O presidente do PSD, Rui Rio, utilizou o Twitter para anunciar esta segunda-feira que a número dois do PSD às eleições Europeias de 26 de maio é Lídia Pereira, uma jovem de 27 anos que há quatro meses lidera a juventude do Partido Popular Europeu (o YEPP). Até agora, Rui Rio só tinha anunciado Paulo Rangel, mas já há algumas semanas que circulava no partido que Lídia Pereira, a indicação da “jota” e também do distrito de Coimbra, seguiria num lugar elegível. Agora é mais do que isso: é mesmo a número dois, um lugar que a JSD nunca tinha tido. A escolha de Lídia Pereira permite a Rio corresponder, em parte, à promessa de renovação da lista.

Já no domingo, no encerramento da Universidade da Europa na Figueira da Foz, Rui Rio tinha-se dirigido à presidente da JSD, Margarida Balseiro Lopes, com uma promessa: “A JSD estará seguramente bem representada na nossa lista ao parlamento Europeu”. Nos bastidores, o nome de Lídia Pereira era — antes deste anúncio — apontado como a terceira posição da lista, numa altura em que o nome de Miguel Poiares Maduro começava a circular como hipótese mais provável para número dois — chegando a presença do ex-ministro da lista a ser avançada pelo Expresso. Agora sabe-se que Poiares Maduro não irá pelo menos como número dois. Resta saber se vai na lista que, como Rio não se cansa de repetir, “está fechada”, mas só há uma pessoa que sabe os nomes: o próprio líder do PSD.

Quem é Lídia Pereira?

Lídia Pereira é economista, como Rui Rio, e tem no presidente do PSD uma das suas maiores referências políticas. Entrou para a política, tal como o líder social-democrata, através da JSD, e chegou agora a líder dos jovens da direita europeia. Aos 27 anos, Lídia Pereira tornou-se no dia 3 de novembro a primeira mulher e a primeira portuguesa a liderar o YEPP, a estrutura de juventude do Partido Popular Europeu. O YEPP integra 64 juventudes partidárias, incluindo a portuguesa JSD, a Forza Italia Giovani (a “jota” do partido de Berlusconni), a NNGG (a juventude do “PP” espanhol), a Fidelitas (a juventude do Fidesz de Órban), ou os Jeunes Républicains (do partido “Os Republicanos” de Nicolas Sarkozy).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Apelando à capacidade de síntese de Lídia Pereira, o Observador desafiou em novembro, seis dias depois da eleição, a nova líder juvenil da direita europeia a responder a 10 questões limitadas à medida de um tweet (280 caracteres). Na altura, em quatro casos não o conseguiu fazer, mas excedeu por pouco o limite proposto. Apesar das respostas telegráficas, defendeu que “ninguém terá dúvidas” que Rui Rio é o melhor candidato a primeiro-ministro que o PSD pode apresentar em 2019. Acusou o Governo de António Costa de “navegar à vista” e de não ter uma “estratégia de longo-prazo”.

Nova líder da juventude da direita europeia: “Saída de Merkel cria algum desconforto”

Nas mesmas respostas, Lídia Pereira admitia que a anunciada saída de Merkel da política “cria algum desconforto” devido à “incerteza” sobre quem a irá substituir. Em questões como a legalização das drogas leves, a eutanásia e até sobre a permanência de Viktor Orbán no PPE, Lídia Pereira defendia-se e dava respostas politicamente corretas, certamente para não ferir sensibilidades das estruturas juvenis que integram a estrutura que  lidera desde o dia 3 de novembro.