Apenas dois cabeças de lista não atacaram o candidato do Chega que foi o maior alvo neste debate das rádio, com oito ataques sofridos no debates com todos os cabeças de lista nas rádios. António Tânger Corrêa saiu a comentar isso mesmo: “Foi realmente eu e o resto”. Na outra ponta da escala de ataques ficou Francisco Paupério, do Livre, que saiu incólume.

Mas nem só destes dois lugares se fez a história deste debate transmitido em simultâneo pela rádio Observador, TSF, Antena 1 e Renascença, sendo também relevante que a AD, partido do Governo, ainda não estar a sofrer as consequência de já estar no poder. Em funções há dois meses, a coligação ainda é poupada e ultrapassada como alvo de ataques dos adversário pelo PS. Marta Temido foi visada por todos os adversários, exceto Francisco Paupério, com o passado de governação socialista a continuar a pesar sobre os ombros da cabeça de lista.

Ainda assim, o destaque vai para o cabeça de lista do Chega que somou o maior número de ataques, ainda que tenha sido ignorado pelos candidatos das duas maiores forças. AD e PS não se dirigiram a Tânger Corrêa neste debate, mas Catarina Martins compensou essa ausência e acabou por ser a candidata que mais vezes entrou em confronto direto com o Chega.

[Reveja aqui o último debate das eleições europeias:]

Bugalho evita confrontos para tentar pôr AD no centro da “moderação”

Ataques a Marta Temido: 1
Ataques a António Tânger-Corrêa: 0
Ataques a João Cotrim Figueiredo: 0
Ataques a Catarina Martins: 1
Ataques a João Oliveira: 1
Ataques a Francisco Paupério: 0
Ataques a Pedro Fidalgo Marques: 1

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O cabeça de lista da AD só deixou fora do alvo os partidos da direita, IL e Chega, e Francisco Paupério, do Livre. E distribuiu os quatro ataques que registou neste debate pelas restantes forças políticas, sem preferir um — ainda que durante a campanha, até aqui, tenha vindo sobretudo a concentrar-se nos socialistas. Saiu a tentar capitalizar a ideia de que não entra em ataques pessoais — que se queixa de virem dos adversário em direção à sua candidatura — e a promover a ideia de a AD ser o voto do “bom senso e da moderação”.

Tentar colocar a coligação no centro político mas também como a frente mais “equilibrada” nas propostas europeias tem sido o objetivo da campanha da AD. Neste debate a estratégia resultou num cabeça de lista pouco confrontacional, com apenas um ataque para o seu principal adversário, o PS, que tem repetido em campanha de socialistas (apontando o caso espanhol) que aceitam a existência de muros para restringir a imigração.

Fora isso, atirou à CDU, BE e PAN e por motivos todos diferentes. O ataque mais forte foi a Catarina Martins, a quem acenou com quatro dedos (ao estilo Pedro Nuno Santos no Orçamento para 2019) para dizer que no tempo de “geringonça” o BE não levantava problemas ao cumprimento das regras europeias. “Para os portugueses é irónico ouvir isso [de existir coligação económica e financeira entre socialistas, liberais e PPE] do BE depois de terem votado ao lado do PS e das metas europeias em quatro orçamentos. A convergência estava desse lado não deste”, atirou o candidato.

Com a CDU chegou a concordar sobre a necessidade de integrar os imigrantes com o Estado Social mas para dizer que “isso já acontece” atualmente e deu até o exemplo português, do Centro de Acolhimento do Fundão, apontando os prazos reduzidos que a instituição consegue na autonomização de imigrantes em Portugal. Ainda deixou uma crítica ao PAN para dizer que quer “aparecer como pai fundador das transições climáticas” quando, insistiu, essa luta já existe dentro da União Europeia. Saiu a seguir a linha da campanha de não agredir a direita e também o Livre.

Temido tentou marcar diferenças para Bugalho

Ataques a Sebastião Bugalho: 3
Ataques a António Tânger-Corrêa: 0
Ataques a João Cotrim Figueiredo:1
Ataques a Catarina Martins: 0
Ataques a João Oliveira: 1
Ataques a Francisco Paupério: 0
Ataques a Pedro Fidalgo Marques: 0

Tal como já tinha acontecido no último debate televisivo, a mira de Marta Temido esteve apontada a Sebastião Bugalho. Com vozes como Catarina Martins a defenderem que há uma espécie de bloco central alargado (entre socialistas, sociais democratas e liberais) a funcionar na Europa, Temido dedicou-se, como tem acontecido na campanha, a tentar marcar as diferenças do projeto do PS em relação à AD, aproveitando as oportunidades que vislumbrou para lançar mencionar os pontos em que discorda de Sebastião Bugalho.

Logo de início, e apesar de a questão ser nacional, Temido atirou contra o que já se sabe sobre o plano para a imigração que o Governo vai divulgar esta segunda-feira, mostrando-se “preocupada” com a intenção de apertar as regras para a entrada em território nacional.

A imigração é, de resto, um tópico quente a nível europeu, e nesse plano Temido tem tentado diferenciar-se da AD, apesar de tanto socialistas como sociais democratas terem votado a favor do Pacto das Migrações.  Por isso mesmo, foi buscar as propostas que constam do programa da família política europeia da AD, incluindo a construção de muros nas fronteiras com financiamento europeu, para tentar embaraçar Bugalho. Agora que ambos os partidos admitem que há insuficiências no documento, o PS defende que, entre as propostas do PPE e a provável composição do Parlamento Europeu (com um provável crescimento da extrema-direita), as alterações que se fizerem só poderão ir num “sentido pior”. Temido fez ainda questão de criticar, mesmo de passagem, a medida defendida por Sebastião Bugalho para baixar o nível dos ordenados aplicáveis ao Blue Card (um instrumento para reter trabalhadores imigrantes qualificados), ironizando: “Quer um Blue Card baratinho”.

Noutro momento em que explicava como pretende conciliar uma reindustrialização europeia com a proteção das metas ambientais, a socialista incluiu mais uma bicada à AD, recordando o relatório de organizações ambientais europeus em que as posições do partido sobre os temas ambientais foram classificadas como “pré-históricas”.

Fora as críticas ao adversário principal, sobraram confrontos mais pontuais com outros debatentes: aconteceu com João Cotrim Figueiredo, quando a candidata socialista defendeu que a UE deve gerar mais recursos próprios recorrendo à taxação de grandes plataformas e transações para compensar os efeitos do alargamento a novos países, e o liberal a acusou de querer criar “mais impostos”; e com João Oliveira, pontualmente, quando também discordaram sobre essa criação de mais recursos próprios – o comunista defendeu que cada país deve simplesmente contribuir com uma percentagem do seu rendimento bruto, Temido discordou.

Todos contra Tânger, Tânger contra ninguém

Ataques a Sebastião Bugalho: 0
Ataques a António Tânger-Corrêa: 0
Ataques a João Cotrim Figueiredo: 0
Ataques a Catarina Martins: 0
Ataques a João Oliveira: 0
Ataques a Francisco Paupério: 0
Ataques a Pedro Fidalgo Marques: 0

António Tânger Corrêa raramente se esticou nas respostas, foi direto e conciso, mas causou risos coletivos. Aconteceu pelo menos por duas vezes, quando disse que a proposta das pensões mínimas — que André Ventura chegou a propor que fossem financiadas pela União Europeia — era mais uma “declaração de intenções do que uma realidade” e quando considerou o PSD o “maior adversário” do Chega nestas eleições e foi confrontado com o facto de já ter sido dito, por um dirigente do partido, que talvez a IL pudesse capitalizar mais votos: “Isso foi o Diogo Pacheco Amorim, é a opinião dele”, atirou, para respostas como: “É do seu partido.”

Mesmo sendo o mais atacado de todo o debate, com oito ataques diretos de vários adversários, Tânger-Corrêa não se defendeu e não atacou ninguém. Numa resposta sobre a atribuição de vistos ainda interrompeu Sebastião Bugalho para dizer que não era aquilo que tinha dito, mas não foi mais além.

Em plena campanha eleitoral, o cabeça de lista do Chega tem sofrido ataques de várias direções e já chegou mesmo a ironizar sobre as reações dos adversários — dizendo ele próprio o ligam a “teorias da conspiração”. Agora, depois do último do debate, acabou por admitir que está no centro da crítica: “Foi mais ou menos” todos contra Tânger. Não parece preocupado.

Cotrim Figueiredo atira-se à agenda “xenófoba” do Chega 

Ataques a Sebastião Bugalho: 0
Ataques a Marta Temido: 1
Ataques a António Tânger-Corrêa: 1
Ataques a Catarina Martins: 0
Ataques a João Oliveira: 0
Ataques a Francisco Paupério: 0
Ataques a Pedro Fidalgo Marques: 0

João Cotrim Figueiredo teve, até ver, uma estratégia a dois tempos nesta campanha eleitoral: num primeiro momento, o liberal começou por assumir como um dos objetivos desta campanha “baixar a crista aos galifões” do Chega; mais recentemente, ainda assim, o cabeça de lista da Iniciativa Liberal começou a concentrar atenções em Sebastião Bugalho, sugerindo em diversas ocasiões que o candidato da Aliança Democrática tão domina tecnicamente noções de Economia e de crescimento económico.

Neste debate, o liberal voltou à primeira parte da estratégia e logo para desferir um violento ataque a António Tânger Corrêa, acusando-o de representar um partido que tem “laivos de xenofobia e racismo” no discurso e de alimentar uma narrativa de que há uma relação direta entre imigrantes (e imigrantes de determinadas nacionalidades) e a criminalidade.

Marcado o ponto contra Tânger Corrêa, João Cotrim Figueiredo ainda se travou de razões com Marta Temido à boleia do alargamento da União Europeia e a necessidade de encontrar mais fontes de financiamento para compensar os países que ficariam prejudicados. Ora, o liberal acusou a socialista de recorrer à velha estratégia de sempre: mais impostos. “Marta temido está permanentemente a ver se passa pelos pingos da chuva. Quer convencer pessoas que taxar empresas não é taxar pessoas. Só há pessoas, impostos são sempre sobre pessoas, coletivas ou singulares”, argumentou o liberal. Sebastião Bugalho, desta vez, não foi referido uma única vez por Cotrim.

Catarina Martins fez do Chega alvo, mas ainda tentou colar AD, PS e IL

Ataques a Sebastião Bugalho: 1
Ataques a Marta Temido: 1
Ataques a António Tânger-Corrêa: 3
Ataques a João Cotrim Figueiredo: 1
Ataques a João Oliveira: 0
Ataques a Francisco Paupério: 0
Ataques a Pedro Fidalgo Marques: 0

No debate da semana passada, na televisão, Catarina Martins optou por uma estratégia de ataques à direita tradicional e aos liberais através da colagem à extrema-direita — mas, no essencial, praticamente ignorou o candidato do Chega, António Tânger Corrêa, preferindo chamar a atenção para o que considera serem os perigos de a direita tradicional deixar cair as suas linhas vermelhas em relação à extrema-direita. Desta vez, nas rádios, Catarina Martins mudou de estratégia e atacou maioritariamente o candidato do Chega. Logo na primeira intervenção, interrompeu Tânger Corrêa para o acusar de disseminar uma ideia “mentirosa” com o objetivo de espalhar “o medo” quando tocou no tema da imigração: o candidato do Chega tinha afirmado que havia 400 mil pessoas à espera de regularizar a sua situação para entrarem no mercado de trabalho, e Catarina Martins explicou que muitas dessas pessoas já estão a trabalhar há anos.

Logo depois, ainda no tema da imigração, continuou a atacar o Chega, lembrando que sempre que Bloco soube de violações dos direitos humanos na questão da imigração as denunciou ao Ministério Público, classificando a posição do Chega como inaceitável e chamando Tânger à responsabilidade sobre a denúncia do que conhece. Ainda no mesmo tema, Catarina Martins desferiu ataques contra o PS e a AD: aos socialistas, lançou a culpa pela acumulação “inaceitável” de processos pendentes no antigo SEF (e até lembrou o caso da morte de Ihor Homeniuk); à Aliança Democrática, lançou a acusação de ainda não ter feito “nenhuma proposta” para resolver os processos pendentes, ao passo que o Bloco de Esquerda já vem defendendo, desde 2019, a criação de uma estrutura de missão dedicada à resolução destes casos, que estão a entupir os serviços da AIMA.

Catarina Martins voltaria a lançar um ataque ao Chega, mas esse mais na linha do que tem sido, de modo geral, a sua opção por deixar o partido de André Ventura a falar sozinho. Antes de falar sobre as questões fiscais na Europa, a candidata do Bloco começou por rejeitar comentar as posições do Chega, dizendo que o partido faz muitas propostas contraditórias e que, se a campanha for feita a comentar “as bocas que o Chega vai mandando”, ninguém fica esclarecido. Depois, em matéria fiscal, partiu para o ataque a João Cotrim de Figueiredo, acusando-o de defender um sistema fiscal que permite que “um gigante tecnológico pague menos impostos do que uma mercearia”. Isto porque, lembrou Catarina Martins, “não é verdade que a UE não belisque os impostos” — e um exemplo disso é a diretiva que permite “uma corrida para baixo” nos impostos pagos pelas empresas, como o Pingo Doce, que “paga menos impostos usando a Holanda”.

De modo mais transversal, Catarina Martins aproveitou o debate para lançar um outro ataque, que tem repetido várias vezes ao longo da campanha eleitoral, dirigido simultaneamente a PS, PSD, CDS e IL. A bloquista diz mesmo que o grande tema desta campanha é a “convergência” entre aqueles partidos através das suas famílias europeias, que votaram em conjunto em matérias como o Pacto das Migrações ou as novas regras orçamentais da UE — dois tópicos de que o Bloco de Esquerda é profundamente crítico.

João Oliveira convida o Chega a visitar o Ribatejo e pede “noção” ao candidato do PAN

Ataques a Sebastião Bugalho: 0
Ataques a Marta Temido: 1
Ataques a António Tânger-Corrêa: 1
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À parte dos habituais ataques às instituições europeias, o momento de maior tensão no debate de João Oliveira veio num bate-boca com Pedro Fidalgo Marques, que defendia a intervenção do PAN como crucial para o debate da transição climática. “Chegou atrasado 40 anos”, atirou o comunista, “tem de ter noção das coisas”. O candidato da CDU acusou depois Fidalgo Marques de defender a importação de alimentos vindos de fora como parte dos benefícios de um eventual alargamento da União Europeia — ideia inadmissível para João Oliveira, que prefere valorizar a produção nacional, mas que motivou resposta do candidato do PAN: “Está a debitar cartilha”. Ainda sobre a questão do ambiente, o comunista protagonizou uma das tiradas mais marcantes no debate, frisando que discursos sobre ecologia que não tenham em conta o modelo económico responsável pelos problemas ambientais não passam de conversas de “jardinagem”.

Quanto ao Chega, que não é propriamente um alvo novo do candidato da CDU, Tânger-Corrêa voltou a ser visado pela maneira como fala da imigração. “O discurso de ódio contra os imigrantes é também um fator de insegurança” na sociedade, defendeu, antes de convidar a comitiva do Chega a visitar a Azinhaga do Ribatejo. Lá, explicou João Oliveira, Tânger pode encontrar as consequências dos atrasos nos processos de regularização dos imigrantes. Para o comunista, deve ser esse o foco quando se aborda o tema. Por isso mesmo, aproveitou ainda para pedir ao Governo de Luís Montenegro que se concentre na resolução dos problemas existentes na AIMA em vez de apresentar novas regras para a imigração. “Regras mais apertadas não significam menos imigração, significam menos regularização e legalização”, referiu.

Houve ainda tempo para uma referência a Marta Temido, que durante o debate defendeu a necessidade de reformas estruturais na União Europeia. Aproveitando essa ideia, perguntou aos restantes candidatos, e à cabeça-de-lista do PS em concreto, quem estaria pronto para acompanhar os comunistas no sentido da manutenção e alargamento do princípio da unanimidade nas decisões do Conselho Europeu, medida defendida pela CDU ao longo da campanha. Só Sebastião Bugalho respondeu ao apelo, esclarecendo que está disponível para manter a regra para matérias de fiscalidade. “Concordo que deve manter-se a regra, porque senão pode acontecer o que Cotrim Figueiredo menos quer, que é mais impostos europeus”, referiu o candidato da Aliança Democrática.

Francisco Paupério. Picardias com Chega e Cotrim e acusações ao Governo PS

Ataques a Sebastião Bugalho: 0
Ataques a Marta Temido: 1
Ataques a António Tânger-Corrêa: 1
Ataques a João Cotrim Figueiredo: 1
Ataques a João Oliveira: 0
Ataques a Francisco Paupério: 0
Ataques a Pedro Fidalgo Marques: 0

Francisco Paupério protagonizou aquele que talvez tenha sido o momento mais insólito do debate, quando atirou ao Chega durante a parte do debate focada no alargamento da União Europeia. Paupério perguntou mesmo a Tânger Corrêa se sabia em que família política europeia estava integrado o Chega, já que tem defendido opiniões contrárias às do grupo Identidade e Democracia. Questionou mesmo como é que Tânger tinha o “desplante” de ir contra o seu grupo político ao posicionar-se a favor do alargamento, e começou aí o bate-boca entre os dois. “Cada um tem a sua opinião”, devolveu Tânger. “Então porque é que se mantém no grupo?”, perguntou Paupério. “Isso não é da sua conta”, rematou o candidato do Chega, ao que Paupério atirou: “É da conta dos eleitores.”

O candidato do Livre também teve Marta Temido como alvo, quando o tema foi a imigração. Para Francisco Paupério, o problema atual dos imigrantes em Portugal reside na “burocratização” dos processos. “Faltou coragem política ao PS na passagem para a AIMA”, considerou Francisco Paupério.

Noutra ocasião do debate, Francisco Paupério envolveu-se numa troca de acusações com o candidato da IL, João Cotrim de Figueiredo, a propósito das questões fiscais, alegando que 60% do rendimento em Portugal vem do capital e lamentando que tenha havido uma redução de 32% para 22% nas taxas sobre as transações. “A IL devia estar do nosso lado”, atacou, com Cotrim a falar em “caricaturas” e em “visões marxistas” da economia.

De modo menos agressivo, Francisco Paupério usou a fase final do debate para atirar à direita e para classificar a Aliança Democrática como o “pior inimigo” do Livre. “Temos uma extrema-direita que nega as alterações climáticas, nem entram à mesa da discussão, e temos no espaço democrático essas diferenças consideráveis. No espaço democrático, temos na AD o nosso principal inimigo do espaço democrático.”

Fidalgo Marques falou contra o Chega (e conseguiu irritar todos)

Ataques a Sebastião Bugalho: 0
Ataques a Marta Temido: 0
Ataques a António Tânger-Corrêa: 2
Ataques a João Cotrim Figueiredo: 0
Ataques a Catarina Martins: 0
Ataques a João Oliveira: 0
Ataques a Francisco Paupério: 0

A certa altura do debate, o candidato do PAN irritou-se: estava a ser ignorado nos apartes que tentava fazer, argumentou, e queria falar mais (além de ter visto Sebastião Bugalho a trocar-lhe o nome, chamando-lhe “Francisco” sem querer). Mesmo estando mais discreto do que os adversários, Fidalgo Marques conseguiu ainda assim disparar vários ataques concentrados no Chega, desde logo na questão da imigração – criticou a “política do medo” que diz ser promovida pelo partido, recordou que a grande maioria dos criminosos condenados em Portugal não são estrangeiros e desmentiu a ligação entre a imigração e a insegurança.

Fidalgo Marques foi assim alternando as suas participações entre criticar os extremismos e falar de algumas propostas do PAN, incluindo os balcões do cidadão para resolver a situação dos migrantes por regularizar ou a taxa de contribuição sobre os lucros da indústria da Defesa. Os temas ambientais também estiveram sempre presentes, e foi com eles que conseguiu acabar por irritar todos os colegas de painel, ao dizer que antes da campanha o PAN parecia estar a “falar sozinho” sobre as metas da transição climática e ao atribuir ao partido o mérito de pôr o assunto na agenda. Os outros candidatos não gostaram desta espécie de ataque geral.