Nuno Melo aprovou uma coligação pré-eleitoral com o PSD da Madeira. Esta será a primeira de muitas ações desta natureza que o atual líder do CDS fará para se manter à tona da água o CDS, de forma a ultrapassar os seus medíocres resultados nas sondagens abaixo de 1% há mais de ano e meio.

Este fracasso do presidente do CDS deve-se a este líder ter seguido um caminho aos zigues zagues, imitando às segundas, quartas e sextas feiras o líder da extrema direita portuguesa e às terças e quintas o seu amigo Paulo Portas dizendo que respeita muito o legado do partido fundador da democracia e afirmando que é muito diferente de André Ventura.

Esta indecisão não inspira ninguém há muito tempo e Nuno Melo entrou num beco sem saída, recusando-se a anunciar o número atual de militantes com as quotas em dia e prometendo realizar até às férias de verão um congresso que não fez mostrando assim que não tem vontade de ter um papel político relevante a não ser esperar uma “esmola” do PSD de eleição em eleição.

Lembro que a única líder do núcleo duro de Paulo Portas a ir sozinha a votos desde o famoso “irrevogável” foi Assunção Cristas e com resultados muito abaixo da sobrevivência normal do CDS.

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Todas as restantes eleições, com excepção das que foram lideradas por Francisco Rodrigues dos Santos e Cristas, foram em coligação com o PSD, tendo o episódio do “irrevogável” provocado estragos irremediáveis para o partido.

A comparação com o partido “Os verdes” no papel que o CDS desempenhará no futuro torna-se assim inevitável. Ganhar o poder pelo poder irá ser sem sombra de dúvida a estratégia deste grupo que lidera o partido desde a liderança de Manuel Monteiro no início da década de 90.

O problema é que o eleitorado que foi ganho nos anos 90 e mantido por Portas e Monteiro fugiu agora para os novos partidos de direita e insistir na estratégia do “Partido Popular” que Chicão colocou em todos os cartazes e palanques será novamente um erro político.

O CDS se quiser crescer terá que arriscar ir sozinho a eleições em conformidade com a ideologia com que foi criada a sua matriz; “Rigorosamente ao Centro”.