As monarquias do Golfo manifestaram-se nesta terça-feira contra o Irão numa cimeira na Arábia Saudita marcada pelo início de uma “parceria especial” com a França. O chefe de Estado francês deslocou-se à Arábia Saudita para participar, como convidado de honra, numa cimeira do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG).

O presidente François Hollande é, assim, o primeiro chefe de Estado ocidental a participar neste tipo de reunião ao lado dos dirigentes da Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Oman e Qatar. Cinco dos seis Estados do CCG aliaram-se no fim de março a outras quatro nações árabes para travar o avanço dos rebeldes chiitas no Iémen e minimizar o poder do Irão sobre este país da peninsula arábica.

Na abertura da cimeira, o rei Salmane da Arábia Saudita fez uma alusão velada ao Irão chiita, considerado como o principal rival regional dos países sunitas do Golfo. O monarca denunciou uma ameaça exterior que “visa alargar o controlo e impor a sua hegemonia” na região “pela sedução religiosa”. A guerra no Iémen, onde uma coligação sob comando saudita continua a fazer raides aéreos contra os rebeldes ‘houthis’, apoiados por Teerão, foi o tema de fundo da cimeira de Riade.

Entretanto, a cidade fronteiriça saudita de Najrane foi hoje atacada por obuses de morteiro e roquetes Katioucha lançados por milicianos ‘houthis’, que causaram danos consideráveis. Riade prometeu ripostar. François Hollande manifestou, no decorrer da cimeira, preocupação pela “desestabilização” do Iémen e reafirmou o apoio da França” aos países do Golfo, maioritariamente sunitas.

Na segunda-feira à noite, Hollande e o rei Salmane emitiram uma declaração conjunta, após um encontro, onde referiam o ‘dossier’ nuclear iraniano, insistindo na necessidade de apostar “num acordo robusto, durável, fiável, incontestável” com o Irão, de modo a garantir que este país não conseguiria a bomba atómica.

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