O Governo da Indonésia deu ordens ao Facebook e ao WhatsApp para retirarem os emojis e stickers LGBT dos serviços. Os bonecos com casais homossexuais, bandeiras LGBT e arco-íris alusivos à comunidade já foram retirados pela representação indonésia da LINE, uma aplicação de mensagens e chamadas gratuitas.

“Nenhuma rede social pode mostrar items que tenham um aspecto LGBT. Porque nós temos as nossas próprias regras, valores religiosos e normas, que devem ser respeitados”, referiu Ismail Cawidu, porta-voz do Ministro das Comunicações e Informática, esta quinta-feira. E aplaudiu a atitude tomada pela LINE como um “exemplo a seguir”.

O país tem maioria muçulmana e os ditames conversadores prevalecem, destaca o Guardian. A homossexualidade é “um tema sensível”, escreve a Associated Press (AP), apesar de não ser considerada crime no país. As organizações de Direitos Humanos levantam-se contra a censura: “Dá a ideia ao público que ser LGBT é algo que devemos combater mas o público, através de várias organizações, vai derrubar essa oposição”, garantiu Ismail Hasani, um dos responsáveis do Setara Institute, um Instituto para a Democracia e Paz na Indonésia, à AP. Contudo, Hasani reconhece o parecer geral na Indonésia. “A maioria da opinião pública no nosso país é anti-LGBT, mas é deplorável que o governo siga essa tendência”.

pride collection facebook emojis 2

“Orgulho” é uma das coleções do Facebook (“Pride”, em inglês). Basta aceder ao Messenger do Facebook, ir à caixa de escrita, consultar a Loja de Stickers e encontrar a coleção “Orgulho – O Amor é universal”. A descarga é gratuita.

A Human Rights Watch enviou uma carta ao presidente do país, Joko Widodo, para impulsionar a “defesa dos direitos fundamentais de todos os indonésios”. Esta quinta-feira, a organização disse estar preocupada com “uma recente retórica de ódio, por parte de responsáveis públicos, para com as lésbicas, gays, bissexuais e transgénero” na Indonésia. Mas nem todos os políticos concordam: o chefe de gabinete de Luhut Panjaitan, ministro da Segurança, diz que as pessoas LGBT “continuam a ser cidadãos indonésios e têm direito a ser protegidos”. Caso aquelas redes sociais não cumpram a proibição, arriscam o bloqueio total do serviço naquele país.

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