Um dia depois de fazer 16 anos, Taylor Gaes morreu infetado com a bactéria da peste negra, a doença que na Idade Média matou entre 25 a 75 milhões de pessoas na Europa. O adolescente morreu no Colorado, nos Estados Unidos da América, a caminho do hospital e crê-se que foi contaminado por uma pulga no rancho da família, conta o ABC News Today.

Desde 1999 que não apareciam casos da peste septicémica (uma das variantes da peste negra) no condado de Larimer County, no Colorado. Apesar da pandemia do passado, a peste negra é tratável com antibióticos, mas tem de ser descoberta a tempo.

Taylor Gaes começou a sentir sintomas semelhantes aos de uma gripe depois de ter participado num jogo de basebol, a 4 de junho, explicou Katie O’Donnell, do Departamento de Saúde e Ambiente de Larimer County ao ABC News Today. Mas a morte do jovem ainda está a ser investigada.

Este tipo de peste é extremamente rara, porque a bactéria vai diretamente para a corrente sanguínea. Nos últimos 30 anos, houve três casos destes“, disse Katie O’Donnell. A responsável acrescentou que é uma doença difícil de diagnosticar porque as pessoas tendem a não ter os sintomas típicos no início e, por isso, não recebem os antibióticos a tempo.

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Apesar de a doença não ser transmitida entre humanos, a família já pediu às pessoas que estiveram próximas de Taylor Gaes para serem consultadas por um médico, caso se sintam doentes. Katie O’Donnell explicou que, se alguém estiver infetado, os sintomas devem demorar entre dois a seis dias a aparecer. A responsável crê que o jovem tenha sido mordido pela pulga infetada no fim de semana que precedeu à sua morte.

A peste negra é causada pela bactéria Yersinia pestis e entrou na Europa a meio do século XIV. Até ao início do século XIX matou milhões de pessoas – estima-se que um terço da população tenha perdido a vida. A tese inicial dava conta de que a bactéria teria entrado no continente pelos portos do mediterrânico e criado um reservatório nos parasitas dos roedores – nomeadamente das ratazanas-negras. Estas ter-se-ão espalhado pela Europa e quando as suas pulgas saltavam para o homem, infetavam-no. Mas um estudo da Universidade de Oslo, na Noruega, veio juntar mais um roedor à história: os gerbilos asiáticos.

Em julho de 2014, um chinês de 38 anos morreu na cidade de Yumen, no noroeste da China, com peste negra. A cidade ficou de quarentena e 151 pessoas tiveram de ser observadas. No mesmo ano, a peste negra matou 40 pessoas no Madagáscar, infetando outras 76, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Segundo os dados da organização, são diagnosticados entre mil e 3 mil casos de peste negra todos os anos.