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As duas vítimas foram levadas para o Hospital de Santa Maria onde acabaram por morrer pouco depois
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As duas vítimas foram levadas para o Hospital de Santa Maria onde acabaram por morrer pouco depois

Universal Images Group via Getty

As duas vítimas foram levadas para o Hospital de Santa Maria onde acabaram por morrer pouco depois

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Um conflito nas redes sociais e um ajuste de contas: dois crimes separados por duas horas e sete quilómetros

Pouco mais de duas horas e sete quilómetros separam os dois crimes desta quinta-feira, que resultaram na morte de um rapaz de 15 anos e um homem de 32. Os agressores eram ainda mais novos.

Os confrontos começaram longe do jardim do Campo Grande, em Lisboa, mas foi ali que acabaram por ser resolvidos. Terão começado nas redes sociais onde dois grupos de jovens, entre os 14 e os 18 anos, trocaram galhardetes acabando por marcar um encontro, pelas 18h00 desta quinta-feira. James D., 15 anos, estava acompanhado de cinco amigos quando chegaram os outros três. A troca de palavras passou aos atos e o jovem acabou por ser esfaqueado e levado dali numa ambulância em estado grave. Duas horas depois e a cerca de sete quilómetros, em Carnide, seria um homem de 32 anos a tombar no chão, ferido a tiro no Bairro Horta Nova. As duas vítimas foram levadas para o Hospital de Santa Maria onde acabaram por morrer pouco depois.

Em ambos os casos, a PSP deteve os suspeitos de homicídio pouco depois através de elementos da Divisão de Investigação Criminal de Lisboa. No caso do jovem morto no Campo Grande o suspeito tem apenas 14 anos, por isso foi apenas identificado. No outro caso foram detidos dois homens, de 22 e 23 anos, quando tentavam livrar-se da arma do crime. Para a PSP estes dois casos não representam, para já, uma escalada nos crimes após a quarentena devido à Covid-19. São sim “um regresso à normalidade”.

A pandemia não trouxe só mais crimes de sangue. Também ficaram mais violentos

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Suspeito tem 14 anos e estava referenciado por consumo de droga

O caso de James D., ao que apurou o Observador junto de fonte policial, ocorreu na Rua Teixeira de Pascoais, no Campo Grande, num encontro que terá sido marcado através das redes sociais e que teria como objetivo resolver as trocas de insultos e discussões online entre James, de 15 anos, e um outro rapaz de 14 anos, ambos de Lisboa.

James não foi sozinho. Com ele iam cinco amigos, uns que moravam em Lisboa, outro em Almada, Rio de Mouro e Odivelas. Horas depois, James morreu no Hospital Santa Maria, para onde tinha sido levado em estado grave.

Eram 18h45 e os cinco jovens, entre os 14 e 18 anos, estavam sozinhos no local, mas o outro grupo não tardou a chegar. Três minutos depois estavam frente a frente. Os insultos que antes eram virtuais rapidamente se tornaram reais e James viu-se numa troca de agressões com o outro rapaz.

A luta, no entanto, seria desigual: o rapaz de 14 anos transportava consigo um canivete que rapidamente alcançou, desferindo seis golpes no corpo de James (três no tórax, dois no braço direito e um no braço esquerdo).

Os insultos que antes eram virtuais rapidamente se tornaram reais e James viu-se numa troca de agressões com o outro rapaz. A luta, no entanto, seria desigual: o rapaz de 14 anos transportava consigo um canivete que rapidamente alcançou, desferindo seis golpes no corpo de James (três no tórax, dois no braço direito e um no braço esquerdo).

Os suspeitos fugiram e a PSP acabou por ser chamada pelos amigos que acompanhavam James. Com a ajuda das descrições, os elementos da Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa rapidamente identificaram os agressores.

Quando a polícia bateu à porta, disse fonte policial já o agressor estava em casa, onde se apressara a trocar a camisola ensanguentada. Ao deparar-se com os agentes, rapidamente confessou o crime, não tendo consigo a arma que usou. Antes, tinha já passado a faca a um dos amigos, que foram detidos na casa de um deles. Estavam ainda com a mesma roupa quando a polícia chegou e um deles tinha em sua posse o canivete usado para agredir James e uma faca de cozinha enferrujada que não chegou a ser usada.

Todos foram levados à esquadra para serem identificados, mas os dois amigos do agressor acabaram por servir apenas como testemunhas, uma vez que o autor do crime assumiu todas as culpas.

Já na esquadra, descobriu-se que o jovem tinha já sido referenciado várias vezes por consumo de drogas e, sendo menor, a PSP fez a sua identificação e contactou a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ).

James não teve a mesma sorte: ficou hospitalizado em estado grave no Hospital Santa Maria, onde acabou por morrer algumas horas depois.

Um assalto que acabou mal ou onda de assaltos. De que foi vítima o filho do ex-inspetor morto no Campo Grande?

Em 28 de dezembro de 2019, um jovem de 24 anos, foi também assassinado no Campo Grande. Os três suspeitos já estavam referenciados e tinham assaltado um outro jovem horas antes, mas chegou a pensar-se que poderia ter sido um crime premeditado. O jovem era filho de um antigo inspetor-chefe da PJ, aposentado há seis anos depois de ter prestado serviço no Departamento de Investigação Criminal de Aveiro.

Olhou para trás e viu Carlos com as mãos na cara

Por volta das 20h00 e a pouco mais de sete quilómetros de distância, havia também um outro encontro marcado: um homem de 32 anos, acompanhado por um amigo, dirigiu-se ao bairro da Horta Nova, em Carnide, para falar com um outro homem. O encontro não correu bem e a vítima acabou por morrer devido a um tiro nas costas.

Carlos (nome fictício), de 32 anos, deslocou-se perto de um café no bairro da Horta Nova, para falar com o agora suspeito, enquanto o amigo se afastou dos dois. Os dois conversavam quando ele percebeu que o homem estava armado.

Naquele instante, surgiu um carro que parou em frente à porta do café, e ouviu-se um tiro. À PSP, o amigo de Carlos disse acreditar que esse disparo seria para si. O disparo gerou a confusão no bairro. Ao olhar para trás, viu Carlos com as mãos na cara e uma arma de fogo de pequenas dimensões na mão do outro homem, explicou à polícia. Segundos depois, uma segunda bala foi disparada e desta vez Carlos tinha sido alvejado pelas costas.

Naquele instante, surgiu um carro que parou em frente à porta do café, e ouviu-se um tiro. Ao olhar para trás, uma testemunha viu Carlos com as mãos na cara e uma arma de fogo de pequenas dimensões na mão do outro homem. Segundos depois, uma segunda bala foi disparada e desta vez Carlos foi alvejado pelas costas.

Os suspeitos, de 22 e 23 anos, fugiram do local, acabando por ser intercetados no interior do parque de estacionamento do Continente de Telheiras pouco depois. Quando viram a PSP aproximar-se, os suspeitos atiraram um objeto pela janela para uma zona de cargas e descargas: era a arma do crime.

A PSP acabou por conseguir localizar o revólver de calibre .22, que estava carregado com cinco munições e tinha um invólucro percutido no interior, o que significa que disparou (a testemunha, no entanto, garante ter ouvido dois disparos). Ao identificar os suspeitos, a polícia encontrou na posse do autor do crime, que confessou ter disparado, uma caixa de munições de calibre .22. O condutor tinha na sua posse uma munição de caça, que garantiu pertencer à vítima. Um cartucho que pertencia a uma espingarda que foi também, mais tarde, recuperada pela polícia. Estava enrolada a um pano abandonada entre prédios. Os suspeitos dizem que a vítima ter-se-á deslocado ao bairro levando consigo uma caçadeira de calibre .12, que acabou por ser recuperada no interior de um dos prédios.

Fonte policial disse que os próprios suspeitos falaram em “ajuste de contas”, sem dizer as razões. A PSP suspeita que poderá tratar-se de um negócio relacionado com drogas.

A vítima acabou por morrer no Hospital Santa Maria, para onde foi levado com ferimentos graves.

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