A 14 de Setembro, o Observador escreveu que estava tudo pronto para a recondução da procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal.

A 20 de Setembro, a Presidência da República anunciou que Lucília Gago era a nova procuradora-geral da República.

Não há nenhuma dúvida: errámos.

Esta nota editorial é publicada apenas hoje porque, ao longo dos últimos dias, o Observador voltou a falar com as várias fontes que forneceram informações para o artigo de 14 de Setembro. E contactou novas fontes para tentar obter dados adicionais. O objectivo foi distinguir o que estava errado e o que estava correcto nesse artigo. E perceber o que correu mal — e porquê.

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Agora, depois de reconstituir todos os passos que levaram à publicação do artigo de 14 de Setembro, o Observador chegou à conclusão de que os seus jornalistas não foram manipulados nem enganados deliberadamente. Esse artigo não foi escrito tendo por base apenas uma fonte — foi escrito com recurso a várias, judiciais e políticas, todas elas bem colocadas. E essas fontes falaram ao Observador de boa fé. Simplesmente, julgavam ser portadoras de informações que não conheciam na totalidade. E aí está a origem do erro que cometemos — e que vamos trabalhar para que não se repita no futuro.

Na relação entre um jornal e os seus leitores, há uma verdade que tem de estar clara desde o início. E essa verdade é esta: mesmo tentando que isso aconteça o menos possível, todos os jornais erram. Os jornalistas não são omnipresentes nem omniscientes. Por isso, podem falhar quando se dedicam a esse exercício difícil que é procurar a verdade. O que distingue os bons e os maus jornais é que os primeiros reconhecem os erros perante os seus leitores com a máxima transparência. É isso que o Observador tem feito sempre.

Mas alguns erros, por causa da importância dos temas em causa, precisam de mais do que uma mera correcção. Este é um desses casos. Por isso, esta nota editorial serve para dizer, de forma clara e directa, que o Observador errou. E para pedir desculpa aos leitores e aos visados na nossa notícia. Prometemos procurar sempre fazer melhor.