam negativamente e 3% (19 pessoas) optaram por não responder ou não sabem o que responder.

Considerando quem respondeu afirmativamente, a percentagem mais elevada (85%) corresponde aos inquiridos com idades compreendidas entre os 18 e 34 anos e entre os 35 e os 44 anos. A distribuição por idades é, de resto, bastante equilibrada face a todas as faixas etárias.

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Quase 90% dos inquiridos que pertencem à classe média estão a favor do novo confinamento; segue-se a classe alta e média alta, com 84%. A classe social com menor representação percentual é a mais desfavorecida  (78%). Considerando as regiões Norte, Grande Porto, Centro, Lisboa, Sul e Ilhas, 88% das pessoas que vivem na capital responderam afirmativamente ao confinamento (foram 78% no Grande Porto).

A maior parte dos inquiridos que não são a favor de um novo confinamento têm entre os 45 e os 54 anos (18%) e entre os 18 e os 34 anos (15%). Considerando o “não”, a classe média baixa (16%) é a mais representada, seguida da classe alta e média alta (15%). Do ponto de vista geográfico, a maior representação são as Ilhas, com 21%, seguida do Grande Porto (18%). A região com menor representação é Lisboa (9%).

57% defendem que as escolas deviam estar encerradas

A questão foi colocada ainda antes de o Governo ter decidido suspender a atividade letiva. Mas, de acordo com os dados da sondagem, mais de metade dos inquiridos concorda que as escolas deviam ter encerrado as portas: 57% (358 pessoas) defendem que estas deviam ter fechado, enquanto 37% (233 pessoas) são da opinião de que devem manter-se abertas (6% dos inquiridos optaram por não responder ou, então, não sabem responder).

São sobretudo as mulheres (61%) quem está a favor do encerramento das escolas (53% dos homens defendem o mesmo), bem como as pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos (64%) — ou seja, boa parte da população que, à partida, poderá ser diretamente mais afetada pela medida. A maioria de quem concorda com o fecho destes estabelecimentos pertence à classe média (64%), seguida da classe média baixa (62%). A classe alta e média alta apresenta uma percentagem inferior a 50% (48%). Do ponto de vista geográfico, a maior representação é o Centro e o Sul, com 60% em ambos os casos. A região com menor representação a favor do encerramento é Lisboa (54%).

Por oposição, 41% dos inquiridos do sexo masculino defendem que as escolas se devem manter abertas (bem como 33% do sexo feminino). Partilham da mesma opinião 53% das pessoas entre os 35 e os 44 anos, a única faixa etária cujo “não” é superior ao “sim” (as restantes faixas etárias têm um valor percentual a rondar os 34%). No que diz respeito às classes sociais, 49% dos inquiridos correspondem à classe alta e média alta, enquanto nas restantes classes o valor percentual ronda dos 31%. A maior parte das pessoas que responderam que as escolas não deviam fechar pertencem a Lisboa (41%) — o valor mais baixo verificou-se no Grande Porto (32%).

55% acham que as eleições deviam ter sido adiadas

Pouco mais de metade dos portugueses consultados nesta sondagem consideram que as eleições deveriam ter sido adiadas — são 55% (346 pessoas) contra os 41% (257 pessoas) que responderam que estas devem acontecer, como previsto, a 24 de janeiro (4%, isto é, 25 inquiridos não sabem ou não quiseram responder).

Considerando quem respondeu que sim, 58% dizem respeito a inquiridos do sexo feminino (em contraste com 51% de inquiridos do sexo masculino). Não existe grande disparidade nas faixas etárias, com os valores a rondar os 54%. Olhando para as classes sociais, 59% dos que responderam “sim” pertencem à classe média baixa, ainda que não haja grande diferença face às restantes classes, à exceção da alta e média alta que regista 49%. É no Grande Porto (63%) e nas ilhas (62%) que se concentram os inquiridos que mais defendem que as eleições deviam ter sido adiadas.

Em contraste, 45% dos homens responderam que “não” adiariam as eleições. A classe com mais expressão tendo em conta quem defende que as eleições presidenciais devem acontecer já este domingo é a alta e média alta, com um valor de 50%, por oposição à classe baixa (31%). É no Sul do país que se regista uma maior percentagem de pessoas que responderam que “não” adiariam o processo eleitoral (53%) em oposição com o Grande Porto (33%). Lisboa regista 43%.

Ficha técnica:

Durante 6 semanas (10 Dezembro 2020 a 22 de Janeiro 2020 ) vão ser publicadas pela TVI e pelo Observador uma sondagem em cada semana com uma amostra mínima de 626 entrevistas. Em cada semana a amostra corresponderá a 2 sub-amostras de 313 entrevistas. Uma das sub-amostras será recolhida na semana da publicação e a outra na semana anterior à da publicação. Cada sub-amostra será representativa do universo eleitoral português (não probabilístico) tendo por base os critérios de género, idade e região.

Semana 6 Publicação: O trabalho de campo decorreu entre os dias 7 a 10 e 14 a 18 de Janeiro 2021. Foi recolhida uma amostra total de 629 entrevistas que para um grau de confiança de 95,5% corresponde a uma margem de erro máxima de ±4,0%. A seleção dos entrevistados foi realizada através de geração aleatória de números de “telemóvel” mantendo a proporção dos 3 principais operadores identificados pelo relatório da ANACOM, sempre que necessário são selecionados aleatoriamente números fixos para apoiar o cumprimento do plano amostral. As entrevistas são recolhidas através de entrevista telefónica (CATI – Computer Assisted Telephone Interviewing). A distribuição geográfica foi: Norte 23%; Grande Porto 11%; Centro 26%; Lisboa 24%; Sul 11% e Ilhas 5%.

O estudo tem como objetivo avaliar a opinião dos eleitores Portugueses, sobre temas relacionados com as eleições, nomeadamente os principais protagonistas, os momentos da campanha.

A taxa de resposta foi de 50,28% . A direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva. A ficha técnica completa bem como todos os resultados foram disponibilizados junto da Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizara oportunamente para consulta online.