A reacção dos dirigentes socialistas à morte de Otelo Saraiva de Carvalho não tem nada a ver com o passado de Otelo mas sim com o presente e sobretudo com o futuro do PS: os socialistas não se concebem fora do poder e para tal precisam do BE e do PCP. Apresentarem-se como parte de uma enlutada frente antifascista não foi um erro dos dirigentes dos PS foi sim um sinal dos novos tempos.

A unanimidade da esquerda na morte de Otelo permitiu ao PS, PCP e BE encenar uma concordância que nunca existiu entre eles no passado mas que agora lhes é indispensável. Afinal para dominar Portugal nos próximos anos já não são necessárias revoluções, basta controlar os dinheiros que vêm de Bruxelas e para isso as esquerdas têm de estar senão coordenadas pelo menos focadas no essencial: o poder.

Em 2021, Otelo tornou-se o rosto possível para preencher o folclore antifascista com que o PS, o BE e o PCP nos distraem da realidade e vão domesticando a sociedade. Otelo morto tornou-se o “controverso” útil dos que levam a cabo o plano de operações para a toma do aparelho de Estado pela esquerda. Por agora, está a ser cumprido com absoluto sucesso.

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.