Os trabalhadores do Departamento de Gestão da Dívida do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social voltam hoje à greve, um mês depois da anterior, por uma carreira adequada às suas funções e melhores condições de trabalho.

De acordo com um comunicado do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap) divulgado na semana passada, os trabalhadores do Departamento de Gestão da Dívida (DGD) do IGFSS consideram que os motivos que levaram à greve de 30 de junho mantêm-se, dado que o Governo e o conselho diretivo não responderam às suas reivindicações e pedidos de reunião.

Estes funcionários públicos queixam-se da degradação do serviço por falta de recursos humanos, de baixas remunerações e da falta de uma carreira adequada às funções que desempenham.

“Os trabalhadores do DGD do IGFSS exigem a rápida abertura de um processo negocial que permita a discussão de todos os problemas que os afetam atualmente, considerando que as especificidades e a relevância das funções que desempenham deverão conduzir à criação de uma carreira especial, à semelhança do que aconteceu no decurso do último ano a várias carreiras técnicas de diversos organismos do Estado”, referiu o comunicado do SINTAP.

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No início deste ano foram criadas carreiras especiais para os técnicos superiores da Direção-Geral do Orçamento (DGO), da Direção-Geral de Tesouro e Finanças (DGTF) e do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) do Ministério das Finanças e foi anunciada a criação de uma carreira especial para os técnicos superiores do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Aquando da greve anterior, a 30 de junho, o secretário-geral do Sintap, José Abraão, disse à Lusa que “o Sintap exige que o Governo inicie um processo negocial que tenha em vista a criação de uma carreira especial para os trabalhadores do Departamento de Gestão da Dívida do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social”.

Segundo o Sintap, nas secções de Processos do DGD, o rácio de cobrança por trabalhador ronda os três milhões de euros anuais.

Os cerca de 100 técnicos superiores do DGD dedicam-se, a nível distrital, à recuperação de dívidas à Segurança Social e “ganham em média 1.100 euros”.