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Livros de ficção

Janeiro

A 4 de janeiro, chega às livrarias a nova edição de As Pupilas do Senhor Reitor, da Guerra & Paz. A edição, que segue a que foi publicada em 1869, no Porto, pela Typographia do Jornal do Porto, pretende assinalar os 150 da publicação em livro do famoso romance de Júlio Dinis.

As Pupilas da Guerra & Paz recuperam as ilustrações que Alfredo Roque Gameiro fez para a edição de luxo de 1874, de A Editora (era mesmo assim que se chamava), que surgem distribuídas livro fora. Seguindo à risca a indicação de Dinis de que a ação se passava numa aldeia minhota, Roque Gameiro vestiu as personagens com os trajes típicos da região, dando vida ao retrato que o escritor fez de um Portugal bucólico, há muito desaparecido. São 70 aguarelas, reproduzidas a preto e branco.

Alfredo Roque Gameiro nasceu a 4 de abril de 1864 em Minde, Alcanena, 25 anos depois de Júlio Dinis. Importante ilustrador e pintor português, destacou-se enquanto aguarelista, criando “uma verdadeira tradição em Portugal”, como considerou o historiador de arte Fernando de Pamplona.

Estudou Estudou na Academia de Belas Artes de Lisboa, onde foi aluno de Manuel Maria de Macedo e José Simões de Almeida, e na Escola de Artes e Ofícios de Leipzig, na Alemanha. Colaborou em várias publicações periódicas e ilustrou com Manuel Macedo uma edição da Empreza da História de Portugal de Os Lusíadas, em 1900. Morreu em Lisboa, a 5 de agosto de 1935.

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A Antígona vai começar o ano com aquela que é provavelmente a melhor coletânea de contos de George Saunders, Pastoralia. Publicados originalmente na New Yorker, os contos de Pastoralia (entre os quais se inclui “Carvalho do Mar”, um dos mais famosos do escritor) reúnem o registo mais singular de Saunders. A tradução é de Rogério Casanova.

Já a Alfaguara vai começar o ano em cheio com muitos e bons romances. O primeiro Lanzarote, do aclamado autor francês Michel Houellebecq, chega às livrarias no dia 4. Trata-se de um livro sobre uma viagem à ilha de Lanzarote para onde o narrador, antevendo um final de ano a tender para o miserável, decide viajar. Pela Companhia de Letras sairá no dia 1 Menina a Caminho, do Prémio Camões Raduan Nassar. Este é o primeiro trabalho de ficção de Nassar e inclui dois contos e um ensaio nunca antes publicados.

Em janeiro, a editora vai ainda publicar o romance A Forma das Ruínas, do colombiano Juan Gabriel Vásquez, vencedor do Prémio Casa da América Latina/Grupo Lena. O romance conta a história de Carlos Carballo, um homem atormentado que é detido por tentar roubar de um museu o traje de Jorge Eliécer Gaitán, líder do movimento populista colombiano que foi assassinado durante a campanha presidencial de 1948, levando a um período de grande agitação política que ficou conhecido como La Violencia. Vásquez vai estar no Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim, em fevereiro.

A Relógio d’Água vai continuar a publicar as obras de Philip K. Dick, autor do romance Será que os Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? (também traduzido pela editora), que deu origem ao filme de 1982 Blade Runner. Em janeiro, será a vez de O Homem Duplo. Ainda este mês, sairá pela mesma editora o clássico A Ilha do Doutor Moreau, de H. G. Wells, com um prefácio de Jorge Luis Borges

A Bertrand vai lançar As Afinidades Electivas, de J.W. Goethe. Escrita em 1809, a obra parte das leis da química — que, de acordo com Goethe, afetam as pessoas — para falar dos conflitos morais da época, as questões associadas ao matrimónio e as paixões, que determinam os atos.

Pela Presença sairá ainda O Carrinho de Linha Azul, de Anne Tyler, vencedora do Pulitzer Prize. Uma história que se desenrola como um carrinho de linhas, entre o passado e o presente, revendo a complexidade emocional de uma família. A editora vai ainda publicar A História me Absolverá, de Fidel Castro. Pela Suma, será publicado o terceiro volume da saga criminal Sebastian Bérgman, O Homen Ausente, dos suecos Michael Hjorth e Hans Rosenfeldt.

A Porto Editora vai publicar Pátria ou Morte, do venezuelano Alberto Barrera Tyszka. Trata-se de um retrato empolgante da realidade venuzuelana durante a doença e morte de Hugo Chávez. Esta é a primeira vez que o autor, um dos mais interessantes da nova literatura latino-americana, é publicado em portugal. Tyszka estará em Portugal em fereveiro para participar no Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim.

A editora Livros do Brasil vai recuperar a velhinha Coleção Miniatura, criada nos anos 50. Com um grafismo semelhante ao antigo, os três primeiros volumes saem já em janeiro — A Louca da Casa, da espanhola Rosa Montero, Soldados de Salamina, do também espanhol Javier Cercas, e A Um Deus Desconhecido, de John Steinbeck.

O Segredo da Modelo Perdida, o último romance de Eduardo Mendonza, vencedor do Prémio Cervantes de 2016, será publicado pela Sextante em janeiro. Trata-se de um livro divertido que tem como personagem principal o famoso cabeleireiro-investigador de O Mistério da Cripta Assombrada.

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Goethe, Eduardo Mendonza e Maria Teresa Horta são algumas das propostas para janeiro

Em janeiro, será reeditado Ema, de Maria Teresa Horta. Esta é a primeira edição da Dom Quixote do romance da autora, conhecida pelo “Caso das Três Marias”, que, em 1984, venceu o Prémio Ficção da Revista Mulheres. No mesmo mês, sairá ainda pela mesma editora Em Viagem pela Europa do Leste, uma crónica de uma viagem feita por Gabriel García Márquez nos anos 50 pelos países socialistas do leste da Europa.

Fevereiro

A Planeta vai começar o ano com o lançamento do romance O Segredo de Vesálio, do espanhol Jordi Llobregat. A história parte de uma personagem real, André Vesálio, médico do imperador romano Carlos V e, mais tarde, de Filipe II de Espanha. Llobregat vai estar no festival literário Correntes d’Escritas, na Póvoa de Varzim, em fevereiro.

Além da edição de grandes clássicos — Os Miseráveis, de Victor Hugo, e Sonho de Uma Noite de Verão, de William Shakespeare –, a Relógio d’Água vai editar Não Digas Que não Temos Nada, da canadiana Madeleine Thien, romance selecionado para a shortlist do Man Booker Prize de 2016. Uma das novidades deste ano da Relógio d’Água é também uma nova coleção dedicada a autores chineses contemporâneos, traduzidos da língua original. Esta será inaugurada pelo romance Crónicas de Um Vendedor de Sangue, de Yu Hua.

A Elsinore vai estrear-se na ficção portuguesa com A Avó e a Neve Russa, de João Reis. O livro conta a história da peregrinação de um neto pelo Canadá e dos Estados Unidos da América para encontrar uma cura para os “pulmões destruídos” da avó bielorrussa, sobrevivente do desastre dede Chernobyl. A Avó e a Neve Russa é o primeiro romance do tradutor de línguas nórdicas e resultou de uma residência literária em Montreal, no Canadá. Ao largo da vida, um livro de contos inéditos em Portugal de Rainer Maria Rilke, sairá pela Ítaca.

Já a Tinta-da-China irá reeditar O Último Amante, livro de 1990 de Teresa Veiga. Com direito a duas novas novelas e tudo. Pela mesma editora sairá ainda Como Fernando Pessoa Pode Mudar a sua Vida, o novo volume da Coleção Pessoa dirigida por Jerónimo Pizarro. Organizado pelo brasileiro Carlos Pitella-Leite e Pizarro, o livro inclui dezenas de imagens e textos inéditos. Outra coleção que vai ganhar um novo título é a de literatura de viagens, dirigida por Carlos Vaz Marques. Carnaval no Fogo, de Ruy Castro, é dedicado ao Rio de Janeiro e sai também em fevereiro.

Pela Porto Editora sairá Um Lugar Chamado Angola, da cubana Karla Suárez. O romance narra o impacto que a participação de Cuba na guerra em Angola teve entre os cubanos nascidos sob o signo da Revolução. A autora, residente em Lisboa, vai passar pelo Correntes d’Escritas.

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“Carnaval no Fogo” sairá pela Tinta-da-China, a reedição de “Claraboia” pela Porto Editora e “O grande Mistério de Bow” pela Livros do Brasil

Neste mês, a editora irá ainda reeditar O Livro Grande de Tebas, Navio e Mariana, o primeiro livro de Mário de Carvalho, Caim e Cadernos Lazarote III, de José Saramago.

A Assírio & Alvim vai lançar Três Histórias Desenhadas, que reúne as histórias “Era Uma Vez”, “O Sonho de Pechalim” e “A Menina Serpente” escritas e ilustradas por José de Almada Negreiros nos anos 20 para o semanário Sempre Fixe. A Assírio irá ainda reeditar o sexto livro de Almdeida Faria, O Conquistador, publicado originalmente em 1990.

O único romance policial de Israel Zangwill vai ser publicado pela Livros do Brasil, no âmbito da Coleção Vampiro, em fevereiro. Além de O Grande Mistério de Bow, uma história policial que é também um sátira da sociedade inglesa do século XIX, a editora vai também lançar uma nova edição de Os Indiferentes, de Alberto Moravia.

A Sextante vai publicar Ei-los Que Partem, um romance de Júlia Nery sobre a nova geração de emigrantes portugueses. O livro vai ser apresentado no Correntes d’Escritas, o festival literário da Póvoa de Varzim.

Março

Considerado o mais antigo poema longo de todos os tempos, o Épico de Gilgamesh, é um relato, com mais de quatro mil anos, dos feitos heróicos de Gilgamesh. A Assírio & Alvim vai publicá-lo numa nova edição, com uma tradução erudita, introdução e aparato crítico de Francisco Luís Parreira. Em março, a editora vai ainda lançar uma antologia das melhores Novelas Policiárias, de Fernando Pessoa.

A Antígona vai lançar um conjunto de contos de Evgueni Zamiatine, traduzidos diretamente do russo por Nina e Filipe Guerra. A coletânea — precedida do texto “Carta a Estaline” — inclui alguns dos melhores contos do autor de Nós, como “O Dragão”, “O Norte”, “O Xis”, “A Caverna” e “Inundação”, ordenados cronologicamente.

A Relógio d’Água vai publicar No Inverno, do norueguês Karl Ove Knausgård. Este é o segundo volume de ensaios mais ou menos ficcionais do autor. Pela mesma editora, sairá ainda O Que Maisie Sabia, de Henry James. A tradução é de Daniel Jonas.

A Elsinore vai publicar mais um livro da bielorrussa Svetlana Alexievich. Rapazes de Zinco é um relato da Guerra do Afeganistão e do papel que a União Soviética no conflito. Este foi o segundo livro publicado pela Prémio Nobel de Literatura. Da mesma autora, sairá ainda no final do ano As Últimas Testemunhas, sobre as crianças na Segunda Guerra Mundial.

Pela Ítaca sairá o romance Cartas de amor e de guerra, do russo Mikhail Chichkin, tido como um dos principais candidatos ao Nobel da Literatura. A Tinta-da-China vai editar um livro de ficção, póstumo, de Paulo Varela Gomes (ainda sem título).

A Porto Editora vai lançar The First Order (ainda sem título em português), do norte-americano Jeff Abbott, e reeditar duas obras: Meia-Noite ou o Princípio do Mundo, de Richard Zimler, e o primeiro romance de Francisco José Viegas, Regresso por um Rio. Em março, irá ainda sair Quem Não Sonha Voar, Alice?, de Julia Claiborne. A editora garante que Frank, um rapaz de nove anos com Síndrome de Asperger e personagem central do romance de Claiborne, é “uma das crianças mais memoráveis na ficção contemporânea”.

Pela Livros do Brasil sairá O Segundo Livro da Selva, de Rudyard Kipling (o primeiro saiu o ano passado), e A Dama do Lago, de Raymond Chandler, mais um título da Coleção Vampiro.

No ano em que se comemora o centenário da Revolução de Outubro, a Sextante vai publicar O Arquipélago Gulag, o famoso livro de combate contra o regime estalinista do Prémio Nobel da Literatura russo Aleksandr Soljenítsin que reune testemuno de mais de 220 sobreviventes dos campos do campo de trabalhos forçados. Escrito clandestinamente entre 1958 e 1967, o livro foi descoberto pelo KGB já na década de 70, na sequência da prisão de Elizabeth Voronskäia, uma colaboradora de Soljenítsin que o estava a dactilografar. O livro foi publicado pela primeira vez em 1973, no estrangeiro, depois de Voronskäia se ter suicidado.

Pela Sextante, vai também sair em março Para Onde Vão os Gatos Quando Morrem — Uma Parábola Bíblica, do timorense Luís Cardoso.

Abril

Pela Antígona, sairá Requiem por Um Sonho, de Hubert Selby Jr. (livro que serviu de inspiração ao famoso filme realizado por Darren Aronofsky em 2000). A Editorial Presença vai publicar o terceiro volume da trilogia de Robert Harris sobre a vida de Cícero, Dictator (ainda sem título em português).

Já pela Relógio d’Água Memórias de Dublin, do irlandês John Banville (vencedor do Man Booker em 2005) e Os Diários, de Virginia Woolf. A editora vai ainda lançar a primeira tradução integral de A Casa Abandonada, livro que é considerada, a par de O Amigo Comum (também traduzido pela editora), uma das grandes de obras de Charles Dickens.

Pela Porto Editora sairá Vento de Espanha, o novo romance histórico de João Pedro Marques que transporta o leitor para o Portugal dos anos 30 e para os problemas e dificuldades da Guerra Civil espanhola.

A Assírio & Alvim vai acrescentar um novo título à coleção Almada BreveTeatro Escolhido, de José de Almada Negreiros. Este é o primeiro volume dedicado ao teatro do modernista publicado pela Assírio & Alvim, que em abril irá também editar a peça de teatro A Noite, de Manuel António Pina (com ilustrações de Bárbara Assis Pacheco).

Bairro de Lata, do Prémio Nobel da Literatura John Steinbeck, vai voltar às livrarias depois de várias décadas fora de circulação. A edição é da Livros do Brasil, que editará também em abril A Pista do Alfinete Novo, de Edgar Wallace.

Maio

Na Porto Editora, o mês de maio será em cheio. Além do lançamento de O Fim da História, livro que marca o regresso ao romance do chileno Luís Sepúlveda, a editora irá ainda publicar Eleanor Oliphant, um dos livros mais populares na Feira do Livro de Frankfurt (os direitos foram vendidos para 26 países) da autoria da escocesa Gail Honeyman, e O Amor do Avesso, uma autobiografia do espanhol Luisgé Martín em que ele aborda com grande sinceridade a descoberda díficil da sua própria homossexualidade. Considerado um dos livros mais importantes de 2016 em Espanha, O Amor do Avesso é um testemunho de grande importância e lucidez.

O romance de Paul Beatty, The Sellout (ainda sem título em português), vencedor do Man Booker Prize de 2016, vai ser editado este ano em Portugal pela Elsinore. Do mesmo autor, a editora irá ainda lançar The White Boy Shuffle (também ainda sem título português), o primeiro romance do norte-americano. Para maio, a Elsinore tem ainda prevista a publicação de The Sympathizer, do vietnamita Viet Thanh Nguyen, vencedor do Pulitzer Prize em 2016.

A Relógio d’Água vai publicar a Obra Completa de Arthur Rimbaud, numa tradução de Miguel Serras Pereira e outros. A Assírio & Alvim irá lançar aquele que é considerado o livro-chave de Maria Gabriela Llansol — O Livro das Comunidades.

Já a Livros do Brasil tem previstos três lançamentos: O Quarto Enorme, de E.E. Cummings (até agora inédito em Portugal), Colheita Sangreta, de Dashiell Hammet e Uma Abelha na Chuva, de Carlos de Oliveira. A Sextante Editora vai publicar O Motorista de Autocarro Que Queria Ser Deus, um livro de contos do israelita Etgar Keret.

Junho

A Antígona irá publicar Tono-Bungay, muitas vezes apontado como a obra-prima de H.G. Wells. O romance, “sátira à mercantilização crescente e à credulidade do mundo”, conta a história de George Ponderevo e de um líquido-remédio que promete restaurar a saúde, beleza e energia.

Pela Porto Editora sairão os volumes I e II do extenso O Sangue da Virtude, de Terry Goodking, um dos mais conhecidos autores de fantasia. O escritor não é uma novidade para a editora, que conta já no seu catálogo com os livros A Primeira Regra dos Feiticeiros (partes I e II) e A Pedra das Lágrimas (Partes I e II).

Em junho, a Porto Editora irá ainda reeditar Claraboia, de José Saramago. Escrito a 5 de janeiro de 1953, Claraboia é a história de um prédio de seis inquilinos sucessivamente envolvidos num enredo. Foi assinado sob um pseudónimo — Honorato.

Playground (sem título em português), um thriller sobrenatural de Lars Kepler (pseudónimo da famosa dupla de escritores suecos Alexander Ahndoril e Alexandra Coelho Ahndoril), sairá neste mês também pela Porto Editora.

A Livros do Brasil vai editar, pela primeira vez em Portugal, os contos completos de Anne Frank. A par do seu famoso diário, Frank escreveu contos, fábulas, memórias, ensaios e uma novela, que deixou inacabada. Contos, com uma tradução feita diretamente do holandês, segue a organização da própria autora.

Em junho, vai ainda sair pela editora O Caso da Quinta Avenida, da escritora norte-americana Anna Katharina Green, uma das primeiras mulheres a escrever um romance de investigação nos Estados Unidos da América. O livro, publicado originalmente em 1878, chegou a Portugal pelas mãos de Fernando Pessoa, que começou a traduzi-lo e a publicá-lo em foletins num jornal nos anos 20.

Julho

A Planeta irá lançar Den of Wolves (ainda sem título em português), o terceiro livro da nova saga da autora best-seller do romance fantástico Juliet Marillier. Uma história intensa que tem como pano de fundo a Irlanda medieval.

Com lançamentos a chegar às lojas ao longo do ano, a E-primatur tem já uma agenda. Da primeira haverá Forte como a Morte seguido de Pierre e Jean, com os dois romances inéditos em língua portuguesa de Guy de Maupassant; Périplo pelos Bares do Mediterrâneo de Ali Duaji, título proibido, traduzido directamente do árabe (e que surgiu da sugestão de um leitor que fez a tradução); Ficção Curta Completa de Herman Melville; e as Novas Aventuras de Robinson Crusoe, de Daniel Defoe. Acrescetem-se ainda as traduções a partir do original das 1001 Noites e dos Contos de Cantuária.

Poesia

Janeiro

A Elsinore vai começar o ano com Naquela Língua — Cem Poemas e Alguns Mais, a primeira antologia da novíssima poesia brasileira lançada em Portugal. Com seleção e organização de Francisco José Viegas, o livro inclui poemas de 18 poetas brasileiros contemporâneos, como Alice Sant’Anna, Ana Guadalupe, Annita Costa Malufe ou Caco Ishak.

Alguma Coisa Negro, de Jacques Roubaud, vai sair pela Tinta-da-China. O livro é o mais recente título da coleção de poesia dirigida por Pedro Mexia. A tradução é de José Mário Silva e o prefácio de Gonçalo M. Tavares.

Fevereiro

A Companhia de Letras vai lançar A Rosa do Povo, o primeiro livro de Carlos Drummond de Andrade. Inédito em Portugal, A Rosa do Povo inclui 55 poemas escritos entre 1943 e 1945 no decurso da Segunda Guerra Mundial, que mudou a Europa mas também o Brasil. Trata-se do olhar de um dos mais importantes poetas brasileiros sobre um momento de transformação profunda. Nas livrarias a 15 de fevereiro.

A Relógio d’Água vai publicar Poemas, uma seleção de textos da norte-americana Marianne Moore traduzidos e escolhidos por Margarida Vale de Gato.

Pela Assírio & Alvim irá sair Memórias da Casa da China e de Outras Visitas, o terceiro livro de poesia de Manuel Afonso Costa, marcado por um fascínio, estranheza e encantamento do autor por Macau, onde vive há vários anos.

Março

Quase dois anos depois da publicação de Em Ouro e Alma, a primeira edição crítica das cartas de Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa, a Tinta-da-China vai editar Poesia Completa de Mário Sá-Carneiro, numa edição de Ricardo Vasconcelos.

A Assírio & Alvim vai lançar uma nova edição da obra poética do surrealista Alexandre O’Neill. Poesias Completas & Dispersos inclui 40 poemas que não se encontravam na edição anterior e também alguns inéditos. A organização e posfácio é de Maria Antónia Oliveira. Além dos poemas de O’Neill também a Poesia Completa de Eugénio de Andrade terá uma nova edição.

Abril

Pela Assírio & Alvim irá sair um novo livro de poesia de Ana Luísa Amaral, What’s In A Name.

Livros de não-ficção

Janeiro

A Relógio d’Água vai lançar A Poesia como Arte Insurgente, do poeta norte-americano Lawrence Ferlinghetti, o testemunho de uma geração para quem a poesia era sinónimo de subversão. Pela mesma editora sairá ainda os livros Desobediência Civil, de Hannah Arendt, A Ideia de Europa, de George Steiner, e O Universo ao Alcance da Mão, do físico Christophe Galfard.

Os Últimos Dias de Estaline, de Joshua Rubenstein, é uma das grandes apostas da Objetiva para janeiro. O livro, como o próprio nome indica, segue os últimos meses de vida do líder russo e os eventos que se seguiram à sua morte. Comparando factos com versões oficiais, Rubenstein fala sobre os rumores sobre os planos de Estaline para forçar o exílio dos judeus soviéticos, dos gestos conciliatórios do Kremlin após a morte do ditador e das consequências da queda do regime soviético.

O Grupo Planeta vai começar o ano com o livro Trump Revelado, a mais completa biografia do presidente eleito dos Estados Unidos da América. Da autoria de Michael Kranish e Marc Fisher, o livro percorre a vida de Trump, recuando aos antepassados escoceses e alemães e passando pela infância, adolescência e arranque profissional. Trump Revelado foi considerado pelo Washington Post um “fascinante retrato” do presidente eleito, onde Trump “o ultrajante exibicionista, torna-se mais patético e mais real”.

E por falar em Trump, a Presença guardou para janeiro a publicação de Great Again: How to Fix Our Crippled America, o programa do presidente eleito dos Estados Unidos da América para “tornar a América grande outra vez”.

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“Os Últimos Dias de Estaline”, “Casamentos de Família Real Portuguesa” ou “Ditadura ou Revolução” serão publicados em janeiro

A Círculo de Leitores vai lançar um nova coleção em dois volumes, Casamentos da Família Real Portuguesa, sobre a diplomacia e o cerimonial envolvidos nos casamentos reais entre os séculos XII e XVIII. Desenvolvida por uma equipa de 17 investigadores, a coleção foi coordenada pelas historiadoras Ana Leal de Faria, Ana Maria S. A. Rodrigues e Manuela Santos Silva.

No final do mês, a Casa das Letras irá publicar Ditadura ou Revolução? A Verdadeira História do Dilema Ibérico nos Anos Decisivos de 1926-1936, de José Luís Andrade. Com prefácio de Jaime Nogueira Pinto, esta é a história de Espanha e Portugal entre o início da Ditadura Militar portuguesa e a vitória da Frente Popular em Espanha, que levou à guerra civil espanhola.

Para este ano, a Guerra & Paz programou uma série de lançamentos a propósito dos 100 anos das Aparições de Fátima. O primeiro sai já em janeiro (dia 4) e chama-se Fátima — Milagre, Ilusão ou Fraude?. Da autoria de Len Port, um irlandês residente em Portugal, o livro reúne dados e opiniões de pessoas próximas da história e de especialistas que se debruçaram sobre o tema. “Intenso e polémico”, Fátima — Milagre, Ilusão ou Fraude? pretende “informar e provocar mentes abertas e curiosas”, garante a editora.

A Tinta-da-China vai lançar Tenho Cinco Minutos para Contar Uma História, de Fernando Assis Pacheco. O livro, que reúne uma série de crónicas radiofónicas inéditas, pretende assinalar o 80º aniversário do autor, que morreu precocemente em 1995. Para janeiro, a editora guardou ainda o lançamento de Erro Extremo, livro as crónicas que Miguel Tamen escreveu para o Observador.

Já a Presença tens dois lançamentos agendados: A Era do Caos — Uma Viagem pela Desordem Mundial, uma análise ao estado do mundo feita pelo jornalista italiano Federico Rampini, do La Repubblica, e Capitalismo e Moderna Teoria Social, um clássico da sociologia contemporânea de Anthony Giddens.

Fevereiro

A Antígona vai publicar em fevereiro o primeiro de uma série de obras do jornalista e romancista uruguaio Eduardo Galeano — As Veias Abertas da América Latina. Publicado originalmente em 1971, este trata-se de um estudo sobre a exploração económica, política e social do continente sul-americano, primeiro pela Europa e, mais tarde, pelos Estados Unidos da América. “Numa escrita eloquente e apaixonada, é uma condenação visceral da infâmia e da ganância no mundo”, refere a editora.

Esta é a primeira vez que As Veias Abertas da América Latina é traduzida e publicada na íntegra em Portugal, tendo sido editado anteriormente de forma parcial e bastante incompleta. Além desta obra, a Antígona irá ainda publicar este ano o livro Espelhos.

A Planeta vai lançar A História de Portugal em 50 Objetos, um livro divertido da autoria de Sérgio Luís de Carvalho, que atravessa vários séculos da história portuguesa. Já a Relógio d’Água vai editar Pensamentos, de Blaise Pascal, livro que o poeta T. S. Eliot considerava imprescindível para qualquer pensador, independentemente da sua orientação religiosa.

A Temas e Debates vai publicar A Senhora de Maio — Todas as perguntas sobre Fátima, de António Marujo e Rui Paulo. Descrito como um livro “revelador” pela editora, A Senhora de Maio reúne vários depoimentos, procurando “despertar uma visão o mais completa e abrangente possível sobre um fenómeno controverso e complexo”.

Pela mesma editora sairá ainda Liberdade de Expressão, de Timothy Garton Ash. Baseando-se na sua longa experiência de escrita sobre ditadores e dissidentes, o autor “defende que neste mundo interligado a que chama cosmópolis há uma maneira de conjugar liberdade e diversidade que passa por dispor de mais e melhor liberdade de expressão”, explicou a Temas e Debates.

Cinco anos depois de ter publicado o primeiro volume da biografia de Jorge Sampaio, da autoria de José Pedro Castanheira, a Porto Editora vai finalmente editar o segundo volume. São mais de mil páginas que seguem os anos em que Sampaio foi Presidente da República (o primeiro volume terminou com o socialista à frente do Câmara Municipal de Lisboa). A data de publicação ainda não é certa mas, de acordo com a editora, a biografia sairá nos primeiros quatro meses do ano, antes do 25 de Abril.

Março

Pela Planeta, irá sair Cuide do Seu Cérebro, do neuropsicólogo espanhol Álvaro Bilbao, autor de O Cérebro da Criança Explicado aos Pais. Um livro que promete ajudar a cuidar, potenciar e desenvolver o cérebro, prevenindo doenças como o Alzheimer ou a depressão.

A Tinta-da-China vai publicar Autocolantes da Frente de Unidade Revolucionária, mais um título da coleção Ephemera de José Pacheco Pereira.

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“A Senhora de Maio” é um dos muitos livros dedicados às Aparições de Fátima que serão publicados em 2017

A Quetzal irá editar o segundo volume da nova tradução da Bíblia, feita diretamente do grego por Frederico Lourenço. Neste segundo volume, o leitor poderá encontrar os Atos dos Apóstolos, as epístolas de São Paulo, os evangelhos de Tiago, João, Judas, Pedro e ainda o Apocalipse que, de acordo com a editora, “nunca atingiu, na nossa língua, esta beleza e este rigor”.

Abril

A Ítaca vai publicar em abril Eichmann em Jerusalém — Uma reportagem sobre a banalidade do mal, de Hannah Arendt. A 11 de maio de 1960, uma equipa de agentes da Mossad capturou Adolf Eichmann, um dos principais responsáveis pelo Holocausto, em Beunos Aires, na Argentina, para ser julgado. O julgamento decorreu em Jerusalém e, Hannah Arendt, ofecereu-se para o cobrir para a revista New Yorker. Da série de artigos que escreveu nessa altura, nasceu Eichmann em Jerusalém — Uma reportagem sobre a banalidade do mal, cuja publicação em 1963 gerou uma grande polémica.

Maio

A Antígona irá publicar primeira obra traduzida para português sobre dronesDrones, de Hugh Gusterson. Pela Assírio & Alvim, sairá Entrevistas, um volume de entrevistas dadas por José de Almada Negreiros desde os tempos do Orpheu até 1970, o ano da sua morte.

Um ano depois de ter publicado a biografia Uma Vida, a Sextante Editora vai voltar a lançar um novo livro de Carlos Cruz. 11 Grandes Entrevistas reúne converas que o apresentador de televisão teve com grandes personalidades da política, das artes e da Igreja durante os anos 90.

Junho

Depois de Walden ou a Vida nos Bosques, a Antígona irá publicar Uma Semana nos Rios Concord e Merrimack, de Henry David Thoreau. Pela Sextante irá sair Itália — Prática de Viagem, um guia cultural de António Mega Ferreira.

Julho

Pela Antígona, sairá Vindicação dos Direitos da Mulher, de Mary Wollstonecraft. Escrito em 17912, trata-se de um texto fundamental e marcante sobre a condição e o papel da mulher na sociedade e fundador do feminismo.

Livros infanto-juvenis

Janeiro

Para 2017, a Planeta tem previsto o lançamento de uma série de livros dedicados à mais famosa saga de ficção científica — a Guerra das Estrelas. Em janeiro sairá os dois primeiros títulos, Star Wars – Figuras em Crochê e Star Wars – Academia Jedi.

A Presença vai lançar Eu Quero a Lua, de Jonathan Emmet e Vanessa Cabban. Uma história forte que vendeu mais de 300 mil exemplares em Inglaterra.

A D. Quixote vai editar o segundo livro da coleção A Guarda do Leão — Mal Posso Esperar Para Ser Rainha — e o 14º volume da coleção Jake e os Piratas da Terra Nunca, A Festa da Fantasia. Ainda em janeiro, a editora irá publicar uma história inédita da coleção Frozen — O Cristal do Pequeno Troll.

Fevereiro

Uma das apostas da Presença para 2017 é a publicação em português do guião do filme Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los, a nova prequela dos filmes de Harry Potter. Escrito por J.K. Rowling, autora da saga do jovem feiticeiro, o guião marca a estreia da escritora britânica como argumentista. O livro chega às livrarias a 2 de fevereiro; a edição digital, em português, ficará disponível na plataforma Pottermore no mesmo dia.

De forma a assinalar os dez anos da famosa Coleção Cherub, do britânico Robert Muchamore, ex-detetive privado, a Porto Editora decidiu reeditar os 12 títulos da série. Além disso, a editora irá ainda organizar uma série de iniciativas em 2017, que serão anunciadas atempadamente, para que a data não passe em branco.

A Planeta irá acrescentar mais um título à coleção Guerra das EstrelasStar Wars — Trilogia do Império Negro.

Março

Da autora da trilogia Os Jogos da Fome, Suzanne Collins, sairá pela editora Presença Gregor — A Profecia Secreta, no qual Gregor, um herói improvável de um mundo secreto na cidade de Nova Iorque, terá que enfrentar os perigos do Subterrâneo mais uma vez.

Pela mesma editora serão também publicados os livros infantis O Estranho Caso do Ladrão de Chocolate, de Geronimo Stilton, e Raymie Nightingale, de Kate DiCamillo. Raymie Nightingale é um livro sobre amizade e o poder que as crianças têm de transformar os grandes desgostos em pequenos momentos de alegria.

A Porto Editora irá publicar um novo livro da coleção Os Indomáveis F.C., Amor e Futebol em Madrid, de Álvaro Magalhães, e novos livros de Luísa Ducla Soares: Quero Crescer e O Coelhinho Afonso e Outras Histórias. A Porto Editora irá também reeditar Figuras Figuronas, de Maria Alberta Menéres, uma apresentação poética da geometria às crianças.

Pela Planeta, irá sair mais um título da coleção Guerra das Estrelas Star Wars — Making of A Guerra das Estrelas.

Abril

William Wenton and the Luridium Thief (que em português deverá chamar-se William Wenton e o Puzzle Impossível) é o primeiro título de uma coleção juvenil sobre um jovem herói, que é um génio da criptografia. Este é o primeiro livro do norueguês Bobbie Peers, autor de Sniffer, uma curta-metragem que ganhou a Palma de Ouro, em Cannes, em 2006.

Maio

Do autor da famosa Coleção Cherub, Robert Muchamore, chegará em maio, com a chancela da Porto Editora, Em Direto, o terceiro livro da série Rock War. Pela mesma editora, sairá também o sexto livro de O Estranhão, uma coleção infanto-juvenil de Álvaro Magalhães sobre Fred, um rapaz de 11 anos com um Q.I. acima do normal.

Da Bookbuilders, neste 2017, receberemos História Natural da Estupidez, do húngaro-britânico Paul Tabori; A política como Vocação/A Ciência como Vocação de Max Weber; e o tratado Da Pintura, de Leon Battista Alberti, numa primeira edição em língua portuguesa.

Nota: as datas previstas para os lançamentos podem ser alteradas.