Confúcio disse: “caminhando num grupo de três, é certo ter quem me ensine. Escolho os bons pontos e imito-os, e os ruins e emendo-me.” 1 A diversidade na humanidade é uma das nossas riquezas, por muitos motivos. O menor não será o apontado pelo Mestre no texto citado: o prover-nos com bons exemplos para imitar, de modo a nos tornar melhores, e maus exemplos a evitar, de modo a nos tornar menos maus.

A diversidade, dizem-nos, requer a inclusão: em princípio, quanto mais inclusão, maior a diversidade. Não admira, portanto, que a inclusão seja um dos conceitos da moda2. A sua importância é frequentemente frisada, a sua falta vocalmente protestada, mas quase sempre por motivos pouco confucionistas. Mas será correto, ou até humano, incluir sempre o “outro”, em toda a parte e em todas as circunstâncias? E será que mais inclusão resulta em mais diversidade?

Antes de mais convém referir que ‘incluir’ significa ‘pôr dentro’, ‘inserir’, ‘encerrar’ 3. Para que algo possa ser posto dentro tem de, primeiro, de algum modo, estar fora. Quem é que o pôs lá? O principal suspeito é quem agora quer ‘inclusão’, geralmente um ativista4 desperto5 que se apercebe de uma diferença, ou fabrica uma nova categoria, na multifacetada descendência de Eva6, que justifica um movimento, uma campanha de protesto, & todas as negociatas que veem a seguir. A inclusão é um negócio7 que nasce da exclusão e se alimenta dela.

De notar também que numa sociedade de igualdades, incluir não faz sentido. Se todos formos iguais não haverá base para distinções nem exclusões. Para incluir é preciso, portanto, descobrir, ou inventar, desigualdades. Mas o que é igualdade nos homens? Ou melhor, o que é que é relevante para ajuizar se duas pessoas são iguais? Teremos todos de pensar, vestir e comer da mesma maneira para sermos iguais? Ou ser do mesmo sexo? Ou não basta pertencermos à raça humana para sermos iguais naquilo que é verdadeiramente importante? Ou, alternativamente, não bastará que sejamos todos iguais face à lei, nos direitos & nas obrigações?

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A igualdade perante a lei parece assegurar a mais básica e importante forma de inclusão social. Mas numa sociedade livre, em que todos estejamos incluídos, é natural que alguns se queiram diferenciar, tornar-se diferentes e assim, de um modo mais ou menos marcante, excluírem-se de alguns grupos e áreas de convívio social, incluindo-se noutros. A luta pela inclusão destes é uma violência contra a sua liberdade e, quiçá, contra a sua identidade, em nome de uma igualdade não desejada. Dois exemplos vêm imediatamente à mente.

Os Sportinguistas, uns perdedores perenes, podiam perfeitamente incluir-se no Benfica, fazendo-se sócios e aumentando assim a probabilidade de se tornarem campeões. Seriam recebidos & incluídos de braços abertos, como filhos pródigos (Lc 15, 11-32), tornando não só o seu novo club ainda mais forte, mas também evitando-lhes a frequente sensação de exclusão por (quase) nunca serem campeões. Por é que se auto excluem? É bizarro8, mas ninguém lhes nega o direito. Negá-lo seria desumano9. E será que aumentaria a diversidade? Não parece…

Outro grupo são os Siganos10, cuja cultura e tradições milenares tem resistido a décadas de políticas de integração, por eles não desejada, numa sociedade cuja cultura muda a cada geração, num nomadismo permanente que eles não querem praticar. E não estão no seu direito? E a diversidade seria reforçada se eles passassem a ter uma mundovisão do tipo que têm os funcionários públicos (ou vice-versa)? Serão então justificáveis, ou legítimas, políticas de inclusão que vão contra a liberdade de pessoas e grupos, sejam desportivos, religiosos, étnicos ou outros, de viverem como querem & lhes apetece, de se diferenciarem e, portanto, se auto excluírem de certas facetas da vida societária?

Pior. Se vários grupos diferentes convivem mais ou menos harmoniosamente numa sociedade, não resultará todo o enfase atualmente posto na ‘inclusão’, não apenas no fomento de tensão intra grupal, mas também numa maior consciência do que nos divide em detrimento do que nos une, a nossa humanidade comum? E qual é a vantagem disso?

Se estes dois casos parecem constituir episódios de uma (auto) exclusão legitima, porque desejada pelas vítimas, que dizer daquela que é praticada pelos órgãos de soberania, pelo sr. presidente da ꓯssembleia da ré-pública, por exemplo, quando recusa a plena & cabal11 inclusão nos trabalhos palermamentares do maior partido da oposição aos governos do ps/d? Não foram esses deputados eleitos legitimamente de acordo com as leis da ré-pública? Não será que o sr. presidente da ꓯssembleia estará assim a ilegitimamente tentar legitimar exclusões ilegítimas na nossa sociedade? E ninguém lhe diz “Chega!”?

Cada pessoa é um ser único, com caraterísticas, necessidades e anseios próprios. Essas diferenças necessitam de ser aceites, não precisam de ser incluídas, ou sequer adotadas pelos outros. Nunca uma sociedade será um grupo tão homogéneo em que não haja diferenças em alguns aspetos entre os seus membros. O que é fundamental, não é inclusão indiscriminada, mas respeito. Respeito pelo outro enquanto ser humano. E enquanto cidadão, com direitos & deveres iguais aos dos outros. Com virtudes a imitar, e com vícios que nos ajudam a nos emendar.

Que tal, portanto, deixar as pessoas interagirem como bem lhes quer e apetece e permitir a sociedade funcionar naturalmente, sem os artificialismos de leis, possivelmente bem-intencionadas, mas que nos fazem da vida um inferno? E que melhor exemplo de inclusão haverá que o reino dos céus? “O reino dos céus é semelhante a um certo rei, que fez as bodas para o seu filho. […] Então disse aos seus servos: ‘A boda está preparada […]. Ide, pois, às encruzilhadas dos caminhos e, quantos encontrardes, chamai para as bodas’. E aqueles servos, ao saírem para os caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons, e a boda ficou cheia de convivas. Mas, quando o rei entrou para observar os convivas, viu aí um homem que não estava vestido com roupa nupcial. E disse-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem teres roupa nupcial?’, mas ele ficou calado. Então o rei disse aos servidores: ‘[…] lançai-o para as trevas exteriores […]. Muitos, pois, são chamados, mas poucos escolhidos.’” (Mt. 22, 1-14)

U avtor não segve a graphya du nouo AcoRdo Ørtvgráphyco. Nein a do antygo. Escreue covmv qver & lhe apetece. #EncuantoNusDeixam

  1. Analectos, 7.22. Escreve um comentador neo-Confuciano: “Para [aqueles] desejosos de aprender, ansiosos por se melhorarem moralmente, todos são mestres. O comportamento dos outros serve-nos de espelho. Observado os bons e maus pontos dos outros, [nos] tornamos conscientes das virtudes de que precisamos cultivar, bem como dos defeitos que necessitamos de emendar.”
  2. Moda: desporto coletivo, que não requer virtuosismo individual, em que todos os praticantes perdem e os árbitros ganham; única evidência de instinto coletivista na humanidade; declaração de independência face à opressão do bom senso; certidão de personalidade vincada (em que o vinco quebra o juízo crítico); ridícula, mas temida tirania do ridículo.
  3. Encerrar: fechar a porta a quem entrou, ou a algo que foi posto dentro, como quando alguém é posto na prisão, como quando Sua Santidade faz uma declaração dogmática, ou quando uma alma visita eternamente o Inferno; não dar liberdade para sair; incluir; fechar.
  4. Ativista: ser que atua instintivamente, tal como um piolho que suga, um lobo devora, ou quem quer ser ministro, ou subir na carreira, se filia no ps/d; um lutador por uma inclusão que requer aos outros a adesão forçada, frequentemente violenta, a uma teoria quimérica como o nacional ou o internacional socialismo, o islamismo, ou o esquizofrenismo climático; pessoa que vende emoções pronto-a-vestir e, desprezando a massa dos cidadãos pelas qualidades dos quais ela se alimenta, é por eles desprezada pela rapacidade da sua dieta.
  5. Desperto: acordado para uma fantasia, sonho, ou pesadelo; estado de quem está atento ao politicamente correto e fecha os olhos à realidade; woke.
  6. Eva: uma das costelas de Adão; a Mãe comum de toda a humanidade, o que serve de motivo para alguns se orgulharem da especial nobreza da sua ascendência; personagem que, através de um ato de consumo mal ponderado, induzido por publicidade enganosa, introduziu a evanescência12 na vida humana.
  7. Negócio: uma atividade comercial que tem como fachada uma atividade industrial ou terciária com a prestação de um bem ou serviço; o banditismo13 dispensa a fachada; em Portugal, a arte de ganhar dinheiro à conta do erário público.
  8. Bizarro: comportamento ou opinião que surge naturalmente do condicionamento social, da pressão popular e das leis tributárias.
  9. Desumanidade: uma das caraterísticas da Humanidade; ato que apenas os humanos conseguem praticar; sentimento que apenas os humanos têm.
  10. Sigano: membro de uma nação sedentária nos seus princípios e enraizada nos seus costumes, e que segue o seu caminho sem chatear ninguém, ao contrário de socialistas e do sr. eng. Costa, que são nómadas nos princípios e desenraizados nas promessas; seguem-no os subsídios e alguns animais domésticos; pessoa que nos faz visionar uma risonha fortuna futura se seguirmos os seus conselhos, lendo-nos a sina nos signos, & em troco de uma percentagem sobre a fortuna presente, tal como os socialistas e o sr. eng. Costa.
  11. Cabal: o resultado de uma cabala.
  12. Evanescência: um add-on adicionado à humanidade pelo nosso Criador, devido ao consumo indevido de uma maçã alheia, e que é replicado pelos fabricantes de bens de consumo duráveis sob a designação de obsolescência programada; caraterística que distingue a felicidade da tristeza, o gozo do sofrimento, a fortuna da miséria, e o prazer da dor para que assim possamos apreciar melhor o antecedente em cada um dos pares mencionados.
  13. Banditismo: atividade governamental; comércio em que se troca uma abstenção de infligir dano por uma quantia monetária, tipicamente a totalidade da liquidez disponível do cliente; uma das poucas atividades económicas ainda não regulamentadas & por enquanto isenta de impostos, seja em sede de iva, irc ou irs; uma forma de tributação, destinada a assegurar a segurança pública e a integridade física dos transeuntes, cuja arrecadação ainda está aberta à iniciativa privada.