No Chile, na segunda volta, o candidato da extrema-esquerda, o comunista Gabriel Boric, foi eleito com 55,87% (o candidato da direita, José António Kast, obteve 44,13%). Num país que tanto sofreu às mãos do comunismo, há várias perguntas a fazer:

Quem é o eleito pela maioria do povo chileno?

Grabiel Boric é um homem de 35 anos, alguém muito jovem, que, semanas antes de lançar a sua candidatura, num programa de televisão, havia dito que não pensava candidatar-se por não ter as competências necessárias” para isso.

E, de facto, além do seu activismo político como agitador social, Boric nunca trabalhou. Não tem, como ele mesmo afirmou, experiência para governar um país como o Chile, mas, irresponsavelmente, alguém conseguiu convencê-lo de que era o candidato ideal para reconduzir o comunismo ao poder e não se deve ter equivocado.

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Boric é o comunista mais radical desde Salvador Allende, responsável por uma década de crises económicas recordada por muito poucos, pois no Chile, e à semelhança do que acontece por cá, as gerações mais jovens têm vindo a ser doutrinadas com uma revisão esquerdista da História. Portanto, 55% dos chilenos abraçaram um candidato comunista, admirador fervoroso de Nicolás Maduro e simpatizante do bloco integrado por Evo Morales, Bolívia; pelo maoísta Pedro Castilho, Perú; Daniel Ortega, Nicarágua; e outros.

Ou seja, com Boric o Chile revê-se num bloco de países fracassados, com graves problemas económicos. Foi nisto que 55% dos chilenos votaram.

Mas, Gabriel Boric tem outras características: estudou Direito, mas, segundo ele, nunca teve intenções de se formar. Em 2018 esteve internado devido a transtornos obsessivo-compulsivos. É extremamente violento e simpatizante do terrorismo. Foi acusado de assédio a mulheres. Curiosamente, o feminismo não saiu à rua a pedir a sua condenação… Lá, como cá, quando o candidato é da extrema-esquerda parece que é melhor deixar cair no esquecimento ou até ocultar o ocorrido. E, como acontece com a maior parte dos jovens militantes da esquerda caviar, Gabriel Boric nunca precisou de trabalhar pois vem de uma família riquíssima. O seu pai é um empresário que tem usufruído de muitos contratos com o Estado e que esteve envolvido num negócio ilegal de compra e venda de terrenos em Punta Arenas. Gabriel Boric é aquilo que a esquerda odeia e quer destruir: um capitalista. É um comunista de Iphone, que vive como qualquer grande capitalista, mas quer que o povo pague mais impostos, que haja menos liberdade económica, menos liberdades individuais, mais estado, mais nacionalizações… Mais pobreza.

Foi este homem, um fanático comunista radical com problemas psiquiátricos, sem qualquer currículo nem experiência, que defende a violência política e foi acusado de assédio, que 55% dos chilenos elegeram.

Mas, porque é que a maioria do povo chileno o elegeu?

Creio que há vários factores para isso, mas destaco dois:

Em primeiro lugar, uma batalha cultural sem precedentes, que, de há muitos anos a esta parte tem feito caminho não só no Chile, mas em toda a América latina e também no Ocidente. Uma batalha cultural cujo objectivo principal é o embrutecimento colectivo das novas gerações, que não conhecem a sua própria História – porque esta tem vindo a ser desconstruída na Escola – que não têm a mínima noção de humanidade, de economia, de sociologia e de outras filosofias que não o marxismo cultural. São pessoas embrutecidas, atiradas para uma sociedade consumista, que foram capturadas por um candidato jovem que lhes prometia “a mudança”, e que, à pergunta “por que vota Boric?”, respondiam: “bem, não sei… é por causa da mudança”, “porque ele é jovem” “porque queremos algo novo”. Ou seja: uma resposta irracional, não informada, não sustentada num programa de governo, mas única e exclusivamente na ideologia da mudança, na ideologia de que tudo tem de mudar para ser melhor e de que o “novo”, necessariamente, é melhor do que o antigo. Mas… Boric não traz nada de novo!

O socialismo não é novo! O socialismo já foi provado por muitos países próximos do Chile. O socialismo já foi provado no Chile, entre 1970 e 1973, submergindo o país na mais absoluta miséria.

Mas há muito que a esquerda percebeu que o revisionismo histórico embruteceria o povo e este conformar-se-ia com chavões como: “algo novo”, “uma mudança”, “um candidato jovem”.

Como é que esta batalha cultural aconteceu?

Colonizando quatro esferas:

  1. Os meios de comunicação social, que fizeram uma campanha impressionante a favor do candidato da extrema-esquerda e que vêm embrutecendo e “esquerdizando” o povo chileno de há décadas a esta parte. E, isto não acontece só no Chile, mas em todos os países da região e no Ocidente em geral.
  2. Os programas escolares, as aulas e, consequentemente, as mentes mais jovens e vulneráveis.
  3. As Universidades, esquerdizando as carreiras em geral e sobretudo as carreiras ligadas às ciências sociais, na área de humanidades.
  4. O mundo das artes e do espectáculo, usando as figuras públicas de um mundo totalmente esquerdizado e esquerdizante, dependentes de subsídios do Estado. Por exemplo, no caso da eleição de Boric, o influencer de esquerda, Residente de Calle 13, de Porto Rico, apela ao voto em Boric lançando mão das acusações do costume contra o candidato de direita.

Fica assim claro que, após décadas de embrutecimento esquerdizante, teremos um rebanho pronto para votar num candidato comunista sem saber porque está a fazê-lo, sem fazer ideia do seu programa de governo, sem conhecer a História do seu país, e sem sequer saber o que se está a passar nos países vizinhos… Não era preciso conhecer a história do Chile, de há 50 anos, bastaria olhar para o lado, para a Venezuela, de onde milhões de venezuelanos fogem do comunismo… Como é que os chilenos, vendo a diáspora socialista a chegar ao seu país, votaram num presidente que admira Nicolás Maduro?

Sem dúvida, a resposta encontra-se no embrutecimento de décadas de batalha cultural de esquerda.

Em segundo lugar, a explicação para o resultado obtido por Boric também é resultado da covardia sistemática e vergonhosa da dita direita. Essa “direita” que não se assume como tal, que não tem coragem para romper com o sistema e passa a vida a namorar com a esquerda “moderada”, e que, além da economia, não tem ideias próprias, não quer expressar-se sobre nada e compra tudo o que é cultura à esquerda.

A direita, que a esquerda tolera, só quer “mais liberdade económica”, “equilíbrio fiscal”, “baixa de impostos”, mas, em tudo o mais, abraça as causas da esquerda: feminismo, aborto, ideologia de género, multiculturalismo, enfim, todos os “ismos” do progressismo globalista que essa “direita” covarde tem aplaudido e é incapaz de enfrentar.

A direita domesticada, que entregou a cultura à esquerda, só pede, de joelhos, que a deixem tomar conta da “economia”, pois não se deu conta de que a política não se reduz à economia e que a economia não basta para dominar o poder político.

Esta “direita”, que cada vez é mais parecida com o socialismo, caiu na ideologia do economicismo.

O que é o economicismo?

É a ideologia que diz que, desde que esteja tudo bem economicamente, não há nenhum perigo, político ou ideológico, uma vez que as pessoas têm dinheiro, ou contraem empréstimos, para mudar de carro ou comprar LCD’s gigantes (para se intoxicarem com o progressismo da NETFLIX num ecrã maior do que o do ano passado). Então, que importa que a esquerda tenha tomado conta das universidades, da educação, escreva os livros, instrumentalize o cinema, a música, a comunicação social… Que importa isso, desde que as pessoas possam ir ao Shopping e possam comprar o Iphone de última geração?

Isto é economicismo. Isso é a “direita” covarde, que há décadas abdicou da batalha cultural para a esquerda.

E, acredite, o que aconteceu no Chile acontecerá aqui, neste cantinho à beira-mar plantado, se a direita não se levantar e tomar conta da cultura. E, não, não é tarefa fácil, muito menos rápida, mas se não queremos voltar ao pós 25 de Abril, mais propriamente ao ano em que Portugal foi governado pelo comunismo e quase foi transformado numa “província” da ex-URSS, é URGENTE!