Para garantir um papel no filme do Mundial, a formação sueca começou por se ver num enredo complicado, sendo obrigada a seguir o guião à risca para acabar por virar protagonista das duas maiores surpresas da fase de qualificação europeia. Num grupo que contava com a presença de França e Holanda, a seleção escandinava conseguiu superiorizar-se àquela que em tempos foi a “laranja mecânica” (cada vez com menos sumo, diga-se), terminando o grupo A na segunda posição, com os mesmos 19 pontos dos holandeses.
Seguiu-se o playoff de apuramento e novo teste de máxima exigência: a ex-campeã mundial, Itália. O 1-0 conseguido em Estocolmo foi suficiente para eliminar os transalpinos, que não conseguiram levar de vencida a Suécia em terras italianas e assim viram os suecos carimbarem o passaporte para a Rússia.
Como se ultrapassar a Holanda e a Itália não fosse já motivo de orgulho suficiente para esta equipa, é importante relembrar um pequeno grande pormenor: toda a qualificação foi conseguida sem o astro maior do futebol sueco, Zlatan Ibrahimovic. O excêntrico e inconfundível ponta de lança renunciou à sua seleção depois do Euro 2016, deixando a Suécia refém da sua principal referência.
O treinador Janne Andersson assumiu o comando da equipa, iniciou a renovação no grupo de trabalho e encontrou soluções onde se pensava não existirem. Com a qualificação garantida, Zlatan voltou atrás na palavra e lançou o isco para uma possível presença na Rússia; Janne Andersson não mordeu e deixou a estrela de fora da sua constelação, onde brilham nomes como o ex-benfiquista Lindelöf, o virtuoso Emil Forsberg ou o oportuno avançado Marcus Berg.
E é nestes que a Suécia deposita a esperança de uma nova cena digna de Hollywood, desta feita com a Alemanha, o México e a Coreia do Sul como adversários, no grupo F. Será a Suécia capaz de protagonizar um novo enredo de sucesso?
Karl-Johan Johnsson; Andreas Granqvist, Victor Lindelöf, Mikael Lüstig e Ludwig Augustinsson; Albin Ekdal, Sebastian Larsson, Emil Forsberg e Viktor Claesson; Marcus Berg e Ola Toivonen
Janne Andersson
Emil Forsberg
https://www.youtube.com/watch?v=x7DhWo6Tk8Q
Convocados
Guarda-redes: Robin Olsen (Copenhaga), Karl-Johan Johnsson (Guingamp) e Kristoffer Nordfelt (Swansea)
Defesas: Mikael Lüstig (Celtic), Victor Lindelöf (Manchester United), Martin Olsson (Swansea), Filip Helander (Bolonha), Emil Krafth (Bolonha), Pontus Jansson (Leeds), Andreas Granqvist (Krasnodar/Helsinborgs) e Ludwig Augustinsson (Werder Bremen)
Médios: Sebastian Larsson (Hull City), Albin Ekdal (Hamburgo), Emil Forsberg (Leipzig), Gustav Svensson (Seattle Sounders), Oscar Hiljemark (Génova), Viktor Claesson (Krasnodar), Markus Rohdén (Crotone) e Jimmy Durmaz(Toulouse)
Avançados: John Guidetti (Alavés), Isaac Kiese-Thelin (Waasland-Beveren/Anderlecht), Marcus Berg (Al-Ain) e Ola Toivonen (Toulouse)
Ranking FIFA: 24.º
Presenças em fases finais: 11
Última participação: 2006
Melhor resultado: Vice-campeão (1958)
Antevisão: “Esperamos três jogos complicados dentro do nosso grupo, os encontros em Mundiais nunca são fáceis. Vai ser muito interessante”, disse Janne Andersson, à World Soccer