A reorganização dos circuitos de visita ao Mosteiro de Alcobaça, que inclui uma nova portaria, novos sistemas de bilhética e uma nova loja, deverá estar concluída até ao final deste ano, anunciou esta quinta-feira a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

“Se tudo correr bem, vamos conseguir reduzir o prazo previsto [2020] e, no último trimestre deste ano, teremos a conclusão desta fase da obra, que inclui a loja e a portaria”, afirmou o subdiretor-geral do Património Cultural Filipe Campos Silva.

A antecipação do prazo de conclusão da intervenção prende-se com a expectativa de que seja lançado, durante a próxima semana, o concurso para a intervenção orçada em 700 mil euros e que, segundo o mesmo responsável, permitirá “alterar os circuitos de visitação e o sistema de bilhética”, com a instalação de máquinas.

A obra integra-se num projeto mais vasto, orçado em mais de um milhão de euros e que engloba também a recuperação das fachadas norte e poente do Mosteiro de Alcobaça, onde hoje foi apresentando o primeiro “Pacto de Integridade” formalizado em Portugal.

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O Pacto de Integridade é um instrumento de monitorização cívica criado nos anos de 1990 pela Transparency International (TI), visando promover “a transparência, a integridade e a responsabilidade nos gastos públicos através do envolvimento de organizações da sociedade civil”, na monitorização de todo o processo.

Com este pacto, “a DGPC abre à comunidade a possibilidade de acompanhar permanentemente este projeto”, disse Filipe Campos Silva na apresentação do projeto piloto financiado pela Comissão Europeia.

A intervenção no Mosteiro de Alcobaça é uma das 17 a monitorizar em 11 países europeus, no âmbito da iniciativa piloto que abrange quatro projetos em Itália, três na Roménia, dois na Hungria e um na Grécia, Letónia, Lituânia, Polónia, Eslovénia, Bulgária e República Checa.

“Esta é a primeira vez que um organismo público [a DGPC] se prontifica a partilhar com a sociedade civil todos os passos de um processo de contratação pública”, sublinhou o presidente da Transparência Internacional – Portugal, João Paulo Batalha na cerimónia, acrescentando que aquele organismo garantirá “a transparência” ao longo de todo o projeto.

Fundada em 2010, a Transparência e Integridade é o capítulo português da Transparency International, rede global de organizações da sociedade civil contra a corrupção, presente em mais de 100 países em todo o mundo.

O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça é um dos 25 monumentos sob tutela da DGPC e um dos cinco considerado Património Mundial pela Unesco.